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Matérias / Arte

A Última Ceia: Teria Leonardo da Vinci deixado uma melodia oculta na obra?

Em 2007, um músico italiano propôs que o genial pintor renascentista teria escondido música em seu famoso quadro

Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 23/07/2023, às 09h00 - Atualizado em 18/01/2024, às 10h54

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Montagem com retrato de Leonardo da Vinci e a pintura 'A Última Ceia' ao fundo - Domínio Público via Wikimedia Commons
Montagem com retrato de Leonardo da Vinci e a pintura 'A Última Ceia' ao fundo - Domínio Público via Wikimedia Commons

Desde os primórdios da humanidade, uma das principais características inerentes ao homem a diferirem-no dos animais é a concepção da Arte. E em uma história tão vasta quanto a da própria humanidade, um dos nomes que mais marcaram a Arte foi o do pintor italiano Leonardo da Vinci.

Responsável pela criação de algumas das obras mais ilustres da História da Arte e do Renascimento, como a 'Mona Lisa' e 'Salvator Mundi', da Vinci não é considerado um dos maiores gênios que já viveu à toa. Um verdadeiro polímata, além de pintor também se destacou como cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, escultor, arquiteto, botânico, poeta e também músico.

E é claro que sendo alguém com conhecimento em tantas áreas, por vezes algumas de suas criações não se limitavam somente ao rótulo de "pinturas" ou "esculturas", ocorrendo uma verdadeira mistura de técnicas. E pensando dessa forma, um músico italiano alegou em 2007 que havia encontrado uma canção escondida em uma das obras mais famosas de da Vinci: 'A Última Ceia'. Confira!

'A Última Ceia' original, de Leonardo da Vinci
'A Última Ceia' original, de Leonardo da Vinci / Crédito: Foto por Svk572WIKI pelo Wikimedia Commons

A Última Ceia

Um retrato do que seria a última refeição de Jesus Cristo com seus 12 apóstolos antes de ser traído e crucificado, 'A Última Ceia' é um recorde vívido do momento exato em que Jesus alertaria aos apóstolos sobre a existência de um traidor entre eles, de maneira que as expressões de indignação e raiva de seus seguidores se fazem claras.

Localizada ainda hoje no mesmo lugar em que foi concebida, a pintura nunca pôde ser movida por ter sido feita na parede do refeitório do Convento de Santa Maria delle Grazie, localizado em Milão, na Itália. Não bastasse isso, seu tamanho também seria um pequeno problema: 4,60 metros de altura por 8,80 metros de largura.

Como já mencionado, o nome de Leonardo da Vinci sempre foi envolto em certo misticismo, sendo uma figura enigmática e profundamente estudada até os dias de hoje. E é claro que, com o tempo, alguns detalhes sobre a figura e suas obras seriam notados, de maneira que, em 2003, alguns pesquisadores começaram a acreditar que o artista teria escondido uma composição musical na obra; fato este que chamou atenção do músico italiano Giovanni Maria Pala.

"Hino a Deus"

Autor do livro 'La Musica Celata' ('A Música Oculta', em português), Pala ouviu em um noticiário a notícia de que poderia existir uma música secreta em 'A Última Ceia', mas foi anos depois que ele próprio fez suas próprias interpretações dos elementos da pintura. 

De acordo com a CBC, o músico foi o primeiro a perceber que, ao desenhar as cinco linhas de uma pauta musical na pintura, os pães dispostos na mesa e as mãos de Jesus e dos apóstolos poderiam ser lidos como notas de uma melodia. No entanto, com uma peculiaridade: somente se a partitura fosse lida da direita para a esquerda, como o estilo de escrita de Leonardo da Vinci.

A interpretação feita por Giovanni Maria Pala |Crédito: Reprodução|Vídeo|Youtube|History

Então, transcrevendo todos esses possíveis códigos da obra, Pala teria encontrado um "hino a Deus" de 40 segundos que, caso tocado no instrumento mais utilizado na época do renascentista para músicas espirituais, um órgão de tubos, "parece um requiém". "É como uma trilha sonora que enfatiza a Paixão de Jesus", disse ele na época em entrevista à Associated Press.

Hipótese plausível?

Embora para alguns pareça apenas uma grande coincidência, tudo o que foi proposto por Giovanni Maria Pala, o especialista em Leonardo da Vinci e então diretor de um museu dedicado ao artista, Alessandro Vezzosi, disse à AP que a hipótese do músico "é plausível."

Isso porque algumas pesquisas anteriores à desenvolvida por Pala já haviam indicado que, por exemplo, as mãos dos apóstolos na pintura poderiam ser substituídas por notas de um canto gregoriano, embora ninguém ainda houvesse tentado trabalhar na teoria. Vale lembrar, entretanto, que se trata apenas de uma das muitas teorias já feitas a respeito da pintura. 

Há sempre o risco de ver algo que não está ali, mas é certo que os espaços [na pintura] se dividem harmonicamente", acrescenta Vezzosi. "Onde você tem proporções harmônicas, você pode encontrar música."