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Matérias / Sexta-Santa

Afinal, o que é a Sexta-Feira Santa?

Nesta sexta-feira, 29, é celebrada a Sexta-Feira da Paixão, uma das datas mais importantes do calendário católico. Mas o que é essa data? Confira!

Isabelly de Lima Publicado em 29/03/2024, às 07h00 - Atualizado às 10h38

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Imagem representando Jesus Cristo crucificado - Foto de Didgeman, via Pixabay
Imagem representando Jesus Cristo crucificado - Foto de Didgeman, via Pixabay

Marcado como um dos dias mais importantes do ano para os cristãos, a Sexta-Feira Santa é relembrada anualmente em memória à redenção de Jesus Cristo.

O dia em questão faz parte da Semana Santa, vivida pelos católicos para relembrar a paixão, a morte e a ressurreição de Jesus, considerados os dias mais importantes do ano (inclusive o ano litúrgico da igreja). Tudo se inicia com o Domingo de Ramos, que abre a semana sagrada do catolicismo.

Em seguida, temos a Quinta-Feira Santa, a Sexta-Feira Santa, o Sábado de Aleluia e, enfim, o Domingo de Páscoa (que acontecerá no próximo dia 31). Entretanto, dentre todas essas datas, a sexta-feira chama a atenção por ser o dia mais atípico de todos, tanto na igreja, já que não há missas, quanto em comportamentos, marcado como um dia de devoção, respeito e silêncio.

Mas, afinal, o que é, de fato, a Sexta-Feira da Paixão? Em entrevista à Revista Caras, o padre Patrick contou a origem desse dia e como surgiram todas as tradições.

Tríduo Pascal

Antes de falarmos sobre a data em si, é importante ressaltar a importância do Tríduo Pascal na fé católica. Conforme o religioso, que acumula seguidores no Instagram, o Tríduo representa a quinta-feira, a sexta-feira e o sábado do período pascal.

"A quaresma se encerra, ascende até na quinta-feira santa, às 18 horas e aí à noite, já na quinta-feira santa, que é quando Jesus, deseja, como nos lembra o Evangelho de João, capítulo 13, celebrar ardentemente a Páscoa com os seus amigos, os discípulos", destaca o religioso.

É naquela última ceia que Jesus lava os pés dos discípulos como um gesto de serviço, concretizando a missão de Cristo, sendo o serviço e a doação — valores levados durante o período da Quaresma. A celebração de quinta-feira, no entanto, é um pouco diferente do comum.

Não tem canto final, não tem bênção final, como é o costume ter. As toalhas são retiradas do altar, as imagens cobertas. Então, a igreja começa a viver um profundo drama, porque sabemos que depois que Jesus ceia com os discípulos, Ele vai para o Jardim das Oliveiras para sofrer. Dali vai seu sangue, como diz o Evangelho. [...]E aí, nos encaminhamos para sexta-feira”, continua Patrick.
Imagem ilustrativa de Jesus na cruz - Foto de nidan, via Pixabay

A sexta-feira

A Sexta-Feira Santa se inicia como um dia de luto para os fiéis, onde todos se recolhem para viver o drama da morte de Jesus. Inclusive, não há missas, apenas uma celebração da paixão de Jesus às 15 horas da tarde.  

“É um ofício que a gente lembra a morte do nosso Senhor. Foi justamente a hora que ele morreu. Jesus foi crucificado, como nos lembra o Evangelho, às 9 horas. Ao meio-dia, houve escuridão por toda a terra. E ele padece, se entrega o Espírito às 15 horas. Então, é nesse horário, às 15 horas, que celebramos a sua paixão”.

“A Eucaristia que comungamos nesse dia é da reserva que foi consagrada na quinta-feira. Então, não há celebração dos sacramentos, porque nós estamos relembrando a morte de Jesus naquele momento?” continua Patrick.

“Até as luzes da igreja a gente costuma deixar apagadas. O altar sem toalhas. As imagens cobertas. Estamos vivendo essa dor, essa angústia do esposo que nos é tirado, que vai ser crucificado. É uma celebração dividida em três partes. Primeiro, ali, a celebração da palavra. Iremos escutar. Depois, o beijo da cruz, né? A adoração à Santa Cruz. E, por fim, o rito ali da comunhão com essa reserva que a gente consagrou na quinta-feira.”, diz o padre.

Imagem ilustrativa de cruzes - Foto de dfbailey, via Pixabay

Uma das principais características da Sexta Santa é o jejum, a prática de se abster de algo visando uma oferta, assim como a de Cristo. Segundo o padre, a caridade cristã se baseia na ação de pensar no outro, então, é um dia de oração para oferecer um coração solidário a Cristo.

Pode ou não pode?

O jejum, entretanto, precisa ser levado ao pé da letra. Além da abstenção da carne vermelha, é importante lembrar que jejum se aplica durante todo o dia, realizando poucas refeições (o suficiente para se manter em pé), mas controlando a quantidade daquilo que é “permitido”, como o peixe, por exemplo.

“Existem dois dias no ano que o jejum é obrigatório. Que é a Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira da Paixão. Só que, às vezes, as pessoas costumam confundir. Acham que fazer jejum é se abster de carne vermelha”. Ele ainda ressalta que o importante é realizar o jejum como um ato de sacrifício, sem comer “toneladas de comida”. “Isso, claro, com exceção das crianças, idosos e pessoas que têm algum problema de saúde".

Imagem ilustrativa de peixe, geralmente comido na data em questão - Foto de RitaE, via Pixabay

O padre ainda conta que existem tradições religiosas e superstições, e que não podemos confundi-las:

Por exemplo, eu lembro dos meus pais, dos meus avós falando isso. Dia de sexta-feira santa não pode assoviar. Não pode cantar, sabe? Então, assim, são superstições. Mas existe aquilo que é religioso. A prática do jejum. Ser um dia de oração. Então, é bom que você viva dentro da sua casa essa religiosidade da sexta-feira santa. Até cobrir as imagens também que tem na sua casa na sexta-feira. Viver o jejum. Ser um dia de oração. E, principalmente, também participar da celebração da paixão de Jesus”.

Confira a entrevista completa com o padre Patrick no post abaixo: