O vocalista do Charlie Brown Jr. faleceu há dez anos, deixando um legado de músicas, frases e até filmes
O conjunto musical Charlie Brown Jr. angariou milhares de fãs pelo Brasil entre o final da década de 1990 e início do século 21 ao misturar os elementos do surf rock californiano com a brasilidade que levou a cidade de Santos, no litoral de São Paulo, ao assinar as inspirações das letras e melodias lembradas até os dias atuais.
Liderada por Alexandre Magno Abrão, o popular Chorão, a banda chegou a ter sua formação inteiramente desfigurada ao longo dos anos em atividade devido à troca de músicos, mas com o vocalista sempre firme na posição de compositor e showman. Foi com a morte dele que, no ano de 2013, a banda encerrou suas atividades, restando o legado musical das canções, distribuídas em 10 álbuns de estúdio.
Contudo, além das criações artísticas, Chorão deixou para trás uma curiosidade pouco conhecida relacionada justamente ao seu nome; qual era a origem do apelido que o tornou famoso nacionalmente? Tal curiosidade pôde ser finalmente sanada durante uma rara entrevista, gravada no ano de 2001.
Naquele ano, sua banda lançava o disco ‘100% Charlie Brown Jr. - Abalando a Sua Fábrica’ e, entre os eventos de divulgação, participaram do ‘Programa do Jô’, talk show noturno então transmitido pela TV Globo. O apresentador Jô Soares, curioso com os nomes dos membros, aproveitou para sanar a dúvida.
Na ocasião, estava o vocalista junto dos integrantes da formação clássica do Charlie Brown Jr. O baterista Renato Pelado revelou que o apelido vinha do hábito de andar sem roupas pela casa durante a infância.
O baixista Champignon, cujo nome de batismo era Luiz Carlos, fez questão de entrar na brincadeira, explicando que ao cultivar um cabelo volumoso durante a juventude, foi comparado com um cogumelo. Restou Chorão, que explicou a origem do apelido, diretamente ligada ao seu passado como atleta de skateboarding.
A galera do skate sempre bota apelidos e tal, e eu era meio tímido, ficava só olhando. Então, passou um cara um dia e falou, ‘Pô, não chora, anda de skate’. Aí passou outro, ‘Não chora, anda de skate’. Aí pegou Chorão. Eu comecei a andar mas o Chorão ficou”, explicou.
O apelido não apenas pegou, como Alexandre aderiu o Chorão ao se apresentar na época em que competia como skatista profissional, chegando a ser vice-campeão paulista na modalidade freestyle, chegando a disputar o torneio nacional entre o final da década de 1980 e início de 1990, como noticiou a ESPN.
