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Matérias / Curiosidades

Argentavis magnificens: Como voava a maior ave alada que já existiu?

O gigantesco animal, considerado a maior ave que já voou, viveu há 6 milhões de anos na Argentina

Éric Moreira Publicado em 12/01/2023, às 18h00

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Ilustração de como seria o Argentavis magnificens, a maior ave voadora que já existiu - Imagem por Radomil pelo Wikimedia Commons
Ilustração de como seria o Argentavis magnificens, a maior ave voadora que já existiu - Imagem por Radomil pelo Wikimedia Commons

Muitas pessoas até hoje não entendem como algumas aves conseguem alçar voo, considerando-se que toda a morfologia do animal, além de sua aerodinâmica, realmente dependeram de milhões de anos para se formarem como é hoje, de forma que o atributo nada mais é que resultado da perpetuação das espécies mais adaptadas.

No entanto, um fato sobre aves que muita gente já sabe, que auxilia no voo destes animais, é o fato de possuírem ossos porosos — ou seja, menos densos —, o que diminui consideravelmente seu peso, logo, facilita o voo. Porém, se esse é o caso, como uma ave com o peso de um humano adulto poderia voar? Confira a seguir a curiosa técnica que a Argentavis magnificens, a maior ave voadora que já existiu, utilizava para voar, há 6 milhões de anos:

Argentavis magnificens, maior ave voadora que já existiu
Argentavis magnificens, maior ave voadora que já existiu / Crédito: Imagem por Radomil pelo Wikimedia Commons

Argentavis magnificens

Embora o título de maior ave já existente pertença à Dromornis stirtoni — uma extinta ave australiana, que parecia consideravelmente uma espécie ancestral de avestruz com 3 metros de altura —, os exemplares desta espécie não conseguiam voar, devido a seu tamanho e peso, mais de 450 kg. No entanto, a maior ave que podia voar no passado tinha um peso bem mais singelo: apenas cerca de 70 kg, o peso de um humano adulto.

O Argentavis magnificens viveu há aproximadamente 6 mihões de anos na região onde hoje se encontra a Argentina. Como já mencionado, seu peso era equivalente ao médio de um humano adulto de hoje em dia, mas, embora consideravelmente leve, ainda era um gigante nos ares: seu tamanho era mais ou menos o mesmo de um pequeno avião Cessna 152, utilizado em treinamentos de pilotos.

Avião do modelo Cessna 152
Avião do modelo Cessna 152 / Crédito: Foto por Md Shaifuzzaman Ayon pelo Wikimedia Commons

Estratégia de voo

De acordo com um estudo desenvolvido por cientistas da Universidade Tecnológica do Texas, com auxílio de programas de computador que normalmente são utilizados para análises da aerodinâmica em aeronaves, o voo da maior ave alada já existente pode ser explicado por uma estratégia consideravelmente simples, que alguns animais de hoje em dia também utilizam: ela não voava, de fato, pois se tratava de um planador.

Devido ao tamanho do grande predador, essa espécie não tinha forças para voar com as próprias asas e, por isso, planava — assim como fazem os condores. Segundo os cientistas, como informado pelo g1 em 2007, a ave provavelmente dependia de correntes de ar quente para se manter nos ares e, para decolar, usava penhascos ou mesmo desníveis de terreno, além de contar com auxílio do vento.

Espécie de condor planando
Espécie de condor planando / Crédito: Foto por Colegota pelo Wikimedia Commons

A estratégia utilizada foi desvendada a partir da análise de dados sobre a força dos ossos e dos músculos da ave em um programa de computador usado para fazer simulações de voo. Os números, por sua vez, foram retirados de observações de fósseis descobertos do Argentavis magnificens.