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Matérias / Personagem

"A beira da loucura": a vida infernal de Edvard Munch

Encarando o alcoolismo e a ansiedade, o artista responsável pela obra O Grito teve um segundo obstáculo: os nazistas

Caio Tortamano Publicado em 12/09/2020, às 08h00

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Edvard Munch (à esqu.) e a obra O Grito (à esqu.) - Wikimedia Commons
Edvard Munch (à esqu.) e a obra O Grito (à esqu.) - Wikimedia Commons

Uma figura insólita com expressão de desespero em um ambiente cheio de cores vibrantes. Essa definição da obra O Grito, de Edvard Munch, pode exemplificar não somente o sentimento do movimento expressionista, bem como toda a angústia sentida por Munch em vida.

O norueguês era um notório beberrão, que viveu boa parte da sua vida encarando os problemas do alcoolismo e os obstáculos de um espírito briguento. Em 1908, quando já era um pintor reconhecido no auge de seus 45 anos, sua ansiedade tornou-se ainda mais aguda. Chegou a reconhecer a bagunça que vivia: "Minha condição estava à beira da loucura - era definitivo". 

O desespero

Procurando ajuda, o pintor se internou na clínica do doutor Daniel Jacobson, onde passava por dietas únicas e tratamentos — que não chegavam a ser funestos como terapias de eletrochoque. Aparentemente, esse hiato e os tratamentos surtiram efeitos positivos em Edvard, que retornou à Noruega em 1909, trabalhando com obras muito menos pessimistas e mais coloridas.

As obras de Munch são notáveis por, muitas vezes, capturarem sentimentos melancólicos de pessoas doentes no leito de morte. Essa nova fase das pinturas parecia condizer com um novo estilo de vida do norueguês.

A obra O Grito /Crédito: Wikimedia Commons

Os trabalhos do artista pareciam mais atraentes para colecionadores e o público em geral, tanto que galerias e acervos começaram a comprar suas telas, o levando ao título de Cavaleiro da Ordem Real de St. Olav — a mais alta ordem da cavalaria da Noruega —, pelos serviços prestados à arte.

Novos horizontes

Uma das medidas que o doutor Jacobson recomendou para seu paciente era evitar amizades indesejadas, e evitar beber em público. Seguindo essas dicas, Munch se tornou muito mais popular, trabalhando com cores alegres, e reduzindo o uso de cores mais fortes e tons escuros. Assim conseguiu comprar diversas propriedades com a nova renda.

O pintor Edvard Munch por volta de 1933 / Crédito: Wikimedia Commons

Com a explosão das guerras na Europa, especialmente com a ascensão nazista, que ceifou muitos dos compradores de obras de Munch, o artista se mudou para uma casa isolada no bairro nobre de Skoyen, em Oslo. Foi lá que passou os últimos 20 anos de sua vida.

Seus trabalhos contemplavam o cotidiano rural, mas também envolviam muitos nus artísticos de modelos femininas — algumas com as quais Munch teria se relacionado sexualmente. As suas saídas de casa eram, basicamente, quando recebia encomendas de murais.

Contradição nazista

No auge do nazismo, já a caminho da guerra, o governo alemão começou a realizar verdadeiras caçadas contra obras de artistas considerados disruptivos, tais como Picasso, Matisse, Gauguin, que tinham uma visão moderna da arte e que, na verdade, se opunham ao governo autoritário da Alemanha. Munch estava dentro desse seleto grupo, e 82 se duas obras foram retiradas de museus do país.

Em 1940, Hitler invadiu a Noruega. Parecia um alerta para Edvard, que tinha muito medo do que podiam fazer com ele. Com 76 anos, o pintor vivia amedrontado de ter o seu trabalho confiscado por soldados alemães. Não era em vão, ao lado de outros colecionadores, ele já havia recuperado 71 das obras confiscadas.

Suas obras permaneceram escondidas, incluindo O Grito, e conseguiram sobreviver até o final da guerra e da ocupação da Alemanha. Munch faleceu em sua casa, em 1944 pouco depois de ter completado 80 anos de idade.


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