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Matérias / Personagem

Colheres dobradas e desconfiança: Uri Geller, o telepata atestado pela CIA

Acusado como charlatão e estudado por diversos especialistas, o misterioso israelense ficou famoso nos anos 1970 por seus supostos poderes sobrenaturais

Pamela Malva Publicado em 31/05/2020, às 09h00

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Foto recente de Uri Geller com colher torcida em mãos - Divulgação/Uri geller
Foto recente de Uri Geller com colher torcida em mãos - Divulgação/Uri geller

Sempre que um novo ilusionista, telepata ou mágico surge na indústria do entretenimento, suas capacidades são julgadas por céticos e profissionais da área. Com Uri Geller, por exemplo, as coisas não foram diferentes.

Nascido em dezembro de 1946, em Tel Aviv, e naturalizado na Inglaterra, o jovem era filho do militar aposentado Itzhaak Geller e da jovem Margaret "Manzy" Freud. Pelo nome da mãe, inclusive, alegava ser um parente distante de Sigmund Freud.

Criado em Israel, Uri mudou-se com a família para o Chipre, onde cursou o ensino médio e aprendeu inglês. Aos 18 anos, seguiu os passos do pai e alistou-se no Exército de Israel. Foi apenas mais tarde, então, que suas habilidades inusitadas conquistaram o mundo.

Uri Geller aos 18 anos, no Exército de Israel / Crédito: Divulgação/Uri Geller

De outro mundo

Liberado do exército, Uri trabalhou como modelo fotográfico, entre 1968 e 1969. Em seguida, anunciou que teriasido presenteado com poderes sobrenaturais e passou a se apresentar em bares, casas de shows, teatros e bases militares.

Nas performances, Uri fazia truques de psicocinese, radiestesia e telepatia. Seu ato favorito era a deformação de colheres, cujos cabos ele dobrava apenas com o poder da mente. Em pouco tempo, o suposto super-humano conquistou a televisão de Israel.

Na década de 1970, Uri começou a reproduzir seus números mais famosos em programas dos Estados Unidos e em países da Europa. Nesse momento, chamou atenção da comunidade científica e aceitou fazer parte de diversos testes.

Uri Geller em uma de suas apresentações / Crédito: Divulgação/Uri Geller

As máscaras de um mago

Conforme Uri ganhava repercussão na mídia, outros mágicos e diversos céticos começaram a questionar suas capacidades sobrenaturais. James Randi, por exemplo, teorizava que os truques do israelense não se passavam de ilusões de palco.

Além de Randi, outros personagens como Richard Feynman e Martin Gardner passaram a observar cada movimento de Uri, a fim de desmascará-lo. Muitos afirmavam que ele usava de técnicas de desvio de atenção em seus shows surpreendentes.

Em sua autobiografia, Minha Vida, Uri Geller assumiu que alguns de seus atos eram, de fato, truques de mágica. Mas afirmou que as performances falsas, encorajadas por seu gerente, eram feitas no começo da carreira apenas para garantir shows mais longos. 

Em 2017, a CIA tornou pública uma coleção de estudos sobre as várias capacidades paranormais de Uri Geller. Nos documentos, a agência afirmava que, quando testado, o suposto telepata "exibiu habilidade perceptiva paranormal de modo contundente".

Uri na frente de um bonde que ele alegava ter paralizado / Crédito: Divulgação/Uri Geller

Fonte de poder

Desde início, Uri afirmava que seus poderes paranormais foram dados a ele por extraterrestres e que cada feito seu dependia de sua força de vontade. Com essas afirmações, foi convidado pelo parapsicólogo Andrija Puharich para alguns testes.

Em seu primeiro encontro, Andrija afirmou que Uri era um verdadeiro médium, em 1971. Sob os efeitos da hipnose, o telepata chegou a afirmar que havia sido enviado à terra por extraterrestres — mais tarde, Uri acabou por negar as afirmações espaciais.

Ainda assim, sua autenticidade seguiu como um alvo de dúvidas. Em 1976, por exemplo, seus shows foram analisados por diversos especialistas em artigos reunidos por Charles Panati na obra The Geller Papers (Os papéis de Geller). Tais textos demonstram que os atos psíquicos de Uri poderiam ser facilmente reproduzidos por magia de palco.

Uri Geller com sua esposa, Hannah, e seus dois filhos / Crédito: Divulgação/Uri Geller

A vida pessoal de um figurão

No começo dos anos 2000, ainda reconhecido pela mídia, Uri passou a fazer parte de múltiplos programas sobre poderes sobrenaturais. Estrelou, assim, em reality shows em Israel, na Alemanha e nos Estados Unidos.

A vida sob os holofotes garantiu amizades com o mágico Criss Angel e com Michael Jackson — que foi padrinho de Uri em sua renovação de votos, em 2001. Fluente em hebraico, húngaro e inglês, o suposto telepata publicou um total de 16 livros.

Uma vez tendo sofrido de anorexia nervosa e bulimia, Uri casou-se com Hannah Shtrang e teve dois filhos. Hoje, aos 73 anos, vive com sua família em Jaffa, em Israel e não mais alega ter poderes sobrenaturais — ainda que eles continuem existindo —, mas afirma que sempre quis se divertir e entreter seus espectadores.


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