Encontrado em 2014, o esqueleto de homem do século 13 revelou que o medo da criatura fictícia era muito comum no passado
Fabio Previdelli Publicado em 27/11/2021, às 08h00
Na cultura popular, os vampiros são comumente associados a criaturas que se alimentam da essência vital das pessoas, na maioria das vezes essa representação vem sob a forma de sangue das mesmas.
Seja um morto-vivo ou um ser que depende de tal elemento para se manter vivo, os vampiros se tornaram populares no início do século 19, embora existam relatos em tempos tão longínquos quanto a pré-história, conforme aponta Brian J. Frost em ‘The Monster with a Thousand Faces: Guises of the Vampire in Myth and Literature', publicado pela Universidade de Wisconsin.
O fato é que a lenda sobre o personagem que sugava sangue do pescoço de suas vítimas se tornou muito popular na Europa Oriental e na região dos Balcãs. O que aumentou a superstição de diversos povos passados.
Em 1819, com a publicação do romance ‘The Vampyre’, de John Polidori, estabeleceu-se a figura de um vampiro mais carismático e sofisticado. Entretanto, é a obra de Bram Stoker, em 1897, que moldou a representação que conhecemos ainda hoje.
Para se ter uma ideia, existiu um tempo em que o medo de vampiros se tornou tamanho, que pessoas chegavam a fazer rituais para que cadáveres não ressuscitassem no meio da noite e atacassem a população.
Um desses casos foi relatado em uma descoberta feita na Bulgária, nação balcânica, em outubro de 2014. Relembre!
Conhecido como ‘Indiana Jones da Bulgária’, conforme aponta matéria publicada pelo jornal o Globo, o professor Nikolai Ovcharov dedica parte de seu tempo em busca de desenterrar os mistérios de antigas civilizações.
Enquanto escavava as ruínas do templo de Perperikon, que fica a sudoeste de Sofia, capital da Bulgária, e perto da fronteira com a Grécia, o arqueólogo fez uma incrível descoberta: uma ossada humana que possuía uma estaca cravada na região do coração.
Além do mais, uma parte da perna esquerda, abaixo da região do joelho, também havia sido removida. A parte havia sido deixada ao lado do esqueleto, que data do século 13, período em que as pessoas acreditavam que um vampiro só poderia ser morto caso fosse apunhalado no coração, segundo explica a BBC.
Em entrevista ao The Telegraph, Nikolai explicou que tal ritual só era feito em pessoas que morriam em circunstâncias tidas como fora do comum, como em casos de suicídio, por exemplo.
Esses esqueletos apunhalados com estacas ilustram uma prática comum em algumas aldeias búlgaras até a primeira década do século 20", explicou Bozhidar Dimitrov, que dirige o Museu de História Nacional de Sofia, à BBC.
Estabeleceu-se que a vítima do ritual seria um homem que tinha entre 40 e 50 anos de idade quando faleceu. A barra de ferro que estava fincada em seu coração pesava cerca de um quilo.
Fora o ‘vampiro’, outra descoberta na região também surpreendeu Nikolai Ovcharov. Trata-se dos restos mortais de uma mulher e uma criança que foram colocados para descansar eternamente em uma pose semelhante à de Maria e Jesus.
Segundo o pesquisador, o enterro teria sido planejado dessa maneira pois seguia uma superstição da época, que servia para afastar a peste bubônica, que já começava a fazer vítimas na região naquele período.
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