Representação em 3D demonstra como humanos podem parecer no ano 3000, com os avanços da tecnologia
Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 26/11/2022, às 17h00
A evolução sempre foi um processo muito intrigante ao ser estudado por diversos pesquisadores pelo mundo, ainda mais visto que ela pouco pode ser percebida entre os humanos, já que são necessários séculos ou mesmo milênios para que pequenas mudanças ocorram.
Porém, uma questão que provoca diversas dúvidas entre pesquisadores até hoje é sobre como seriam os humanos do futuro — caso a humanidade suporte tempo suficiente —, considerando os impactos que a tecnologia tem na nossa vida, e deve ir tendo cada vez mais com o tempo.
Mas para tentar responder a essa questão, a empresa de telecomunicações internacionais Toll Free Forwarding produziu uma representação em 3D de como podem ser os humanos no futuro, e como o corpo sofreria alterações devido à presença das novas tecnologias no dia a dia.
Chamada de Mindy, a representação em 3D mostra um ser humano com as costas mais arqueadas que a das pessoas de hoje, além de um pescoço mais largo, ambas características causadas pelo uso excessivo de aparelhos digitais. De acordo com informações do Estadão, a ilustração simula como pode ser uma pessoa de por volta do ano 3000.
Além disso, as mãos de Mindy apresentam um formato de garra — justificado pela posição com a qual as mãos ficam para que ocorra a digitação, especialmente nos celulares —, e uma segunda pálpebra também é sugerida como proteção extra à iluminação dos aparelhos eletrônicos.
Apesar de a reprodução parecer chocante e assustadora, alguns outros especialistas apontam que provavelmente Mindy é apenas um exagero, e que todas essas mudanças seriam impossíveis até um período tão próximo — em escala evolutiva — como o ano 3000. Segundo eles, a imagem se trata mais de um alerta sobre como a humanidade pode vir a parecer, do que como uma previsão, de fato.
Acredito que o estudo foi feito mais como uma forma de alerta do que como uma previsão do que vai acontecer", defende o médico Ricardo Paletta, oftalmologista e presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), ao Estadão.
Além disso, o médico explica também que o surgimento de uma nova pálpebra em um período de apenas 800 anos seria quase impossível, se considerando como ocorreram os processos evolutivos ao longo da história da humanidade.
Assim como Paletta, o médico ortopedista do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da USP, Ivan Rocha, não acredita que a representação descreva exatamente um exemplar humano do ano 3000. Para ele, mesmo que Mindy apresente questões já identificadas, como problemas de postura e as mãos em garra, ela desconsidera os avanços científicos, até então.
"Essa estimativa pressupõe que problemas na postura podem passar para os nossos descendentes como características mais adaptáveis. A projeção pode ter um fundo de verdade, mas não é assim que aconteceria", afirma. Ou seja, mesmo que a humanidade pareça estar fadada a um futuro doloroso, com adaptações que representem o que seriam, hoje, problemas, possivelmente grandes mudanças como as mencionadas devem demorar ainda mais que mil anos para surgirem.
Porém, ainda é extremamente importante, com certeza, maior cuidado com o uso de celulares e das demais tecnologias, além de se manter um estilo de vida em que se movimenta o corpo, realizando alongamentos e atividades físicas regulares.
