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Matérias / Mundo

De 1999 a 2020: 10 episódios que mudaram o mundo enquanto Putin está no poder

O governante russo está no poder há mais tempo que o próprio século 21, assistindo a eventos como o 11 de setembro e a crise econômica mundial

André Nogueira Publicado em 07/05/2020, às 11h47

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Durante a Guerra Civil, protesto defende Bashar al Assad na Síria - Wikimedia Commons
Durante a Guerra Civil, protesto defende Bashar al Assad na Síria - Wikimedia Commons

Vladimir Putin governa a Rússia desde a renúncia de Boris Yeltsin em 1999. Seja como comandante prático, presidente ou primeiro-ministro, está sempre articulando o país politicamente para concentrar o poder em si. Tão antigo quanto o milênio, seu governo, marcado pelo conservadorismo e o centralismo, viu as grandes mudanças que fundaram o século 21.

Das crises políticas ao colapso econômico mundial, Putin comandou o maior país do mundo em intervenções diversas de conflitos em todos os continentes, além de aumentar o atrito com os EUA em seus mais diversos quadros, desde os governos da ala velha dos republicanos, ascensões democratas, incluindo o primeiro presidente negro de país, até o retorno dos conservadores com Donald Trump.

Confira os principais acontecimentos que mudaram o mundo enquanto Putin governava.

1. Atentados ao World Trade Center (2001)

11 de setembro / Crédito: Getty Images

No dia 11 de setembro de 2001, ocorreu aquele que muitos colocam como o marco inicial do século 21: num ataque coordenado pelo grupo fundamentalista Al Qaeda, aviões colidiram com o grande centro de negócios WTC, conhecido como Torres Gêmeas, gerando milhares de mortes. O atentado foi comandado pelo terrorista Osama Bin Laden contra aquele que era o maior símbolo do Império Americano, em sua associação política com o empresariado.

Os ataques ao WTC ocorreram concomitantemente a outro, falho, contra o Pentágono. Inicialmente, dois aviões comerciais foram sequestrados por homens-bomba da unidade islâmica e foram direcionados aos alvos. Após a colisão com a Torre Sul, a aeronave explodiu e, pouco mais de uma hora depois, a estrutura desabou. Após o ocorrido, os EUA participaram de novas empreitadas de ocupações de países do Terceiro Mundo e anunciaram como legítima a Guerra ao Terror.

2. Guerra da Ossétia (2008)

Tanque russo durante a guerra / Crédito: Wikimedia Commons

Durante campanhas separatistas de uma região da Geórgia, ao Sul da Rússia, chamada Ossétia, as tensões aumentaram desencadeando uma guerra. O local já havia sido alvo de um conflito nos anos 1990, gerando grande ressentimento contra uma dominação russa na região, que passou a fazer parte do vizinho do Cáucaso. Novos bombardeios contra os georgianos levaram a uma intervenção do governo Putin contra a Geórgia, gerando uma guerra oficial que, rapidamente, teve participação dos EUA.

A guerra durou cinco dias, resultando na vitória dos russos e do setor sul da Ossédia, impedindo a dominação georgiana (apoiada pelos EUA) e a declarando a independência do local, mesmo que juridicamente ela pertença ainda à Geórgia. O conflito foi marcante internacionalmente por destacar uma nova fase das relações diplomáticas entre Rússia e EUA, caracterizados pelo atrito e pelo antagonismo nos apoios a movimentos políticos mundiais, como ocorrerá na Síria, no Irã, na Palestina e muitos outros lugares.

3. Crise Econômica Mundial (2008)

Fila em banco na Inglaterra / Crédito: Wikimedia Commons

Inicialmente uma pequena bolha especulativa nos Estados Unidos acabou, em 2008, estourando numa gigante crise economia no mundo em 2008, levando ao que muitos chamaram de Nova Grande Depressão, criada pelo capital especulativo. O epicentro do ocorrido foi uma serie de transações no mercado imobiliário dos EUA que, movidos pelo não pagamento de dividas mantidas por fundos financeiros de crédito.

Com a alta das taxas de juro nos EUA, causada pela alta procura dos créditos para compra de imóveis, o preço desses produtos aumentou, os endividados não conseguiram pagar os bancos e houve uma descapitalização em massa. Isso gerou uma reação em cadeia, que resultou na quebra de bolsas de valor no mundo desenvolvido, desvalorização de diversas moedas, baixa no preço de diversas commodities e acabou criando cenários de instabilidade econômica pelo globo.

4. Primavera Árabe (2010)

Na Tunísia, o evento ficou conhecido como Revolução de Jasmim / Crédito: Wikimedia Commons

Iniciada na Tunísia, que sofreu com uma série de grandes protestos populares contra o ditador Zine Ben Ali, o mundo árabe viveu um quadro alastrado de manifestações em prol da queda de déspotas que governavam há décadas. A Tunísia foi o único país que conseguiu, a partir da revolução, criar uma democracia, enquanto outras nações passaram por novos golpes e conflitos civis que, em alguns casos, sequer acabaram.

A Primavera Árabe, como ficou conhecida, tomou Egito, Líbia, Sudão, Argélia, Síria, Iraque, Bahrein, Jordânia, Omã, Iêmen, Líbano, Mauritânia, Arábia Saudita e outros países, em menor escala. Como resultado, nomes poderosos, como Hosni Mubarak, do Egito, e Ali Abdullah Saleh (Iêmen) caíram. O fato desencadeou grandes mudanças na geopolítica continental e embaralhou o equilíbrio de forças no mundo.

5. Guerra Civil na Síria (2011)

Soldado em Damasco / Crédito: Wikimedia Commons

Uma das consequências dos protestos da Primavera, além de movimentos separatistas curdos e influências dos EUA e Rússia no Oriente Médio foi a declaração de guerra entre movimentos rebeldes contra o governo do ditador Bashar al-Assad, apoiado por Putin. Em meio à confusão, entrou também no conflito o Estado Islâmico, movimento fundamentalista que declarou a emergência de um califado sunita. Ou seja, o país entrou numa Guerra Civil que dura até hoje.

Os quadros da Guerra Civil na Síria já mudaram bastante desde seu início, o que vai desde a derrota do ISIS no país até o aumento da influência turca no país, além do aumento do controle do governo Assad nas áreas rebeldes, a influência do conflito no mercado de petróleo mundial e a destruição de importantes sítios arqueológicos da Antiguidade.

6. Invasão da Líbia (2011)

Muammar Gaddafi / Crédito: Gatty Images

A Líbia de Muammar Kadhafi era considerada uma das maiores ameaças à hegemonia do eixo EUA-Europa na África e no Oriente Médio. O famoso ditador projetava planos de emancipação regional e represálias aos europeus, reabastecendo as economias do mundo árabe. Isso levou à decisão da OTAN, em 2011, de aproveitar uma série de protestos populares contra o poder de Kadhafi e invadir o país em busca da cabeça do soberano.

O movimento levou à queda de Kadhafi e o início de uma guerra civil que dura até hoje, além da ocupação dos maiores centros do país, um dos maiores produtores de petróleo do mundo. Em meio à crise, Kadhafi fugiu, mas foi encontrado por um grupo de rebeldes que o mataram em um linchamento coletivo e expuseram seu corpo em praça pública. O cenário modificou complemente a geopolítica mundial, aumentando o poder do Ocidente sobre a África e fortalecendo a Zona do Euro.

7 Renúncia do Papa Bento XVI (2013)

Papa Bento XVI / Crédito: Wikimedia Commons

Joseph Ratzinger foi um dos mais polêmicos pontífices dos tempos modernos, não só por seu passado sómbrio no Terceiro Reich, mas também por suas relações com cardeais criminosos e retomada da guinada conservadora da Igreja. O clérigo, que assumiu o nome de Bento, reiniciou em 2013, alegando problemas de saúde, fato que não ocorria há séculos. O caso chocou o mundo e abalou a fé católica.

Para além das questões pessoais de saúde, outros eventos podem explicar a saída de Bento XVI. Entre elas, as polêmicas relativas aos escândalos de pedofilia acobertados pelo papa e uma pressão do Vaticano em modificar sua fase pública, que era abalada pela falta de carisma do alemão numa época em que o catolicismo perdia muitos seguidores (principalmente para as fés evangélicas).

Além disso, o papado de Bento foi muito abalado pelo Vatileaks, evento em que diversos documentos do Vaticano foram divulgados, comprovante uma rede de corrupção e nepotismo no interior da Igreja.

8 Tensões na Crimeia (2014)

Crimeia / Crédito: Wikimedia Commons

Em 2014, a península da Crimeia, região estratégia do Leste Europeu, foi reanexada à Rússia após décadas de posse ucraniana, depois que o soviético Nikita Khrushchev favoreceu a doação. Isso fortaleceu movimentos políticos massivos de oposição da capital Kiev que, chamados de Revolução Ucraniana, levaram à crise do governo de Viktor Yanukovytch e consequente queda, favorecendo um alinhamento da Ucrânia em favor da Europa.

Isso esquentou os conflitos entre Europa e Rússia, levando a um novo patamar de atritos, inclusive econômicos, entre o governo Putin (que comanda o maior fornecedor de gás natural para os vizinhos continentais) e o Parlamento Europeu. Na Crimeia, ataques de ambos os lados levaram ao sequestro de diversos barcos (inclusive civis) e ataques bélicos contra bases militares.

9 Reformas Constitucionais em Cuba (2018)

Campanha cubana / Crédito: Divulgação/Facebook

Durante o governo de Raul Castro, Cuba passou por iniciais parâmetros que levaram a, em julho de 2018, anunciar, a partir da Casa Legislativa, uma reforma constitucional radical, que levou a uma maior abertura democrática, reformas de ampliação econômica e estabelecimento de novos direitos civis importantes, incluindo aos LGBT, grupo historicamente perseguido no país. Fato ocorreu em meio às negociações com o governo de Obama pelo fim do embargo econômico à ilha.

Comandada pela participação popular (pela campanha #YoVotoSí), e estabelecida pelos comitês de base criados por Fidel Castro, o programa de reformas estabeleceu uma abertura do mercado ao novo cenário mundial mas um reforço da defesa do socialismo, com amplo apoio popular.

O evento foi um importante acontecimento no mundo, pois provou um esforço do mundo socialista em acompanhar mudanças internacionais em favor da democracia e dos direitos humanos, renovando a face das conjunturas de oposição ao sistema econômico e à hegemonia dos EUA.

10 Ondas de protestos populares (2019)

O movimento dos Coletes Amarelos teve início no início de 2018, na França / Crédito: Wikimedia Commons

No mundo inteiro, o ano de 2019 foi marcado por uma série de protestos contra a ingerência governamental, a liberdade despótica dos grandes grupos empresariais, a crise econômica e o quadro de pobreza no mundo capitalista. Os grandes centros desses protestos foram Chile, França, Brasil, Argélia, Hong Kong, Líbano, Bolívia, Iraque, Sudão e Espanha, que, contra o mercado desregulado e as reformas antipopulares em favor dos grandes grupos econômicos, tomaram os grandes centros com milhares de pessoas.

Segundo Karim Bitar, do Instituto de Ciência Política na Universidade St-Joseph de Beirute, a massa desses protestos era "uma revolução contra o 'Tina'", ou seja, à campanha em favor do comando político dos conglomerados econômicos possibilitado pelo livre mercado (trata-se de uma referência ao lema "There is no alternative", de Margaret Thatcher). Em 2019, os movimentos derrubaram os governos de Abdelaziz Bouteflika (Argélia), Omar Al Bashir (Sudão), Saad Hariri (Líbano), Adel Abdel Mahdi (Iraque) e Evo Morales (Bolívia).


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