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Matérias / Brasil

Em 1972, a morte de Sérgio Cardoso deu vida a uma das maiores lendas urbanas da TV

Segundo os rumores da época, o ator sofreria de uma condição rara que o fazia ter episódios em que se parecia com um cadáver - o que fora a causa de algo ainda pior lhe acontecendo

Ingredi Brunato Publicado em 19/01/2021, às 10h13

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Fotografia de Sérgio Cardoso - Divulgação
Fotografia de Sérgio Cardoso - Divulgação

Ser enterrado vivo é considerado um dos medos mais comuns da raça humana. O horrível cenário aparece em lendas da antiguidade clássica e inspirou a criação de dispositivos em caixões vitorianos, para que possíveis cidadãos enterrados vivos pudessem avisar os outros do erro mesmo que já estivessem debaixo da terra. 

Por isso, quando correu o boato que o ator Sérgio Cardoso havia sido vítima do terrível acontecimento, não demorou para a notícia se espalhar pelo Brasil. 

A saga 

O artista de televisão faleceu em 1972 devido a um ataque cardíaco. Na época, tinha 42 anos de idade e interpretava o protagonista de uma das novelas da Globo. De acordo com o Notícias da TV, em matéria de 2014, reportagens do período documentaram que mais de 15 mil brasileiros teriam marcado presença no funeral do ator, que ocorreu no Rio de Janeiro

Foi então que surgiu o boato que correu como água pelos jornais brasileiros. A lenda dizia que a família de Sérgio decidira exumá-lo, e quando abriram o caixão acabaram se deparando com uma cena perturbadora: o carioca estaria virado de bruços, uma posição diferente daquela em que foi colocado no local. Para deixar tudo ainda mais suspeito, seu rosto estaria repleto de arranhões. 

A falsa explicação para esse evento bizarro seria que Cardoso sofria de uma condição rara chamada catalepsia, em que a pessoa que sofre fica com os membros rígidos durante horas, tal qual um cadáver. Embora seja incapaz de se mover, todavia, ela permanece inteiramente consciente do que lhe acontece. 

Assim, a teoria por trás da notícia falsa seria de que o ator teve um desses episódios, e foi confundido com um morto. A ideia dele percebendo, com terror, o engano de seus entes queridos e sendo colocado para sufocar aos poucos dentro do próprio caixão, preso não apenas dentro da caixa fechada, mas também do próprio corpo, certamente perturbou o imaginário brasileiro por um bom tempo. 

Trecho de filme "A Madona de Cedro", que contou com a presença de Sérgio Cardoso / Crédito: Wikimedia Commons

Fantástico 

Sete anos depois do ocorrido, o Fantástico, programa da emissora Globo, fez uma reportagem abordando o rumor, para finalmente esclarecer o que de fato havia acontecido. O programa entrevistou Manoel Olegário da Costa, que dizia ser um amigo do ator falecido. 

Segundo ele, certa vez Sérgio havia lhe dito que a ideia de ser enterrado vivo lhe apavorava. “Ele disse realmente que tinha medo que isso pudesse acontecer”, disse Costa

Todavia, na mesma reportagem foi também consultada a atriz Nydia Licia, que fora esposa de Cardoso durante uma década inteira. A versão dela era bem diferente: a mulher nunca tinha ouvido falar do autoproclamado amigo de seu marido, e declarou que a família toda do falecido estava farta daquele assunto, que havia causado muito sofrimento a todos. 

Fotografia de Nydia Licia / Crédito: Divulgação/ Itaú Cultural 

“Não conheço esse senhor, não sei se Sérgio o procurou ou se foi uma conversa informal, mas o fato de ter dito na conversa que tinha medo de ser enterrado vivo não quer dizer absolutamente nada”, afirmou, complementando que: “Ele nunca teve catalepsia, certeza absoluta. Não somente jamais manifestou algum sintoma de doença nervosa no período que estivemos casados nem depois. O povo pode comentar, mas não é verdade”. 

“Sérgio faleceu no dia 18 de agosto de 1972 e ponto final. Ninguém tem dúvida, nem os médicos, nem a família. O resto do público eu espero que não tenha mais”, declarou ela ainda, buscando encerrar a lenda a respeito de seu marido falecido de uma vez por todas.


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