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Matérias / Personagem

George: o esquecido — e polêmico — duque de Kent

Além de uma vida marcada por rumores, o duque também acabou encontrando um fim trágico em 1942

Caio Tortamano Publicado em 21/05/2020, às 15h33

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Príncipe George, o Duque de Kent - Wikimedia Commons
Príncipe George, o Duque de Kent - Wikimedia Commons

Nascido em dezembro de 1902, o Príncipe George, duque de Kent,  filho do Rei Edward VII e a Rainha Alexandra, era o quinto na linha de sucessão ao trono britânico. À frente dele estavam seu pai, e seus irmãos Edward, Albert e Henry. Historicamente, membros da família real com possibilidades mínimas de ascender ao trono apresentam um histórico comportamental notório, e George não foi uma exceção.

Casou-se com sua prima em segundo grau, a Princesa Marina da Grécia e Dinamarca, e, para isso, foi nomeado com os títulos de duque de Kent, Conde de Saint Andrews e Barão Downpatrick. A união resultou no nascimento de três filhos, Edward, Alexandra e Michael.

Duque de Kent e sua esposa / Crédito: Wikimedia Commons

A trajetória de George foi marcada pelas polêmicas que rondaram o seu círculo íntimo. Por exemplo, eram fortes os rumores na época de que o membro da família real tinha um caso com a artista britânica Jessie Matthews, uma das maiores figuras da música no período da década de 20 e 30.

Rumores

Matthews se casou com três homens diferentes ao longo de sua vida, e todas as suas relações eram exploradas de perto pelos tabloides. Principalmente a que teve com Sonnie Hale, com quem começou a se relacionar enquanto o ator era casado. Logo, não seria impeditivo nenhum para George ter um caso com a talentosa cantora.

No entanto, o duque acabou sendo alvo de relacionamentos controversos. Supostamente, ele teria tido uma relação com o escritor e jornalista Cecil Roberts, e com o dramaturgo e artista Noël Coward — que era homossexual, mas nunca chegou a se assumir. Todavia, a informação acabou sendo desmentida anos depois por Graham Payn, namorado do artista. Mas as polêmicas não acabaram aí.

Drogas

Além dos problemas extraconjugais  — que ocorreram com outros membros da família real —, George teria um problema sério com drogas, especialmente morfina e cocaína. Os rumores começaram quando o inglês iniciou uma amizade com a socialite americana Kiki Preston.

Edward, irmão do príncipe, tentou livrar o irmão do vício, e, pra isso, foi diretamente tratar do problema com Preston. Durante uma visita da americana ao irmão, Edward obrigou a mulher a deixar a Inglaterra no verão de 1929 e nunca mais se encontrar com George. 

Kiki teria, inclusive, tido um filho fora do casamento com George, o que foi amplamente abafado de toda a história, que já não beneficiava nenhum dos dois. Ela teve um filho chamado Michael Temple Canfield, que supostamente era adotado, mas que até mesmo os irmãos de George pensavam se tratar de um filho do membro real.

Aviação

Voar era uma das paixões do duque de Kent, tanto que foi o primeiro da família real a atravessar o Oceano Atlântico pilotando um avião. Em 1937, George se tornou capitão da Força Aérea Real.

George pouco antes de embarcar na sua travessia ao Oceano Atlântico / Crédito: Wikimedia Commons

Porém, seria esse amor pela profissão o fator responsável pelo seu triste e precoce fim. Em 1942, enquanto estava num voo para a Islândia, sem nenhum motivo oficial, a aeronave se chocando num rochedo na Escócia.

Quase todos os tripulantes do avião anfíbio acabaram morrendo, incluindo George, então com apenas 39 anos. Essa foi a primeira morte em 450 anos de um membro da família real enquanto em serviço.


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