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Matérias / Personagem

Da Batalha dos Sexos ao caos da vida íntima: Billy Jean, a primeira tenista a assumir a homossexualidade

Durante sua trajetória, a mulher ganhou os olhos do público ao lutar bravamente pelo direito das mulheres e igualdade dos sexos

Nicoli Raveli Publicado em 11/05/2020, às 16h00 - Atualizado às 16h30

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A tenista Bilie Jean King - Divulgação
A tenista Bilie Jean King - Divulgação

Bilie Jean King, que se interessou e aprendeu a jogar tênis nas quadras públicas da Califórnia, construiu uma notória carreira no esporte. Seu grande desempenho nos jogos resultou em 129 títulos e 39 Grand Slams, eventos anuais mais importantes do tênis.

Suas conquistas, todavia, não pararam por aí. A profissional se destacou como a mais importante tenista feminina, já que lutou bravamente na década de 1970 pelos direitos humanos, igualdade entre os sexos e inclusão das minorias.

A conturbada vida pessoal e profissional

King não ganhava os olhos do público somente por sua profissão e por sua luta. Em meio a sua vida caótica, a mulher passou por um aborto quando ainda era casada com Lawrence King.

O que se esperava ficar somente entre o casal, porém, veio à tona quando seu marido decidiu espalhar a fofoca a inúmeros veículos de notícias, sem a permissão de sua companheira. Posteriormente, o ato resultou no divórcio do casal.

Bilie Jean King em uma partida de tênis / Crédito: Divulgação 

Sem se preocupar com a falta de um companheiro, a mulher se dedicou ainda mais a profissão e defendeu seus ideais. Ela lutava pela equivalência de prêmios entre homens e mulheres tenistas e fez com que outras mulheres apoiassem a causa ao tentar uma negociar com a Associação de Tênis dos Estados Unidos.

Sem sucesso, as profissionais decidiram dar vida a outro torneio: o Circuito Virginia Slims. Era o primeiro passo para a criação da Associação de Tênis Feminino, que mal havia saído do papel e já chamava a atenção de diversas pessoas, como o tenista Bobby Riggs.

Em 1974, o homem — que apoiava a superioridade masculina — a desafiou para uma partida de tênis, alegando que mesmo aos 55 anos poderia derrotá-la. O jogo contou com 90 milhões de torcedores e foi considerado um importante marco para a história feminina no esporte, já que King o derrotou por três a zero na partida que ficou conhecida como a Batalha dos Sexos.

Homossexualidade

Em meio à luta incansável, a tenista conheceu Marilyn Barnett, que se tornou sua cabeleireira e confidente. Foi quando sua atração por mulheres aflorou e ela decidiu contratar a profissional como sua assistente pessoal, apenas para mascarar o relacionamento amoroso que durou sete anos.

Bilie Jean King, famosa teninsta da década de 1970 / Crédito: Divulgação 

Com sucesso, a real relação das mulheres só ficou conhecida depois dois anos de seu rompimento. Após a separação, King afirmou que Barnett poderia ficar em sua casa, localizada em Malibu. Entretanto, não demorou a que a atleta mudasse de ideia, o que resultou em um processo judicial.

Além de enfrentar outra separação, pressão familiar, advogados e jornalistas, que buscavam informações sobre sua orientação sexual, a atleta enfrentava sua carreira em declínio, mesmo que o processo judicial não fosse levado adiante.

O escândalo causou inúmeros problemas em sua vida profissional. King ainda não conseguia assumir sua sexualidade e alegava que o relacionamento com Barnett fora apenas um caso isolado.

O relato sobre sua orientação sexual só aconteceu quando a mulher deixou sua carreira. Em 1981, ela ficou conhecida por ser a primeira atleta famosa do sexo feminino a assumir a homossexualidade.

Bilie Jean King se preparando para uma partida de tênis /  Crédito: Divulgação 

Reconhecimentos

Afastada do esporte, Billie Jean foi nomeada Mentora Global para a Igualdade de Gênero da Unesco e recebeu a Medalha da Liberdade em 2009, diretamente das mãos do então presidente Barack Obama.

Até hoje, King é ativista pelos diretos humanos e defende, especialmente, o direito das mulheres e da comunidade LGBTQ. Além disso, em 2014, a mulher criou a organização Jean King Leadership Initiative, uma empresa que luta pela igualdade no ambiente de trabalho.

Sua história foi tão importante que, em 2017, deu vida ao filme Guerra dos Sexos, dirigido por Valerie Faris e Jonathan Dayton. A filmagem conta a trajetória da atleta, a luta pelo direto das mulheres e sua partida com Riggs, além de abordar questões da vida pessoal de Jean, como os questionamentos sobre sua sexualidade.