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Matérias / Música

Gravando escondido: A curiosa relação de Eddie Van Halen com Michael Jackson

Juntos, foram responsáveis por emplacar o sucesso "Beat It", do disco Thriller — que inicialmente, contaria com outro famoso guitarrista

Wallacy Ferrari Publicado em 07/10/2020, às 12h21

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Eddie e Michael Jackson juntos em Palco - Divulgação / BIZZ
Eddie e Michael Jackson juntos em Palco - Divulgação / BIZZ

Se por um lado Michael Jackson era um ícone dos vocais e da dança, também era uma negação como instrumentista; até tentou assumir as cordas ainda na época de Jackson 5, mas não adaptou com guitarra e violão. Chegava a dedilhar o piano em momentos caseiros, mas nos palcos, preferia manter as mãos livres para movimentos ousados e rápidos.

Somado ao perfeccionismo musical do astro, a necessidade de ter um bom guitarrista acompanhando era uma obsessão — almejada em diversos momentos de sua carreira. Por isso, Michael costumava chamar o “guitarrista do momento” para tornar os trabalhos ainda mais completos e detalhados.

Entre as parcerias, Michael contou com Slash, da banda Guns n’ Roses, para contribuir no álbum Dangerous, de 1991, nas faixas "Black or White" e com maior destaque em "Give In To Me", chegando a contracenar com o Rei do Pop no clipe. Em 2001, foi a vez de Carlos Santana participar da música “Whatever Happens”, do disco Invincible. Porém, a principal parceria do pop com o rock seria em seu disco de maior sucesso, Thriller, que contaria com o astro Eddie Van Halen.

Michael Jackson posa com Eddie Van Halen para fotografia em estúdio / Crédito: Divulgação

Proposta escondida

Durante a produção de Thriller, Quincy Jones era o produtor escalado para realizar o novo trabalho do cantor, após uma excelente recepção comercial em Off The Wall. Por boa parte do álbum, o instrumentista Steve Lukather foi o responsável pelos riffs de guitarra, porém, na quinta faixa, “Beat It”, faltava algum elemento único em relação ao instrumento. O primeiro nome cotado pelo produtor, no entanto, seria Pete Townshend, do The Who.

Michael Jackson me pediu para tocar guitarra no (álbum) 'Thriller'. Eu disse que não poderia mas recomendei Eddie, que me ligou e batemos um papo. Ele ficou muito feliz [com a indicação] mas me disse que estava adorando tocar teclados”, disse Pete em entrevista a Rolling Stone. Na época, Eddie estava de férias, preferindo o descanso após uma badalada turnê — mas Quincy decidiu resolver ligando para o próprio músico.

Em entrevista à CNN, o guitarrista afirmou que, na primeira ligação, acreditou que era um trote, mas ao confirmar a veracidade, ainda ficou pensativo sobre a proposta: “Certas pessoas na banda não gostavam que eu tivesse atividades paralelas à banda naquela época. [David Lee] Roth estava na Amazônia ou algo assim, Mike [Anthony] estava na Disneylândia, Al [Alex Van Halen] estava no Canadá e eu estava em casa, sozinho. Pensei mesmo que ninguém ficaria sabendo”.

Michael e Eddie compartilham o palco em 1984 durante turnê / Crédito: Divulgação

Segredo mundialmente conhecido

Eddie aceitou a proposta e não apenas decidiu gravar o solo em estúdio, mas abdicou de qualquer ganho financeiro para não estabelecer um contrato comercial — que poderia o encrencar com a gravadora. Em apenas trinta minutos, o guitarrista compôs o solo de Beat It e o executou com perfeição na segunda tentativa, já sendo captado pelos gravadores. Foi em tal momento que Michael entrou na cabine.

Inicialmente, o músico acreditou que o Rei do Pop odiaria o “estrago” que estava sendo feito na música, porém, após o término da tentativa, Michael agradeceu Eddie diretamente pela possibilidade de incrementar a música, afirmando que adorava “aquelas coisas rápidas” que ele fazia — se referindo a técnica de tapping, marca registrada de Eddie.

Apesar da tentativa de fazer tudo às escuras, a música não apenas se tornou um imenso sucesso comercial, como é uma das principais faixas do disco mais vendido de todos os tempos.

Em entrevista a Rolling Stone em 1984, ele explicou que fez por amor: “Eu fui um completo idiota de acordo com os meus bandmates e o empresário da banda. Mas eu achei que NINGUÉM jamais saberia que eu havia participado de um disco do Michael Jackson. Só isso. E eu me diverti, e isso é o que realmente importa”.


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