O caso, que ocorreu em 1948, é lembrado pela população paulista como um dos mais hediondos crimes já ocorridos na cidade
Em 1948, três mulheres haviam sumido. Eram Benedita Ferreira de Camargo, de 56 anos, e as suas filhas Maria Antonieta, 23 anos, e Cordélia, 19 anos. Depois de uma viagem ao Paraná com o filho e irmão Paulo Ferreira de Camargo, de 26 anos, apenas o rapaz teria supostamente sobrevivido a um acidente de carro.
A morte foi comunicada aos parentes e amigos por Paulo, mas a história não foi aceita pela família, que desconfiava de algo nas declarações do sobrevivente, uma vez que não houve enterro nem qualquer outra cerimônia.
A suspeita foi denunciada para a polícia, que passou a investigar a vida de Camargo. Para a surpresa dos investigadores, foi revelado que Paulo havia construído um poço em seu quintal para montar uma fábrica de adubo. Todavia, a explicação superficial não convenceu as autoridades.
Isso porque o rapaz era químico e professor assistente na Universidade de São Paulo, onde também era conhecido por ter um comportamento estranho. O Dr. Hoffman, que trabalhava no laboratório da universidade e era auxiliado por Paulo, comentou que o jovem fazia algumas perguntas inquietantes de tempos em tempos. Certeza vez, ele perguntou quais seriam os melhores elementos para corroer um cadáver.
A partir disso, já era quase certo que a mãe e irmãs do homem não haviam morrido em um acidente. Assim, a polícia pediu que Paulo mostrasse o poço novamente, ao que, a primeira vista, não apresentava nenhuma irregularidade.
No entanto, os bombeiros foram chamados para escavar a cavidade e se depararam com uma cena trágica: três cadáveres de cabeça para baixo, com braços amarrados e cabeças cobertas com um pano estavam escondidos no local. Paulo, que percebeu não ter mais nenhuma escapatória, pegou uma arma dentro de casa e se suicidou na mesma hora, ainda com os policiais no quintal.
O que motivou o assassinato nunca foi esclarecido, até porque, não houve tempo para que Paulo desse qualquer explicação. Existem duas principais teorias que explicariam as horríveis mortes das vítimas: a primeira indica que a sua relação com uma conhecida da família não era bem vista, pela mulher não ser mais virgem.
Outras pessoas dizem que as mortes foram de ordem misericordiosa, uma vez que a irmã de Paulo, Maria Antonieta, sofria de epilepsia e era paralítica. Sua irmã mais nova, Cordélia, era esquizofrênica e sua mãe estaria com câncer na perna. Entretanto, nenhuma das patologias foi confirmada nas investigações futuras.
A casa da família Camargo ficava na Rua Santo Antônio, número 104. Anos depois, o local daria lugar ao infame edifício Joelma, palco de um terrível incêndio no centro de São Paulo, vitimando 191 pessoas e deixando outras 300 feridas.
O local coleciona histórias tristes e macabras. Antes mesmo de ser a casa dos Camargo, no mesmo lugar havia um pelourinho, utilizado para castigar fisicamente escravos.
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