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Matérias / Brasil

Como foi o 'crime do poço', que chocou os brasileiros

O caso, que ocorreu em 1948, é lembrado pela população paulista como um dos mais hediondos crimes já ocorridos na cidade

Caio Tortamano Publicado em 02/02/2020, às 08h00

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Imagem meramente ilustrativa de um poço - Getty Images
Imagem meramente ilustrativa de um poço - Getty Images

Em 1948, três mulheres haviam sumido. Depois de uma viagem ao Paraná com o filho e irmão Paulo Ferreira de Camargo, de 26 anos, apenas o rapaz teria supostamente sobrevivido a um acidente de carro, explicou o jornal Diário da noite de 25 de novembro de 1948.

A morte foi comunicada aos parentes e amigos por Paulo, mas a história não foi aceita pela polícia, explica o portal Terra. Para a surpresa dos investigadores, Paulo afirmava que, através do poço, seria possível conseguir água sem cloro, assim utilizada em experimentos, explica o portal de notícias G1. Todavia, a explicação superficial não convenceu as autoridades.

A partir disso, já era quase certo que a mãe e irmãs do homem não haviam morrido em um acidente. Assim, a polícia pediu que Paulo mostrasse o poço novamente, ao que, a primeira vista, não apresentava nenhuma irregularidade.

No entanto, os bombeiros foram chamados para escavar a cavidade e se depararam com uma cena trágica: três cadáveres de cabeça para baixo, com braços amarrados e cabeças cobertas com um pano estavam escondidos no local. Paulo, que percebeu não ter mais nenhuma escapatória, pegou uma arma dentro de casa e se suicidou na mesma hora, ainda com os policiais no quintal, informou o Jornal de Noticias (SP) em 24 de novembro de 1948.

O que motivou o assassinato nunca foi esclarecido, até porque, não houve tempo para que Paulo desse qualquer explicação. Existem duas principais teorias que explicariam as horríveis mortes das vítimas: a primeira indica que a sua relação com uma conhecida da família não era bem vista, pela mulher não ser mais virgem.

Outras pessoas dizem que as mortes foram de ordem misericordiosa, uma vez que a irmã de Paulo, Maria Antonieta, sofria de epilepsia e era paralítica. Sua irmã mais nova, Cordélia, era esquizofrênica e sua mãe estaria com câncer na perna. Entretanto, nenhuma das patologias foi confirmada nas investigações futuras.

Anos depois, explicou o programa Linha Direta, o local daria lugar ao infame edifício Joelma, palco de um terrível incêndio no centro de São Paulo, vitimando 191 pessoas e deixando outras 300 feridas.