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Matérias / Segunda Guerra

Morte imediata: o Livro Negro do nazismo — que não poupou nem os cadáveres

Com objetivo de invadir a Grã-Bretanha na Segunda Guerra, o partido de Hitler pretendia perseguir até mesmo pessoas já falecidas

Joseane Pereira Publicado em 17/12/2019, às 10h50

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Tropa de nazistas em marcha - Reprodução
Tropa de nazistas em marcha - Reprodução

Durante a Segunda Guerra Mundial, um dos territórios que os Nazistas planejavam dominar era a Grã-Bretanha. E junto desse desejo militar estava um plano macabro: em 1940, como parte da preparação para a invasão, os nazistas criaram uma lista secreta de residentes britânicos que deveriam ser presos pela Gestapo.

Após a guerra, a lista ficou conhecida como O Livro Negro.

Com o nome de 2.820 pessoas, o Sonderfahndungsliste GB - ou Lista Especial de Pesquisas da Grã-Bretanha - foi preparado pelo Escritório Principal de Segurança do Reich (RSHA) sob direção de Reinhard Heydrich. Nele, estavam incluídos cidadãos britânicos e exilados europeus, que deveriam ser imediatamente presos após a invasão, ocupação e anexação da Grã-Bretanha ao Terceiro Reich.

Os nomes estavam impressos no apêndice de um livro maior, o Informationsheft Grossbritannien, que nomeava instituições anti-nazistas potencialmente perigosas - como lojas maçônicas, a Igreja da Inglaterra e os escoteiros. Com 104 páginas, os nomes se organizavam em ordem alfabética e estavam divididos entre Lista de Procurados e Lista de Procurados Especiais.

Em 16 de julho de 1940, Hitler emitiu sua Diretiva de preparação para a invasão, cujo codinome era Operação Sea Lion. Entretanto, em setembro daquele mesmo ano, quando tudo estava preparado e o oficial nazista Dr. Franz Six havia sido designado para uma posição em Londres, onde implementaria as prisões, Hitler adiou a invasão indefinidamente. Em setembro de 1945, no final da guerra, a lista foi descoberta em Berlim e colocada a público.

Página da Sonderfahndungsliste GB / Crédito: Reprodução

Nomes

Ao lado de cada nome havia o número do Escritório Principal de Segurança do Reich ao qual a pessoa deveria ser entregue. Winston Churchill seria colocado sob custódia da Inteligência Estrangeira (Amt VI), e a grande maioria das pessoas listadas seria colocada sob custódia da Gestapo (Amt IV). 

O livro tinha alguns erros significativos, como incluir pessoas já falecidas (como Lytton Strachey, que morreu em 1932) ou que não estavam mais no Reino Unido (como Paul Robeson, que voltou para os Estados Unidos em 1939). Alguns nomes também estavam omitidos, como o de George Bernard Shaw, um dos poucos escritores de língua inglesa cujos trabalhos foram publicados e apresentados na Alemanha nazista.

Em 14 de setembro de 1945, o The Guardian informou a descoberta do livreto na sede da Polícia de Segurança do Reich, em Berlim.

Confira alguns nomes citados na lista

Winston Churchill, primeiro ministro 

Aldous Huxley, autor 

Charles de Gaulle, líder e general francês livre, listado como "ex-general francês"

Sigmund Freud, fundador judeu da psicanálise (falecido em 23 de setembro de 1939)

Bertrand Russell, filósofo, historiador e pacifista

Virginia Woolf, romancista e ensaísta, esposa de Leonard Woolf