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Matérias / Personagem

Homem de aço: A história do quase invencível Michael Malloy

O grupo que ficou conhecido como Murder Trust tinham o plano de matar o homem de forma que parasse acidental. Mas, eles não contavam com a sorte que o ex-bombeiro tinha

Paola Churchill Publicado em 19/05/2020, às 18h00

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Manchete relatando o assassinato de Michael Malloy - Wikimedia Commons
Manchete relatando o assassinato de Michael Malloy - Wikimedia Commons

Michael Malloy era filho de imigrantes escoceses e vivia uma vida tranquila em Nova York nos anos de 1930. O homem era bombeiro renomado, mas durante a grande depressão, perdeu tudo que tinha.

Em 1933, Malloy estava no fim do poço, morava nas ruas da cidade que nunca dorme e desenvolveu alcoolismo, como uma maneira de esquecer a sua insólita realidade. Um grupo de conhecidos o avistou na rua e tiveram uma terrível ideia: matar o homem e forjar um seguro de vida.

O golpe

Tony Marino, Joseph Murphy, Francis Pasqua, Hershey Green e Dan Kriesberg, gangue que ficaria conhecida como Murder Trust, conspiraram para matar Michael, de forma que parecesse acidental. Com a ajuda de um agente de seguros fraudulento, eles fizeram uma apólice de seguro de vida em nome do ex-bombeiro, no valor de 3,5 mil dólares, que na cotação atual, seria algo em torno de 69 mil dólares.

O plano começou com Tarino levando o homem até um bar e dizer que ele podia beber o que ele quisesse na quantidade desejada, o bando achava que ele ia morrer com tanto álcool em seu organismo. Mas, Michael era mais forte que eles imaginavam e nada aconteceu.

Tony, impressionado, tirou uma nova carta da manga: substituiu o licor preferido de Malloy por anticongelante, o alcoólatra simplesmente bebeu e pediu mais uma saideira. Assim que contou ao grupo que o homem não morreu de gente nenhum, eles criaram um novo plano.

Bar onde Michael ia beber/Crédito: Wikimedia Commons

No dia seguinte, eles ofereceram um sanduíche recheado de sardinhas, terebintina e veneno rato, aquela refeição era capaz de matar um cavalo, Malloy não tinha como sobreviver, pensou os golpistas.

Malloy não só terminou o sanduíche, como agradeceu e perguntou se eles podiam lhe dar mais um.  Os homens ficaram furiosos e assustados, pois passaram a crer que o Michael era imortal.

Três pra dar sorte

Percebendo que nada que ele ingerisse iria matá-lo, o macabro grupo decidiu que iria congelá-lo até a morte. Em uma noite fria, depois que o morador de rua desmaiou após uma longa noite de bebedeira.

O Muder Trust levou o homem para o parque no meio da nevasca, tirou sua roupa e jogou vários baldes de água fria nele. Agora não tinha jeito, ele não iria sobreviver. Mas o balde de água frio logo veio pra eles, que viram Michael no dia seguinte, no bar bebendo.

A próxima tentativa foi bem mais direta, por assim dizer, com o táxi de um dos membros da gangue, eles atropelaram Malloy. Dessa vez, eles pensaram, Michael iria dessa pra uma melhor. Mas, três semanas depois, quando o desempregado chegou para o grupo pedindo por bebidas, eles fizeram sua última — e fatal — tentativa.

Tony Marino, Joseph Murphy, Francis Pasqua, Hershey Green e Dan Kriesberg / Crédito: Wikimedia Commons

Mike de aço

No dia 23 de fevereiro de 1933, os assassinos levaram Malloy para a casa de Murphy e colocaram uma mangueira em sua boca que estava conectada ao gás da cozinha e ligaram. Dessa vez, o Mike de aço — como tinha sido apelidado — não resistiu e morreu.

O assassinato quase passou ileso, mas os policiais começaram a suspeitar que havia algo errado e pediram para outra autopsia ser feita e a farsa foi descoberta. Os criminosos confessaram seus crimes e foram condenados à morte pela cadeira elétrica. Todos morreram na primeira tentativa.


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