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Matérias / Paquistão

Impediu um homem-bomba: O jovem que deu a vida para salvar sua escola

Em 2014, um atentado terrorista a uma escola no Paquistão foi impedido graças às ações corajosas de um rapaz de apenas 15 anos

Redação Publicado em 11/06/2023, às 09h00

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Fotografia de Aitzaz Hasan - Wikimedia Commons/ Licença Livre
Fotografia de Aitzaz Hasan - Wikimedia Commons/ Licença Livre

Em janeiro de 2014, o jovem AitzazHasan, de apenas 15 anos, caminhava com um grupo de amigos até sua escola localizada na cidade de Hangu, no Paquistão, quando avistou um estranho usando um colete de explosivos. Era um homem-bomba. 

Ignorando seus amigos, Hasan decidiu confrontar o terrorista antes que ele conseguisse adentrar a instituição de ensino para realizar o atentado suicida. Infelizmente, mesmo após ser derrubado pelo rapaz, o criminoso ainda foi capaz de detonar sua roupa.

Por conta da distância que estava do alvo planejado, todavia, que era de 150 metros, as vidas dos mais de 2 mil estudantes presentes na escola foram poupadas.

O mesmo não pode ser dito do adolescente de 15 anos, que, embora tenha sido levado para o hospital, não resistiu aos seus ferimentos e acabou se tornando a única vítima do episódio, fora o autor do crime. 

Repercussão 

Aitzaz Hasan foi celebrado como herói nacional devido aos seus atos nobres, que impediram uma tragédia, ainda que lamentavelmente também tenham custado sua vida. 

Respondendo aos pedidos da população, as autoridades do país concederam uma homenagem póstuma ao jovem, que foi condecorado com uma das maiores honrarias civis existentes no país: a Sitara-e-Shujjat (Estrela da Valentia, em tradução livre), que simboliza a coragem demonstrada por aquele que a recebe.

Além disso, a província onde se deu o acontecimento anunciou que renomearia uma de suas escolas com o nome de Hasan, e que um estádio previsto para ser construído no local também seria batizado em homenagem ao garoto. 

Em entrevista à AFP, Mujahid Ali Bangash, o pai do rapaz, expressou orgulho em relação ao feito do filho: 

Meu filho fez a mãe dele chorar, mas livrou centenas de mães de chorar a morte de seus filhos. Há apenas um punhado de pessoas no mundo que são mártires, e eu sou agora um dos pais orgulhosos cujo filho está entre eles (...) Muitas pessoas estão vindo me ver, mas, se elas tentam me dar pêsames, digo-lhes para me felicitar por me tornar o pai de um mártir", refletiu o homem. 

Outro detalhe é que, conforme repercutiu o G1 em 2014, a história do adolescente de 15 anos teria sido comparada nas redes sociais com a de Malala Yousafzai, ativista paquistanesa que foi vitimada por terroristas enquanto estava a caminho da escola. No caso dela, porém, a jovem conseguiu sobreviver ao ataque e se tornou um símbolo da luta pela educação de mulheres e meninas. 

As comparações acabaram chamando atenção da própria Malala, aliás, que divulgou um comunicado abordando a morte de Hasan:

Estou extremamente triste com o fato de a violência ter tirado a vida de outra criança no meu país, o Paquistão. Mas eu também tenho orgulho de pertencer a um país com pessoas corajosas como Aitzaz Hasan. Sua bravura nunca será esquecida", afirmou ela na ocasião.