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Matérias / Personagem

Inspirou filme angustiante na Netflix: O que aconteceu com Ariel Castro, o sequestrador de Cleveland

Filme na Netflix reproduz o crime de Ariel Castro, que sequestrou três mulheres por mais de uma década, entretanto, se considerou tão vítima quanto

Fabio Previdelli Publicado em 04/06/2022, às 10h00

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Ariel Castro em seu julgamento, em 2013 - Getty Images
Ariel Castro em seu julgamento, em 2013 - Getty Images

Entre 2002 e 2004, Ariel Castro sequestrou as jovens Michelle Knight, Amanda Berry e Georgina "Gina" DeJesus —, que tinham, respectivamente, 21, 16 e 14 anos — nas ruas de Cleveland, Ohio (nos Estados Unidos), as mantendo em cativeiro no bairro de Tremont até 2013. 

O caso voltou à tona depois que o longa ‘Sequestro em Cleveland’ (2015) entrou no catálogo da Netflix, se tornando uma das produções mais assistidas da plataforma nos últimos dias. 

Contudo, uma das grandes questões sobre o caso envolve o sequestrador Ariel Castro. Afinal, quais motivos levaram ele a fazer tamanha atrocidade? Em algum momento ele se arrependeu? E, por fim, o que aconteceu com um dos criminosos mais infames do país?

Ariel Castro

Nascido em Porto Rico, em 1960, Ariel Castro se mudou para os Estados Unidos ainda criança, depois que seus pais se divorciaram. Ele acabou ficando com sua mãe, Lillian Rodriguez, e seus três irmãos. Antes de se estabelecerem em Cleveland, a família morou um breve período na Pensilvânia. 

Seus problemas de personalidade começaram a aparecer depois que ele passou a se relacionar com Grimilda Figueroa — que morava do outro lado da rua onde Castro vivia na década de 1980.

Em 1992, os dois se mudaram para uma casa própria no bairro de Tremont. Em entrevista ao The Daily Beast, a irmã de Grimilda, Elida Caraballo, declarou que o “inferno começou a acontecer” na vida de Figueroa justamente nesta fase. 

Mugshot de Ariel Castro  / Crédito: Wikimedia Commons

Em seus relatos, ela aponta que Castro espancou a irmã, quebrando seu nariz, costelas e braços e causando um coágulo de sangue em seu cérebro que resultou em um tumor inoperável. Tudo isso na presença de seus quatro filhos, que viram a mãe sofrer ameaças de morte constantes. 

Castro foi preso por violência doméstica em 1993, mas acabou não sendo indiciado por um grande júri. Três anos depois, Grimilda conseguiu, judicialmente, a custódia dos quatro filhos. Mesmo assim, aponta Elida, Ariel não deixou de ameaçar e perseguir a irmã.

Posteriormente, Castro recebeu uma ordem de restrição contra a ex-esposa. E tudo teve fim em abril de 2012, quando Grimilda Figueroa morreu devido a complicações de seu tumor cerebral, relatou o The Telegraph. 

Apesar de seu comportamento agressivo, sua filha Angie Gregg pensava nele como um “homem amigável, carinhoso e amoroso”, que a levava para passear de moto e enfileirava seus filhos no quintal para cortar seus cabelos.

Eu me pergunto esse tempo todo, como ele pode ser tão bom para nós, mas ele levou mulheres jovens, garotinhas, bebês de outra pessoa, para longe dessas famílias e, ao longo dos anos, nunca sentiu culpa suficiente para desistir e deixá-los livres”, declarou ao KYCA. 

 Os sequestros 

Os sequestros de Ariel Castro começaram em 2002, quando ele aprisionou Michelle Knight, de apenas 21 anos. De acordo com a CNN, o sujeito tinha um modus operandi muito bem definido: ele seduzia suas vítimas por diferentes motivos e oferecia carona para elas; depois as levava para sua casa na Seymour Avenue 2207, onde as prendia em seu porão. 

Mais tarde, ao tribunal, Ariel Castro relatou que todos seus crimes eram cometidos porque oportunidades apareciam. “Quando peguei a primeira vítima, nem planejei isso naquele dia… naquele dia eu não disse que ia encontrar algumas mulheres. Não estava no meu personagem.”

Com Michelle Knight, por exemplo, ele ofereceu uma carona à jovem, em 23 de agosto de 2002, pois ela tinha uma consulta no serviço social para recuperar a custódia de seu filho. Como estava perdida e não sabia o caminho exato, Castro decidiu ‘ajudá-la’. 

Antes e depois de Michelle Knight, Georgina DeJesus e Amanda Berry / Crédito: Divulgação/Arquivo Pessoal

Amanda Berry estava cansada após deixar seu turno no Burger King naquele 21 de abril de 2003. Por ‘sorte’, Castro estava lá para lhe levar para casa, onde, no dia seguinte, comemoraria mais um aniversário.  

Por fim, em 2 de abril de 2004, a jovem Georgina DeJesus desapareceu quando tinha 14 anos. Ela era amiga de uma das filhas de CastroAriel também conhecia sua mãe, Arlene. Os dois, aliás, até tentaram engatar um relacionamento, mas acabaram seguindo caminhos distintos naquele ano. Quando DeJesus o encontrou, o homem disse que poderia levá-la de volta à Arlene

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O fim do sofrimento

Ao longo de mais de uma década, o sofrimento das mulheres parecia que jamais teria fim. Ano após ano, qualquer esperança que elas tinham de ver a liberdade diminuía. Mas tudo acabou em 6 de maio de 2013.

Na ocasião, Castro havia saído para ir até um McDonald’s e acabou esquecendo de trancar a porta do quarto de Berry. Ela foi até a porta principal da casa, que também estava destrancada, mas com alarme. 

Felizmente, conseguiu esticar o braço por outra porta e chamou a atenção de um transeunte. Charles Ramsey lhe ajudou a arrombar a porta. Amanda implorou ao sujeito para que ele acionasse a polícia. “Fui sequestrada, estou desaparecida há 10 anos e estou livre agora.”

Minutos depois, Michelle Knight relatou ter ouvido barulhos de passo no andar térreo, mas havia pensado que Castro havia capturado Berry novamente e estava a trazendo de volta ao cativeiro. Ela só percebeu que estava livre quando a polícia invadiu o porão e a levou em seus braços. 

Casa de Ariel, onde as três mulheres ficaram presas / Crédito: Wikimedia Commons

"A primeira vez que eu realmente consegui sentar do lado de fora, sentir o sol, estava tão quente, tão brilhante... Era como se Deus estivesse brilhando uma grande luz sobre mim”, disse Amanda à BBC News. 

 Posteriormente, à emissora norte-americana WKYC, o advogado de defesa de Ariel Castro, Craig Weintraub afirmou que o sequestrador havia facilitado a fuga das jovens de propósito. Aliás, ele já estava se tornando desleixado propositalmente há um ano. 

Intencionalmente, ele ficou muito mais negligente quanto a trancar a porta e mantê-las no interior”, disse Weintraub.

O advogado aponta que Ariel sabia que os sequestros logo teriam um fim. “[As coisas] Não estavam indo bem. Sua filha [com Gina] estava em uma idade em que não deveria mais estar na casa. Ela precisava ir à escola e ficar em um ambiente normal, precisava de amigos”.

Devido ao seu relacionamento com a filha, Castro então decidiu não matar as reféns, aponta Weintraub. “Ele não tinha a coragem de ir à polícia se entregar, e a única forma de isso acontecer seria se ele fosse negligente e permitisse que elas escapassem quando ele deixasse a casa por algumas horas”.

A pena e o destino de Castro

No mesmo dia em que as mulheres ganharam sua liberdade, Castro perdeu a dele, preso por homicídio qualificado, estupro e sequestro. À Justiça, o sujeito declarou que ele e as três mulheres eram vítimas iguais de seu vício por sexo. 

Em certas ocasiões, aponta a NBC, Ariel alegou que seus crimes não eram tão ruins quanto parecia e que as mulheres viviam um certo conforto ao seu lado. “A maior parte do sexo que acontecia naquela casa, provavelmente todo, era consensual”, disse ao tribunal. 

Essas alegações de força sobre elas — isso é totalmente errado. Porque houve momentos em que elas até me pediram sexo — muitas vezes. E eu aprendi que essas meninas não eram virgens. Pelo testemunho delas para mim, elas tiveram vários parceiros antes de mim, todas as três”, completou. 

Castro foi condenado à prisão perpétua de mais de 1.000 anos. Porém sua sentença durou pouco, visto que ele se suicidou em 3 de setembro de 2013, enforcando-se com os lençóis de sua cela.

Ariel sendo interrogado pelo FBI / Crédito: Wikimedia Commons

Segundo a Patrulha Rodoviária Estadual de Ohio, Ariel Castro escreveu uma mesma carta naquele dia citando a Bíblia, dizendo que aqueles que confessassem com o coração “serão salvos”.

Deus ama você", escreveu Castro em letras maiúsculas, "pois todos são pecadores, todos nós estamos aquém da glória de Deus. Cristo é meu salvador e seu!", completou. 

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