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Matérias / Mamonas

Mamonas Assassinas: A história por trás da música 'Robocop Gay'

Para quem achava que a canção se tratava somente de uma piada, a inspiração dela revelou que estava envolvida com política; entenda o caso!

Redação Publicado em 20/12/2023, às 19h28 - Atualizado em 28/12/2023, às 13h50

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A banda Mamonas Assassinas - Divulgação
A banda Mamonas Assassinas - Divulgação

No ano de 1995, uma banda de Guarulhos estourou no cenário musical brasileiro. Os Mamonas Assassinas ganharam uma fama incomum para a época com suas canções mais do que curiosas. Com letras engraçadas e melodias dançantes, o grupo fez sucesso muito rápido (assim como a durabilidade de suas vidas).

No ano seguinte, todos os integrantes da banda faleceram em um trágico acidente aéreo, no dia 2 de março de 1996, deixando um legado de alegria e esperança para os jovens — mensagem essa que perdura até hoje. O sucesso da banda ainda é muito grande, tanto que resultou em um filme.

'Mamonas Assassinas — O Filme' estreou no dia 28 de dezembro nos cinemas de todo o país, narrando como a banda se formou e como as memoráveis canções foram criadas. Desde "Pelados em Santos" até 'Robocop Gay", as obras dos meninos de Guarulhos ficarão marcadas na memória de todos os que conhecem um pouco da história deles.

No entanto, essa última canção mencionada, "Robocop Gay", possui uma história muito peculiar. A banda, que tanto trabalhou com o humor, teria feito essa música sob encomenda para um político. Apesar de diferente, o Aventuras na História explica com mais detalhes o caso:

Banda de sucesso

No canal “Enigmas do Rock”, o jornalista e acadêmico Fabrício Mazocco desvendou a trajetória improvável da música “Robocop Gay”, que se tornou um símbolo do humor audacioso e da ousadia artística da banda. A origem da canção, nascida durante um showmício político e envolta em circunstâncias fortuitas, ilustra o espírito de improvisação e irreverência que permeava o estilo dos Mamonas.

“A música nasceu de um improviso, uma brincadeira que acabou capturando a essência do que os Mamonas Assassinas representavam”, revelou Fabrício. Tudo começou em um showmício de 1994, onde Dinho, o vocalista da banda, foi convidado para animar um evento político em Guarulhos.

Dinho fantasiado cantando 'Robocop Gay' - Crédito: Reprodução / vídeo / Erick Acervo

A música, inicialmente uma paródia, surgiu como uma forma leve e divertida de se conectar com o público. Mazocco detalha que “Robocop Gay” foi criada para ser tocada nesse contexto político, sem que ninguém imaginasse o sucesso nacional que se seguiria.

O jornalista destaca o histórico cômico de Dinho, que costumava imitar figuras públicas em eventos e showmícios, além de ser vocalista de outra banda, a “Utopia”. Durante as eleições de 1994, Geraldo Celestino, candidato a deputado e já cliente de Dinho para animações, o convidou para participar dos showmícios. Como Dinho também tinha sua banda, a “Utopia”, a proposta se estendeu para a banda fechar os eventos.

Momento da virada

A reviravolta na história aconteceu quando, em setembro de 1994, Geraldo pediu algo diferente para o último showmício em Guarulhos. Em uma madrugada, Dinho e os membros da banda Utopia começaram a criar a música no interior de um carro.

Era um processo colaborativo, ideias fluindo e sendo moldadas ao sabor da criatividade do momento", descreve Fabrício. Inicialmente intitulada "Demerval, o Machão", a música logo evoluiu para "Robocop Gay", mostrando a imprevisibilidade do processo criativo.

A estreia da música no palco do showmício foi um divisor de águas. A reação entusiasmada do público foi tão intensa que a banda foi solicitada a repetir a apresentação três vezes. “Foi ali que a Utopia começou a se transformar nos Mamonas Assassinas que conhecemos”, destaca o jornalista.

Versão oficial

Menos de um mês depois, a banda Utopia conseguiu um espaço em estúdio para gravar demos e Dinho, com o aval do candidato Geraldo, aproveitou a oportunidade para gravar “Robocop Gay” e outra música, “Mina”, que depois virou “Pelados em Santos”. A versão inicial era mais lenta, mas o produtor Rick Bonadio interveio, transformando-a em um sucesso. “Rick viu o potencial daquela música bruta e ajudou a transformá-la em algo que o Brasil inteiro cantaria”, enfatiza Fabrício.

“Robocop Gay” não foi apenas uma música de sucesso; tornou-se um fenômeno cultural que encapsulou uma era de liberdade e irreverência personificada pelos Mamonas Assassinas, segundo o portal Gay Blog.