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Matérias / Reconstrução facial

Mulher do século 5 que passou por deformação craniana tem reconstrução facial

Dully, como a mulher foi batizada, trazia uma demarcação de status quo em sua anatomia: o alongamento de seu crânio

Ingredi Brunato Publicado em 18/12/2023, às 18h15

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A aproximação facial - Divulgação/ Cícero Moraes
A aproximação facial - Divulgação/ Cícero Moraes

Um interessante artigo científico publicado na última sexta-feira, 15, produziu uma reconstrução digital 3D do crânio de uma mulher que passou por um processo radical de alteração de sua aparência no século 5: um remodelamento craniano. 

Os ossos, que remontam ao período inicial da Idade Média, foram descobertos na Suíça na década de 70, em um cemitério nas proximidades do Lago Genebra que foi utilizado pela tribo germânica dos burgúndios.

Os restos mortais estão hoje sob posse do Museu Cantonal de Arqueologia e História da Suíça, que disponibilizou as imagens de tomografia do crânio a pedido de um dos autores do estudo recente, assim possibilitando a aproximação facial. 

A população germânica, vale mencionar, não é a única que realizou essas alterações cranianas — evidências desses procedimentos antigos já foram encontradas em diversas partes do mundo. Os historiadores teorizam que esses remodelamentos podem ter sido usados como marcadores de status no passado. 

Montagem mostrando aproximação facial / Crédito: Divulgação/ Cícero Moraes

Apelidada de Dully, a mulher a que o crânio estudado pertencia tinha cerca de 40 anos na época de sua morte. Graças ao trabalho de Luca Bezzi, Alessandro Bezzi, Jiří Šindelář e Cícero Moraes (que é um designer 3D brasileiro), podemos ver hoje uma estimativa de qual seria a aparência dela. 

A aproximação

Conforme descrito por Cícero em seu site, outro detalhe do estudo é que o crânio da germânica possuía algumas assimetrias. A fim de buscar retratá-la como era em vida, portanto, ele precisou preencher lacunas com os dados que já possuía. 

A reconstrução facial de Dully levou em consideração a região que ela habitava, que existiu em proximidade aos hunos e alanos, dois povos nômades da época. Assim, existe uma possibilidade considerável de que ela possuía traços asiáticos, que é como a equipe de pesquisadores escolheu representá-la. 

As escolhas relativas ao formato dos tecidos moles de sua face foram, como é comum nestes projetos, executadas com a ajuda de dados estatísticos coletados a partir da tomografia de indivíduos vivos hoje. Além disso, foram adicionadas "marcas de expressão" ao seu rosto, ou seja, rugas condizentes com sua idade. 

Montagem mostrando o processo de reconstrução facial / Crédito: Divulgação/ Cícero Moraes

Para a cor da pele de Dully, se fizeram necessários "pintura digital e ajuste de tom", conforme explica o projeto. Para finalizar, também foram acrescentados focos de luz à imagem, para ajudar a "evidenciar as formas faciais" através da criação de sombras. 


+ Confira o estudo na íntegra neste link.