O Hotel Greenbrier fica localizado na cidade de White Sulphur Springs, na Virgínia Ocidental, nos Estados Unidos
Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 20/08/2022, às 18h00
O luxuoso Greenbrier Hotel, localizado na cidade de White Sulphur Springs, na Virgínia Ocidental, nos Estados Unidos, já chama a atenção a partir do momento em que se pode observá-lo na primeira vez. Com uma estrutura grandiosa, ainda possui jardins que parecem retirados diretamente de um palácio europeu.
No entanto, apesar de o resort ser tão grande e contar com tantas estruturas e planos para os que ali se hospedam, o fato mais curioso sobre ele não gira em torno das construções externas e de maior proveito dos hóspedes.
Em seu interior, existe um bunker gigantesco, a princípio secreto, construído durante a Guerra Fria, pensado em proteger políticos em caso de combate nuclear entre o país norte-americano e outras nações.
Inaugurado em 1913, ainda antes até mesmo da Primeira Guerra Mundial, o hotel se encontra em uma região montanhosa a cerca de 390 quilômetros de Washington, capital dos Estados Unidos — onde fica localizada a Casa Branca, principal local de trabalho do presidente. Por isso, ele acabava abrigando muitos políticos norte-americanos desde sempre.
No entanto, foi só durante a Guerra Fria (1947 - 1991) que a instalação, depois de uma negociação secreta com o governo dos Estados Unidos, concordou em ganhar um abrigo para receber membros do Congresso em caso de ataque ao país. Isso porque centros políticos de conhecimento geral não seriam seguros o suficiente.
Foi então entre a década de 1950 e 1960 que um bunker subterrâneo no Greenbrier Hotel, que possibilitaria que o país seguisse sendo governado mesmo em tempos de guerra, foi construído 200 metros abaixo do hotel, como informado pelo portal Nossa, do UOL.
Além do mais, para que nem mesmo outros hóspedes civis desconfiassem do segredo, funcionários do governo se disfarçavam de empregados do resort, para que pudessem circular sem chamar a atenção.
Felizmente, o bunker nunca precisou ser de fato utilizado, nem mesmo no período de maior tensão nuclear até o momento — a Crise dos Mísseis em Cuba, de 1962. Logo, foi só em 1992 que a estrutura foi revelada, após uma matéria do repórter Ted Gup no The Washington Post, de forma que o bunker anti-nuclear fosse desativado logo em sequência.
Construído a 200 metros de profundidade, já é possível perceber a segurança — ou temor — que os projetistas tinham em mente durante a construção do bunker. Além disso, logo na sua entrada há uma grande porta de aço e concreto, de 25 toneladas, e paredes revestidas do mesmo material.
Já o interior da construção anti-nuclear, em algumas partes, sequer se diferencia muito dos demais locais da área civil do Greenbrier Hotel. Lá, enormes colunas e longos corredores sustentam e conectam as áreas principais, como os dormitórios, cozinha, banheiros, salas de comunicação, enfermaria e locais onde os políticos poderiam legislar e tomar decisões durante um conflito, podendo abrigar até 1100 pessoas.
Hoje em dia, por sua vez, algumas partes do bunker são exatamente iguais e com as mesmas instalações da época da Guerra Fria, mas algumas outras áreas ganharam réplicas de objetos originais. O espaço agora se tornou uma espécie de museu, que possui tours organizados pela própria equipe do Greenbrier Hotel.
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