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Matérias / Crimes

O "caso Richthofen" da Nova Zelândia: o brutal crime de Pauline Parker e Juliet Hulme

Acusadas de manter uma relação homoafetiva, as amigas assassinaram a mãe de Pauline para viver uma vida de sonhos e liberdade

Fabio Previdelli Publicado em 03/06/2020, às 17h32

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Pauline Parker e Juliet Hulme - Divulgação
Pauline Parker e Juliet Hulme - Divulgação

Apesar de ter ocorrido na cidade neozelandesa de Christchurch, o crime cometido pela dupla Pauline Parker, de 16 anos, e Juliet Hulme, de 15, foi tão brutal e de um com contexto tão característico que abalou não só país como todo o continente.

O caso marcado por amor, preconceito e instabilidade familiar ocorreu em 22 de junho de 1954 e teve como vítima a mãe Pauline, Honorah Parker, que recebeu 45 tijoladas em sua cabeça.

O histórico por trás do crime

Pauline Yvonne Parker nasceu em 26 de maio de 1938, e era fruto da relação de Honorah e Hebert Rieper. Apesar da filha, o casal nunca chegou a selar a união oficialmente, afinal, Hebert já era casado com outra mulher — o que fazia de Pauline sua filha bastarda.

Por falta de uma estabilidade familiar devido a conturbada relação de seus pais, a jovem passou por uma infância difícil e só encontrou uma luz em seu caminho após conhecer Juliet Marion Hulme, sua amiga inseparável.

Pauline Parker e Juliet Helme / Crédito: Creative Commons

A colega nasceu na Inglaterra e acabara de chegar na Nova Zelândia após seu pai, o físico Dr. Henry Hulmes, se tornar o reitor da universidade de Catenbury, que ficava em Christchurch. Assim, passaram a frequentar juntas a Christchurch Girls 'High School. Assim, cada dia que passava as duas ficavam cada vez mais íntimas.

Mas logo, a união passou a ser não tão bem vista assim pelos familiares de ambas as garotas. Seus pais passaram a enxergar uma centra dependência entre as meninas e tinham medo de que algo mais começasse a florescer entre elas: uma relação homoafetiva — o que, com todo o conservadorismo da época, era visto como algo inaceitável.

De fato, as duas tinham um elo bem forte, que foi muito corroborado pelos problemas de saúde que as duas passaram em idade terna. Pauline, quando tinha 5 anos, foi internada com osteomielite, o que lhe causou dores crônicas na perna. Já Juliet sofria de tuberculose, que lhe acompanhou por vários anos de sua vida.

Esse sofrimento as uniu e segundo os relatos encontrados no diário de Parker, ela e Hulme romantizavam a ideia de estarem doentes. As jovens, também, constantemente fugiam e passavam a noite juntas escrevendo histórias fictícias no diário de Pauline. Inclusive, as duas criaram um mundo de fantasia para viverem e tinham, até mesmo, nomes imaginários: Jeane e Débora.

Além do preconceito, a homossexualidade era vista como uma doença mental grave, por isso, os pais fizeram de tudo para separarem as meninas. Pauline chegou a ser diagnosticada como perturbada por ter “lesbianismo”, o que foi diagnosticado pelo médico Kenneth Stallworthy.

Pauline Parker e sua mãe / Crédito: Divulgação

A primeira grande tentativa de separação das duas aconteceu quando os pais de Juliet se separam, em 1954. Henry decidiu renunciar ao cargo de reitor na Canterbury College e planejava retornar para a Inglaterra. Assim ficou decidido que Hulme seria enviada para viver com parentes na África do Sul, como uma maneira de preservar sua saúde mental.

A resolução não foi bem aceita pelas garotas e Pauline insistia em acompanhar Juliet na mudança, mesmo sem a permissão da mãe. Com isso, a única solução encontrada pela dupla seria o assassinato de Honorah e uma fuga para os Estados Unidos, onde tinham a intenção de publicarem os textos que escreveram no diário de Pauline.

O Crime e o julgamento

Após planejarem o crime, o ato, enfim, foi colocado em ação no dia 22 de junho de 1954. Para isso, Pauline e Juliet colocaram meio tijolo dentro de uma meia calça e convenceram Honorah a participar de um passeio pelo parque.

Quando passaram por um lugar solitário, as duas atacaram a mãe de Pauline. Inicialmente, elas pensaram que apenas um golpe seria suficiente para tirar a vida da mulher, mas a matriarca só pereceu após a quadragésima quinta tijolada.

Recorte de jornal que fala sobre o caso / Crédito: Divulgação

Imediatamente, elas fugiram do local do crime. Porém, o corpo de Honorah foi encontrado horas depois e, após uma árdua investigação, os detalhes do crime foram encontrados no diário de Pauline — o que serviu como prova para prender as jovens.

Parker e Hulme foram levadas a juízo e acabaram declaradas culpadas no dia 29 de agosto daquele ano. Como eram muito jovens para serem sentenciadas à pena de morte, ficaram presas por 5 anos e só foram soltas sob a condição de nunca mais voltarem a se ver ou se comunicar.

Vidas separadas

Após ser libertada, Pauline Parker se tornou uma católica devota e mudou seu nome para Hilary Nathan. Nos anos seguintes ela passou a viver no pequeno vilarejo de Hoo, no condado de Kent, na Inglaterra. Além do mais, ela expressou grande remorso pelo crime cometido.

Anne Perry e Hilary Nathan / Crédito: Creative Commons

Já Juliet Hulme, inicialmente, se mudou para os Estados Unidos com a mãe, onde se tornou mórmon. Depois de alguns anos, se estabeleceu em Portmahomack, na Escócia. Lá, ela também adotou um novo nome, Anne Perry, e desde então faz muito sucesso como autora de livros sobre crimes. Atualmente, Hilary tem 82 anos e Anne 81.


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