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Matérias / Estados Unidos

O homem no corredor da morte que trocou a cadeira elétrica pelo fuzilamento

Sendo o quarto homem na história da Justiça dos EUA a escolher a forma, o condenado chocou até mesmo os agentes do judiciário

Wallacy Ferrari

por Wallacy Ferrari

wferrari@caras.com.br

Publicado em 20/11/2022, às 20h00

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Retrato de Richard Bernard Moore em 2021 - Departamento de Correções da Carolina do Sul
Retrato de Richard Bernard Moore em 2021 - Departamento de Correções da Carolina do Sul

As penas de morte marcam a justiça dos Estados Unidos como um ponto final para a trajetória tenebrosa de diversos criminosos. Estabelecida em 1976 pela Suprema Corte Americana, ela respeita as instâncias jurídicas até a última tentativa do acusado, visando puni-lo por atos temerários contra a vida e a civilidade.

Contudo, algumas alternativas aos condenados podem ser oferecidas; além da tradicional refeição final, à escolha do detento, existem algumas opções para ser levado ao óbito. Enquanto aguarda a resolução, eles ficam no chamado corredor da morte, onde aguarda a data de sua execução, podendo ser realizada por injeção letal, cadeira elétrica ou, em raras ocasiões, por fuzilamento.

As opções não são selecionadas pela Justiça, visto que possuem a mesma finalidade, mas sim pelo condenado, que pode avaliar o que é mais válido em relação a constituição de seus valores morais e éticos. Assim se fez, em abril de 2022, pelo prisioneiro RichardBernard Moore, de 57 anos.

Condenado a morte desde 2001 por assassinar um balconista dois anos antes, ele optou por ser executado por um pelotão de fuzilamento. Antes dele, apenas três outros homens fizeram questão de escolher o método violento. O homem chegou a ter uma tentativa por injeção letal cancelada em 2020, devido a falta de medicamentos para produzir a dose, como informou o portal de notícias UOL.

Motivo da escolha

Com a crise no fornecimento de injeções letais durante a pandemia de covid-19, restaram apenas duas opções, rejeitando a eletrocussão e optando pelos disparos fatais. Em nota divulgada pela defesa do homem, ele afirmou que, forçado a escolher entre os métodos restantes, via inconstitucionalidade, visto que não era cumprido o que foi assegurado por lei.

Não acredito que o Departamento [de Correções] deva certificar que um método prescrito por lei, como injeção letal, não esteja disponível sem demonstrar um esforço de boa-fé para disponibilizá-lo", acrescentou, preferindo a opção mais rápida e garantida.
Filme registra treinamento de execução por fuzilamento / Crédito: Divulgação/Vídeo/YouTube

Uma das advogadas do homem, Lindsey Vann, ainda apontou ausência de esforço por parte das autoridades ao não disponibilizar a injeção: "A cadeira elétrica e o pelotão de fuzilamento são métodos de execução antiquados e bárbaros que praticamente todas as jurisdições norte-americanas deixaram para trás", disse ao Associated Press.

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A decisão do homem chocou, inclusive, os responsáveis pelo agendamento de sua morte. Com a execução inicialmente planejada para 29 de abril de 2022, a Suprema Corte da Carolina do Sul suspendeu a decisão faltando apenas 8 dias para a data, avaliando que a justificativa da defesa é válida, visto que os componentes da injeção poderiam ser posteriormente comprados com maior facilidade do que no momento da decisão. Desde então, Moore continua aguardando uma resolução.