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Matérias / Arqueologia

O homem que foi 'vaporizado' ao tentar escapar da tragédia do Vesúvio

No ano passado, o esqueleto de um indivíduo que foi “vaporizado” em sua última investida para sobrevivência surpreendeu pesquisadores

Isabela Barreiros Publicado em 09/01/2022, às 08h00

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O esqueleto encontrado em Herculano - Divulgação/Parco Archeologico di Ercolano
O esqueleto encontrado em Herculano - Divulgação/Parco Archeologico di Ercolano

Os sítios arqueológicos nas proximidades de Pompeia, onde o Monte Vesúvio causou destruição ao entrar em erupção há quase 2 mil anos, vem revelando uma série de descobertas impressionantes ao longo dos últimos anos.

Carruagem, quarto de escravos, 'fast-food' da Antiguidade, cavalos petrificados e muito mais — tudo isso trouxe informações relevantes sobre a vida na região antes do desastre do vulcão.

No entanto, durante as investigações, também foram encontrados restos mortais de pessoas que tentaram fugir. No ano passado, foi anunciada a descoberta de um homem que morreu enquanto tentava escapar do destino cruel dos que estavam na região.

Na antiga cidade romana de Herculano, soterrado pelas cinzas vulcânicas, estava o esqueleto de um homem que tentava chegar à praia, onde buscava por abrigo junto a outras pessoas que fugiam das cinzas vulcânicas.

Detalhes dos restos mortais encontrados em Herculano / Crédito: Divulgação/Parco Archeologico di Ercolano

Segundo os pesquisadores responsáveis pelo estudo da descoberta, o homem teria sido “vaporizado” imediatamente pela densa nuvem de cinzas e gases do Monte Vesúvio, o que o impediu de alcançar seu objetivo a apenas poucos passos de distância.

O contexto da morte do sujeito foi explicado pelo diretor do parque arqueológico de Herculano, Francesco Sirano, à agência italiana ANSA em outubro do ano passado.

Momentos terríveis 

Segundo ele, “os últimos momentos aqui foram instantâneos, mas terríveis"
“Era por volta de uma hora da manhã quando a onda piroclástica produzida pelo vulcão atingiu a cidade pela primeira vez, com uma temperatura entre 300 e 400 graus, ou mesmo, segundo alguns estudos, de 500 a 700 graus”, disse.

Ele continuou: “Uma branca nuvem quente, que correu em direção ao mar a uma velocidade de 100 quilômetros por hora, era tão densa que não tinha oxigênio. Este ‘inferno’, no espaço de poucos minutos, engolfou e engoliu a parte alta da cidade, arrancando telhados e ceifando homens e animais com um calor que faz seus corpos evaporarem”.

"Quando a nuvem piroclástica chegou, a temperatura estava acima de 500º C — estava muito, muito quente. Estava tão quente que tudo que vivia foi vaporizado imediatamente, como este homem”, ressaltou o diretor.

A ossada do fugitivo do Vesúvio/ Crédito: Divulgação/Video/ANSA

As investigações indicam que o indivíduo teria morrido entre 40 e 45 anos e estava de costas para o mar, virado em direção à terra, até que caiu de costas. Isso pode significar que ele se virou para observar a nuvem de gás quente e detritos vulcânicos e logo foi morto.

Além disso, é provável que os gases tenham carregado o corpo até a beira da água ao longo da praia, ainda possivelmente até a parte rasa, segundo informações do portal Live Science.

Destino infeliz

Perto dele, também estavam restos de uma caixa de madeira que guardava uma sacola de tecido com um objeto dentro, o único que sobreviveu dos que provavelmente eram seus pertences valiosos. Acredita-se que o artefato seja um anel. 

O local em que o indivíduo foi encontrado é conhecido por abrigar os restos mortais de cerca de 300 pessoas que também tentaram fugir da erupção, em uma descoberta feita nas décadas de 1980 e 1990 na antiga praia de Herculano.

Para os pesquisadores, é provável que os fugitivos tenham se organizado para chegar ao local em busca de um filósofo e almirante romano chamado Plínio, o Velho, que prometeu que os resgataria.

Outros ossos foram encontrados no local nas décadas de 80 e 90/ Crédito: Divulgação/Video/ANSA

A missão não foi bem-sucedida, as pessoas não conseguiram fugir nos “abrigos de barcos” da cidade, e o naturalista morreu em Stabiae, uma cidade próxima de Pompeia, vítima do Monte Vesúvio.

Quando a descoberta do corpo do homem foi divulgada, os especialistas estavam especulando que ele poderia ser um amigo do oficial de Plínio. Mais tarde, porém, descartaram essa hipótese.

"Podemos argumentar que talvez ele fosse um cidadão romano da cidade, e não um dos membros da expedição de resgate", afirmou Francesco Sirano.


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