Diversos boatos referenciando práticas satânicas foram falsamente atribuídos a apresentadora infantil
Durante a segunda metade do século 20, a apresentadora Xuxa Meneghel emergiu como uma das maiores figuras da televisão brasileira ao angariar a atenção do público infantil não apenas com seu carisma ao conduzir programas na Rede Manchete e Globo, mas tornando-se um dos nomes mais rentáveis do país, licenciando bonecas, adesivos e inúmeros outros produtos com seu nome.
Com tamanha popularidade, boatos maldosos começaram a surgir contra a artista durante sua ascensão midiática; desde especulações sobre relacionamentos até decisões financeiras se tornaram alvo de fofocas. Contudo, nenhum outro rumor causou mais polêmica do que a associação falsa de Xuxa com o diabo e outras referências supostamente satânicas.
A mais antiga, data de 1986, seu primeiro na Globo, quando lança pela Som Livre o álbum 'Xou da Xuxa', promovido no programa homônimo da apresentadora. Contudo, no tempo do vinil, era possível manusear o disco em plena execução, de forma a invertê-lo para ouvir ao contrário. Dessa forma, as canções "Meu cãozinho Xuxo" e "Ilariê" foram acusadas de conterem mensagens subliminares, apontando as palavras "Exú" e até a frase "meu anjo é o Diabo" nas músicas.
Conspiracionistas foram ainda mais longe em 1992, quando a cantora lançou a canção "Marquei um X", cujo refrão repete a frase-título três vezes. Em uma teoria para lá de bizarra, a palavra "xis", ao contrário, seria "six", que significa "seis" em inglês. Repetida três vezes, formaria o 666, o tal número da besta. A artista se tornou vítima até mesmo quando aprendeu a se comunicar em libras, com o sinal de “eu te amo” sendo confundido com referência diabólica.
Os boatos, capazes de destruir a reputação de uma estrela, também reverberando negativamente contra a apresentadora, como revelou em entrevista ao canal do YouTube “Seja Eu”, administrado pelo fotógrafo Brunno Rangel e do diretor de criação Marcelo Feitosa, no ano de 2021.
Décadas depois das acusações infundadas, a loira não apenas negou qualquer tentativa de mensagem subliminar nos álbuns direcionados ao público infanto-juvenil, como também reiterou sua conexão com Deus e preceitos cristãos, o chamando de “cara lá de cima”, como fez durante a carreira.
Eu já ouvi algumas pessoas falando, lá no início: 'ela tem um pacto com o diabo'. Alguém que tem um pacto com o cara lá debaixo não poderia ter nem um terço das coisas que tenho, porque isso dá muita força para ele. Eu tenho uma relação de amizade, de amor, com o cara lá de cima. E ele também tem comigo. Se não, eu não teria o que eu tenho”, explicou.
