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Matérias / Dom Pedro I

Coroado há 200 anos: O que aconteceu com o corpo de Dom Pedro I?

Sabe-se que o coração de Pedro I está em Portugal. Mas o restante de seu corpo?

Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 22/08/2022, às 16h29 - Atualizado em 01/12/2022, às 14h21

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O imperador Dom Pedro I em retrato - Domínio Público
O imperador Dom Pedro I em retrato - Domínio Público

Há exatos 200 anos, em 1º de dezembro de 1822, Dom Pedro I era coroado Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil. Importante figura da história brasileira, Pedro I voltou a ser alvo de debate no último dia 7 de setembro, quando celebramos o bicentenário da Independência do Brasil. Na ocasião, tanto especialistas quanto internautas discutiram a vinda de seu coração de Portugal para o o nosso país

No entanto, em meio a tanta repercussão, pouco se falou sobre outros elementos de figuras relevantes ao processo da emancipação brasileira. Afinal, se o coração estava em Portugal, onde se encontra o corpo do antigo imperador?

O corpo e o coração

Dom Pedro I faleceu no dia 24 de setembro de 1834, na cidade de Queluz, em Portugal, sendo mais uma vítima de tuberculose na época. No entanto, a história das partes do corpo do antigo imperador é ainda um pouco anterior.

Após a Independência, durante seu governo, o imperador Pedro I sofreu diversas críticas da população, visto seu autoritarismo e gestão centralizadora. Então, quando seu pai — Dom João VI, rei de Portugal — veio a falecer, em 1826, o imperador brasileiro é que deveria se tornar sucessor do trono.

No entanto, ele nomeou sua filha, D. Maria II, como herdeira legítima do trono, em seu lugar, o que desagradou seu irmão, Dom Miguel. Com isso, o imperador brasileiro voltou à Portugal — e deixou aqui seu filho, conhecido como Dom Pedro II, em seu lugar — e acabou lutando contra Dom Miguel na Guerra Civil Portuguesa, em julho de 1832.

No entanto, mesmo com a vitória no conflito, Dom Pedro I terminou debilitado e, ainda por cima, contraiu tuberculose, o que levou a sua morte. Porém, ainda antes de falecer, o ex-imperador brasileiro disse em seu testamento que desejava que seu coração permanecesse na cidade do Porto, em Portugal, devido à gratidão pela resistência na luta das forças liberais contra as tropas absolutistas de D. Miguel — e estava na Igreja da Lapa, onde ele costumava frequentar missas.

Local de armazenamento do coração de Pedro I/ Crédito: Divulgação/YouTube/Irmandade da Lapa

Além disso, porém, no testamento ainda constava-se que o imperador desejava, apesar de deixar seu coração em Portugal, que seu corpo ficasse no Brasil. Porém, foi só em 1972, nas comemorações dos 150 anos da Independência, que os demais restos mortais foram trazidos para as terras brasileiras.

Cripta Imperial

O Monumento à Independência do Brasil foi criado em 1922 durante as comemorações do centenário da emancipação brasileira da Coroa portuguesa. Idealizado pelo artista italiano Ettore Ximenes, o monumento teve sua inauguração no dia 7 de setembro de 1922, ainda incompleto, e foi definitivamente finalizado somente quatro anos depois, como conta o site do Museu da Cidade de São Paulo.

A princípio, a homenagem não tinha tantas referências sobre diversos eventos que levaram ao processo da Independência brasileira, o que foi acrescentado gradualmente à construção. No entanto, mesmo após sua finalização, em 1926, outras alterações foram adicionadas.

Em 1953, começou a ser construída em seu interior, o que veio a ser chamada hoje em dia de Cripta Imperial, onde os restos mortais da imperatriz Leopoldina— primeira esposa de Dom Pedro I — seriam depositados no ano seguinte.

E em 1972, quando o corpo do antigo imperador veio ao Brasil, ele foi guardado ali dentro também, onde permanece até hoje; além dos restos de Dona Amélia, segunda esposa de Pedro I e segunda imperatriz do Brasil, que foram depositados em 1984.

Monumento à Independência e Cripta Imperial brasileira
Monumento à Independência e Cripta Imperial brasileira / Foto por Rodrigo Soldon pelo Wikimédia Commons

No ano 2000, por fim, um novo espaço em seu interior foi criado, de forma a possibilitar o acesso público ao interior do monumento. O Monumento à Independência, que posteriormente veio também a servir como Cripta Imperial, fica localizado no Parque da Independência, no bairro do Ipiranga, em São Paulo.