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Matérias / Brasil

Os horrores do Massacre de Haximu executado por garimpeiros

A chacina ocorreu em Roraima, no ano de 1993, e ganhou atenção internacional, sendo pouco mencionada no Brasil

Ingredi Brunato Publicado em 04/10/2020, às 09h00

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Fotografia de indígenas Ianomâmis. - Divulgação/ Carlo Zacquini/Acervo do Instituto Socioambiental
Fotografia de indígenas Ianomâmis. - Divulgação/ Carlo Zacquini/Acervo do Instituto Socioambiental

Os Ianomâmi estão espalhados em aldeias ao longo da extensão da floresta Amazônica. A aldeia dos Haximu, especificamente, está localizada na fronteira entre o Brasil e a Venezuela, no estado do Roraima

No ano de 1993, todavia, os Haximu quase sofreram um extermínio. Apenas por uma questão de sorte é que foram capazes de sobreviver ao ataque, que tinha vindo com intenções genocidas. 

O contexto do massacre de Haximu foi um conflito entre os indígenas e os trabalhadores que faziam garimpo de ouro na região. Isso porque, na época, estava em curso a corrida do ouro no Brasil, e após a construção da Rodovia Perimetral Norte através da terra demarcada onde os Ianomâmi viviam, os encontros entre nativos e não nativos passaram a ser uma realidade cotidiana. 

Antes da tragédia

A princípio, os garimpeiros que vinham para trabalhar nas áreas onde ficavam os indígenas Ianomâmi buscaram manter alguma distância respeitosa dos povos indígenas, e mediaram a sua presença no local através de doações.

Eventualmente, o número de trabalhadores passou a crescer, e o equilíbrio de poder se modificou, fazendo com que o respeito diminuísse, e as tensões entre os grupos aumentassem.

Um dos acontecimentos mais específicos que precederam a chacina é o sumiço de uma rede de fazer garimpo em rios, usada como argumento para um primeiro ataque por parte dos garimpeiros. A partir desse ponto, as tensões se intensificaram.

Quatro membros da aldeia Haximu foram mortos nesse ataque inicial, e como retaliação os indígenas teriam realizado uma vingança em que mataram dois trabalhadores, e feriram mais dois. A reação dos garimpeiros, por sua vez, teria sido então de planejar o massacre. 

Fotografia de mãe da aldeia de Haximu segurando filho. Crédito: Wikimedia Commons

O genocídio

A chacina ocorreu no início de uma manhã. Naquele dia, a maioria dos indígenas da aldeia Haximu estava ausente, na verdade, por conta de uma festa em uma aldeia vizinha. Outros, também, estavam trabalhando.

Dessa forma, quando os garimpeiros apareceram de surpresa e fortemente armados, não havia muitos Ianomâmis para matar. O total de vítimas do massacre foi pelo menos 16 nativos, compostos principalmente por idosos, mulheres e crianças. Quando eles foram embora, ainda atearam fogo à aldeia enquanto a deixavam para trás. 

Segundo os próprios integrantes da aldeia, esse número seria de 73 nativos assassinados, no entanto a informação não pôde ser verificada por conta do ritual de luto dos Ianomâmis, que inclui queimar o corpo dos mortos. 

Depois 

A chacina em Roraima recebeu repercussão não só dentro do território brasileiro, mas também internacionalmente. É preciso apontar, contudo, que houve imprecisões nas descrições midiáticas do acontecido, de forma que muitos detalhes do evento se perderam. 

Os cinco garimpeiros responsáveis pelo massacre de Haximu foram a julgamento, sendo condenados a um total de 20 anos de prisão. Apesar disso, em 2011, quando estavam encarcerados há 14 anos, as penas foram consideradas extintas, resultando na soltura dos envolvidos. 

Essa foi a primeira e única sentença de genocídio no sistema judiciário brasileiro. 


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