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Matérias / Arte

As paisagens panorâmicas e detalhadas de Nicolau Facchinetti

Pinturas feitas no Brasil por artista italiano ficam entre o naturalismo e o impressionismo

Izabel Duva Rapoport, com adaptação de Isabelly de Lima Publicado em 09/07/2023, às 09h00

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“Baía de Botafogo”, óleo sobre cartão de 1875 - Divulgação / Jaime Acioli
“Baía de Botafogo”, óleo sobre cartão de 1875 - Divulgação / Jaime Acioli

Ao chegar à exposição ‘Facchinetti (1824 1900) – Paisagens (Ir) reais’, em cartaz até meados de agosto na Danielian Galeria, no Rio de Janeiro, o visitante recebe uma lupa de bolso como brinde para observar as obras. Isso porque as pinceladas tão pequenas do pintor Nicolau Facchinetti, artista italiano conhecido por suas paisagens panorâmicas e detalhadas, merecem dedicada atenção.

Nascido em 1824, em Treviso, na Itália, veio morar no Rio de Janeiro em 1849, prestes a completar 25 anos e com o objetivo de se tornar um membro da Academia Imperial de Belas Artes. No início, mesmo tendo um estudo formal em artes, foi difícil, segundo a curadora da mostra, Denise Mattar.

Ele lutou muito para ser aceito, mas, não apenas conseguiu, como veio a tornar se um dos paisagistas preferidos da Corte”.

Facchinettipintava ao ar livre em busca de uma captação próxima da realidade, tanto da paisagem quanto da luz e do momento do dia em que foram feitas. Minucioso como era, colocava tais informações no verso das obras, enfatizando quem havia feito a encomenda. Antes da produção propriamente dita, o italiano estudava os locais e horários, fazendo uma série de esboços.

'Vista do Rio de Janeiro Tomada de Santa Tereza', de 1892 - Crédito: Divulgação / Jaime Acioli

Os ricos detalhes

Suas obras eram tão detalhadas, que acabaram ganhando, à época, status de propaganda, inclusive da elite agrária, que o contratava para retratar as fazendas de café no século 19. Porém, ainda que tenham sido encomendas, muitas vezes Facchinetti não deixava de registrar o estrago que o cultivo, ainda feito por mão de obra escraviza da, causava na paisagem.

Em agradecimento aos empréstimos de algumas obras, como a ‘Vista do Rio de Janeiro Toma da de Santa Tereza’, de 1892, concedidos pelos Museus Castro Maya/Ibram, que abrangem o Museu Chácara do Céu e Museu do Açude, a galeria se encarregou do restauro da pintura, feito pelo Ateliê Monica Dias.