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Matérias / Acidente aéreo

Voo 243 da Aloha Airlines: A aeronave que sobrevoou por 13 minutos com um buraco na fuselagem

Aeronave sofreu uma descompressão explosiva em pleno voo, mas o Boeing 737 pousou em 'segurança'

Penélope Coelho Publicado em 04/08/2020, às 17h45 - Atualizado em 03/03/2023, às 14h38

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Boeing 737-297 da Aloha Airlines após o acidente - National Transportation Safety Board
Boeing 737-297 da Aloha Airlines após o acidente - National Transportation Safety Board

Em 28 de abril de 1988, tripulantes e passageiros estavam prontos para embarcarem naquele que parecia mais um voo rotineiro. Porém, o voo 243 da Aloha Airlines se tornou um marco na história da aviação e dos acidentes aéreos.

Na ocasião, aeronave Boeing 737 saiu de Hilo com destino a Honolulu, ambas as cidades localizadas no Havaí, com 95 pessoas a bordo.

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O bizarro voo 234

Na manhã do incidente, a aeronave passou por uma inspeção de rotina, mas nada de anormal foi detectado. Além disso, as condições meteorológicas também estavam favoráveis naquele dia. Nada parecia caminhar para o desfecho que teve.

Rota do voo 243: Em azul a rota original e em vermelho o desvio feito depois do acidente / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

Contudo, após o Boeing 737 decolar normalmente, e atingir a altura de 7.300 mil metros, o avião sofreu por uma descompressão explosiva da fuselagem — o que desencadeou uma abertura brutal de uma parte do revestimento metálico do teto da aeronave. Ou seja, um enorme buraco de cerca de 5 metros 'apareceu' no meio do avião. 

Em decorrência dessa abertura, uma mulher foi sugada para fora do transporte aéreo, tratava-se de Clarabelle Lansing, uma aeromoça experiente na profissão. A vítima de 58 anos foi arremessada para fora do avião e seu corpo nunca foi encontrado.

Surpreendentemente, ela foi a única vítima fatal do fatídico episódio. Outras 94 vidas foram poupadas quando o capitão Schornstheimer conduziu a aeronave para o aeroporto mais próximo — o de Kahului, na ilha de Maui. 

O pouso forçado

Foram 13 minutos apavorantes até o local de pouso forçado, mas realizado com segurança. Após a parada da aeronave, os tripulantes e passageiros foram retirados com rapidez do avião.

Ao todo, 65 pessoas ficaram feridas em decorrência do acidente, oito delas inclusive apresentavam lesões graves. Na época, Maui não era habilitada com um centro de emergência para desastres aéreos desse tipo. Por conta disso, uma verdadeira comoção na cidade teve que ser feita.

As vítimas do voo 243 da Aloha Airlines foram levadas para o hospital mais próximo, muitas delas, inclusive, foram conduzidas até a clínica por meio de vans pilotadas por funcionários e mecânicos do aeroporto, visto que a cidade contava apenas com duas ambulâncias.

Por coincidência, dois paramédicos estavam no local e ajudaram a realizar um processo de triagem dos tripulantes e passageiros, ali mesmo na pista.

A aeronave envolvida no incidente / Crédito: Wikimedia Commons

Consequências para a história

Mais de três décadas depois da tragédia, o incidente resultou em algumas melhorias que se tornaram importantes para os procedimentos de segurança da aviação. Após diversas análises na aeronave, os especialistas chegaram à conclusão que o acidente foi causado por uma deficiência na manutenção e inspeção e por problemas na estrutura da fuselagem.

Até a data do acidente, a aeronave da Aloha Airlines já tinha acumulado mais de 35 mil horas de voo, mais do que o dobro do número de ciclos de voo para qual o avião foi projetado para suportar.

Além disso, o Boeing 737 operou por muitos anos em uma área exposta a elementos como sal e umidade — o que influenciou na corrosão do material.

A partir do acidente, as companhias aéreas passaram e investir na qualidade de programas de manutenção e inspeção a fim de evitar que mais casos como o do voo 243.

A aeronave envolvida no incidente, por sua vez, foi demolida e além dela, mais dois aviões da Aloha Airlines também foram destruídos — já que apresentavam problemas parecidos.

A tragédia foi relatada algumas vezes em produções audiovisuais, inclusive na famosa série de televisão canadense Mayday, no ano de 2005. Além disso, o episódio também foi retratado em um filme vinculado na televisão intitulado 'Miracle Landing - Voo 243: Pouso de Emergência' (1990).