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Matérias / Brasil

Plataformas abandonadas: As “estações fantasmas” do Metrô de São Paulo

Conhecido como um dos melhores do mundo, o Metrô de SP esconde passagens que nunca saíram do papel, mesmo com grandes construções

Wallacy Ferrari

por Wallacy Ferrari

wferrari@caras.com.br

Publicado em 13/11/2022, às 18h00

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Caminhões híbridos ocupam linha abandonada do Ramal Moema, na Estação Paraíso - Wikimedia Commons / Metrosp
Caminhões híbridos ocupam linha abandonada do Ramal Moema, na Estação Paraíso - Wikimedia Commons / Metrosp

Em 1974, iniciava a operação aberta a população do Sistema Metroviário de São Paulo, popularmente conhecido como Metrô. Desde então, sua ampliação, que iniciou apenas com a linha 1-Azul, foi expandida para seis linhas que, em conjunto com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), alcança boa parte das regiões da megalópole brasileira, além de cidades vizinhas.

Sendo o mais movimentado sistema de transporte metroviário do país, foi considerado um dos melhores metrôs do mundo de acordo com a revista norte-americana Business Insider, sendo o único sistema latino-americano a pertencer ao seleto grupo de locais listados.

Mesmo que seu funcionamento tenha iniciado na primeira metade da década de 1970, sua concepção surgiu muito antes, com os primeiros projetos ocorrendo na década anterior. Vários deles foram aproveitados, mas alguns poucos, que chegaram inclusive a serem confeccionados, nunca saíram do papel para usufruto da população, como listou o portal São Paulo Secreto.

Em três estações existentes, existem espaços, inicialmente construídos para receber passageiros e plataformas, mas que nunca tiveram itinerários incluídos na região, criando uma espécie de estação fantasma destes locais.

No centro

Em meio a Linha 3-Vermelha existe a estação Pedro II, localizada próxima ao centro antigo da cidade e à Avenida dos Estados. Contudo, quando formulada inicialmente, foi feita com bem mais espaço. Isso porque, dentro dela, existe um espaço para embarque, mas sem nenhum trilho, atualmente bloqueado com placas.

Plataforma sem trilhos da Estação Pedro II, fotografada de cima / Crédito: Wikimedia Commons / Alexandre Giesbrecht

De acordo com a Folha de S. Paulo, as tais plataformas abandonadas estão dois níveis abaixo da linha que funciona normalmente, mas eram planejadas para receber a Linha 4-Amarela, que só foi inaugurada em 2010, três décadas depois de sua concepção. Até o ano de 2022, o espaço servia apenas como deposito, mas passou a receber moradores de rua em épocas mais frias.

Sua construção foi aprovada durante a gestão do governador Paulo Egydio (1975-1979). Na gestão seguinte, de Paulo Maluf(1979-1982), mais plataformas posteriormente abandonadas; dentro da Estação República, existiam três plataformas fantasmas que, por décadas, se mantiveram completamente intocadas. Apenas no século 21 que foram demolidas e, então, planejadas para fazer parte do itinerário da Linha 4-Amarela.

Linha esquecida

A Estação Paraíso liga as linhas 1-Azul e 2-Verde, sendo as duas principais travessias para os extremos norte, sul, leste e oeste no mapa metroviário da capital, além de receber milhões de passageiros diariamente. Contudo, a estação ainda daria origem a uma terceira ligação, inicialmente concebida partindo da própria Paraíso até Moema, passando por Tutóia e Ibirapuera.

Mapa antigo mostra, circulado em vermelho, ramal que nunca existiu / Crédito: Divulgação / MetroCPTM

Um mapa raro, recuperado pelo portal MetroCPTM, registrou o projeto de continuidade da Paraíso para as três estações, que nunca ocorreu. Contudo, o tal Ramal Moema chegou a ter uma construção de uma plataforma na própria Paraíso, hoje inutilizada para circulação de passageiros, mas sim para estacionar máquinas híbridas de manutenção dos trilhos e carros.

A estação Moema só foi ser inaugurada em 2018, compondo a Linha 5-Lilás, mas as estações Tutóia e Ibirapuera nunca chegaram a sair do papel. A plataforma fantasma da Estação Paraíso, por sua vez, é escondida com placas, impedindo a visualização dos passageiros que circulam por lá.