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Matérias / Mundo

Psicólogo aponta 'perfil perfeito' de vítimas dos psicopatas

Após o lançamento de ‘O Golpista do Tinder', André Barbosa desde as tendências dos psicopatas até como identificá-los

Pedro Paulo Furlan, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 11/02/2022, às 14h22 - Atualizado em 14/02/2022, às 16h06

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Imagem promocional de 'O Golpista do Tinder' - Divulgação / Netflix
Imagem promocional de 'O Golpista do Tinder' - Divulgação / Netflix

Lançado mundialmente em 2 de fevereiro de 2022, o documentário “O Golpista do Tinder” narra a história de Simon Leviev, ou melhor, Shimon Hayut, o israelense que aplicou diversos golpes em mulheres, utilizando o aplicativo Tinder. O homem as enganava com sua suposta fortuna e as manipulava por dinheiro.

Levando as mulheres em viagens pagas por suas fraudes anteriores, Simon logo revelava que era herdeiro de um magnata de diamantes e que estava em perigo. Contando sobre ameaças de empresas rivais e perigos de morte, o ‘golpista’ dizia que precisava de empréstimos porque estavam rastreando suas contas.

Simon Leviev em um de seus posts nas redes sociais - Créditos: Divulgação / Instagram (@simon_leviiev_official) 

Após conseguir o que ‘precisava’ e deixar suas vítimas apaixonadas afundadas em dívidas, Liviev desaparecia. Depois de assistir o filme, no entanto, muitas pessoas começaram a se perguntar como alguém pode fazer algo assim, ou pior, como podem evitar ser enganadas na busca por um amor. 

Pensando nisso, o site Aventuras na História repercute as falas de André Barbosa, psicólogo formado na Universidade de Fortaleza e especialista em terapia cognitivo-comportamental, além de autor de 6 livros sobre psicologia.

Mas, afinal o que é um psicopata?

André Barbosa, especialista e psicólogo - Créditos: Divulgação / Arquivo Pessoal

O termo psicopata, usado popularmente dentro da cultura, é usado para falar sobre alguém que não sente as emoções da maneira comum e que, especialmente no mundo da mídia, é abusivo e estratégico.

A facilidade de cair na lábia de um psicopata está no fato dele não apresentar empatia e iniciar todas essas conexões e interações com um objetivo em mente. Barbosa avisa, também, que a importância da vítima para um psicopata acaba quando ele consegue o que quer.

Os psicopatas estão no nosso meio. São pessoas totalmente sem empatia. A partir do momento que ele não precisa mais de você, ele age como se você não existisse”, explicou.

Relacionamentos, abuso e vítimas

O perigo dos psicopatas, no entanto, não se encontra somente na falta de empatia e sentimentos, mas, sim, no fato que essas conexões podem levar a relacionamentos intensamente abusivos até o indivíduo conseguir o que quer. Os psicopatas sabem qual o perfil perfeito para suas vítimas e conseguem selecioná-las facilmente.

Manipuláveis, isoladas, carentes, intensas, impulsivas e com instabilidade emocional, as vítimas acabam presas nesses relacionamentos porque foram convencidas que o psicopata é a pessoa amada.

Em meio a seu plano perfeito, o manipulador consegue convencer as vítimas de que são culpadas por tudo de ruim que acontece.

Além disso, de acordo com o psicólogo André Barbosa, fazem com que a vítima acredite que tem sorte por ter o psicopata em sua vida, mantendo-se, por isso, dentro da relação.

É como se o sujeito, vítima desse relacionamento, estivesse todo quebrado por dentro, principalmente por ter se mantido em tal relacionamento. Apesar de todo sofrimento, humilhação e dor gerados, a vítima, muitas vezes, acaba normalizando, de forma que nem percebe que está em um relacionamento abusivo”.

Porém, mesmo quando essas relações abusivas terminam, seja por decisão da vítima ou porque o psicopata já conseguiu o que queria, as vítimas não são tratadas com respeito e cuidado que merecem. No caso de Simon, por exemplo, quando algumas das mulheres denunciaram o que aconteceu, foram atacadas pelo público.

André credita isso à misoginia e ao patriarcado, além de apontar que poucos acreditam nas vítimas que decidem denunciar um psicopata.

Na visão do especialista, isto foi o que permitiu que o israelense pudesse criar ainda mais vítimas e estar solto até hoje.

“Nos dias de hoje ainda existe muito machismo. Algumas das vítimas que expuseram os casos tiveram que lidar com comentários que as chamavam de ‘interesseiras’, por exemplo. O medo de lidar com situações assim criou a possibilidade de Simon operar por tanto tempo”, afirmou.