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Matérias / Nazismo

Rosa Bernile Niernau, a menina de origem judaica que era amiga de Hitler

Registrada em dezenas de cartas e fotos, essa surpreendente história de amizade só foi possível por uma coincidência singular

Joseane Pereira e Pamela Malva Publicado em 05/12/2020, às 08h00

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Adolf Hitler e Rosa Bernile Nienau - Domínio Público
Adolf Hitler e Rosa Bernile Nienau - Domínio Público

Uma das grandes vertentes da propaganda Nazista durante a Segunda Guerra Mundial apostava em imagens de Adolf Hitlerpróximo a crianças. Amplamente divulgadas durante o regime, elas buscavam representar o Führer como um líder carismático.

Durante anos, então, o Ministério da Propaganda de JosephGoebbels se aproveitou de dezenas de imagens aparentemente emotivas para desenhar o ideário de Hitler. Mas uma foto em especial mexeu tanto com a Alemanha, quanto com o próprio líder.

Tratava-se da imagem feita entre o Führer e a pequena Rosa Bernile Nienau. Além de demonstrar o apreço genuíno que existia entre os dois, a imagem ainda esconde o fato de que a avó da menina, que tinha seis anos na época, era judia.

Retrato do ditador alemão Adolf Hitler / Crédito: Wikimedia Commons

Coincidências do destino

Rosa nasceu em 20 de abril de 1926, filha única do médico Bernhard Nienau e da enfermeira Karoline. Órfã de pai quando ainda era muito pequena, ela cresceu ao lado da mãe e da avó, Ida Voit, uma professora católica romana de ascendência judaica.

Quando tinha dois anos, a menina mudou-se com a família para Munique, onde passou a ouvir histórias sobre Adolf Hitler. Tendo chegado ao mundo no aniversário de 37 anos do Führer, não demorou até que Rosa finalmente conhecesse o homem.

Tudo começou no dia 20 de abril de 1933, durante as comemorações do aniversário do ditador em sua residência nos Alpes. Impressionado com a coincidência das datas, o Führer acabou convidando Karoline e sua filha para algumas fotos na residência.

A entrada de Berghof, a casa de Hitler nos Alpes Bávaros / Crédito: Wikimedia Commons 

Amizade improvável

Foi assim que algumas das imagens mais emblemáticas do regime nazista foram produzidas. Naquele mesmo dia, no entanto, Hitler e Rosa cultivaram uma amizade improvável, que conquistou o coração do ditador.

Uma cópia das fotografias, autografada pelo Führer, foi enviada à garota com uma dedicatória. “À querida e apreciada Rosa Nienau”, assinou Adolf Hitler. “Munique, 16 de junho de 1933", lia-se no canto da imagem. Mais tarde a garota teria adicionado detalhes à foto, desenhando uma moldura de flores no papel.

De 1933 a 1938, então, a relação entre Hitler e Rosa apenas cresceu. Nessa época, inclusive, a menina passou a se corresponder com o “tio Hitler”, como ela o chamava, através de cartas escritas com a ajuda da mãe.

Fotografia de 1933 / Crédito: Domínio Público

Correspondências, cuidado e carinho

No total, Rosa escreveu 17 cartas que, hoje, podem ser observadas nos arquivos federais de Berlim. Em uma delas, a menina comentava sobre meias de tricô que estava planejando criar para o tio de consideração.

“Este ano posso tricotar com lã mais fina”, escreveu a garota, empolgada. “A mamãe só me ajuda no salto. Elas [as meias] vão estar muito quentes e, para onde ele [Hitler] sempre viaja tanto, seus pés não vão sentir frio.”

Tamanho era o carinho, que até mesmo as origens de Rosa não importavam mais para Hitler. Nesse sentido, o Führer sabia sobre a ascendência da garota desde 1933, mas nunca realmente se importou com o “pequeno” detalhe.

Fotografia de Martin Bormann, o homem que separou Hilter e Rosa / Crédito: Wikimedia Commons

O fim de uma brincadeira

O problema começou quando o oficial nazista Martin Bormann ficou sabendo da informação. Indignado com a árvore genealógica da garota, ele proibiu que Rosa e sua mãe aparecessem na residência de Hitler mais uma vez.

O Führer, por sua vez, não gostou da interferência, como disse mais tarde ao fotógrafo Heinrich Hoffmann. Em seu livro "Hitler as I Saw Him", o profissional lembrou que, em segredo, Hitler teria dito que "algumas pessoas têm um verdadeiro talento para arruinar as minhas alegrias", fazendo referência ao afastamento da menina.

Depois da fatídica proibição, Rosa nunca mais viu seu Tio Hitler. Dez anos depois de seu primeiro encontro com o Führer, tendo se tornado uma desenhista técnica, então, a jovem não sobreviveu à guerra e morreu de poliomielite, aos 17 anos, em 1943.


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