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Matérias / Personagens

A saga de Roberto Bubas, o encantador de orcas

Enquanto foi possível, o pesquisador manteve uma relação comovente com os animais e teve sua história contada no cinema

Penélope Coelho Publicado em 26/05/2020, às 16h30

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Roberto Bubas fotografado ao lado de orca - Divulgação/El Chubut
Roberto Bubas fotografado ao lado de orca - Divulgação/El Chubut

No ano de 2016, o filme argentino intitulado de O Farol das Orcas, mudou para sempre a vida de Roberto Bubas. Até então, o biólogo marinho seguia sua vida normalmente cuidando de suas espécies favoritas, as orcas. O homem que sempre manteve um estilo de vida discreto estava prestes a se tornar assunto em todo o mundo.

O que chamou a atenção na história de Beto — como ele prefere ser chamado — não foi somente sua relação estreita com os superpredadores marinhos, mas, principalmente um estudo comandado por ele.

O homem observou um fenômeno natural ocorrendo no local onde fazia seu trabalho como biólogo, na Patagônia, sul da Argentina. Apesar de sua fama de assassina, as orcas daquele local se tornaram parte da vida de Bubas.

Durante os longos anos em que foi guarda-fauna na região, Roberto observou um movimento interessante feito na praia Caleta Norte, pela maior espécie de golfinhos existente. As orcas desenvolveram algo raro conhecido como encalhamento intencional, aproveitando o movimento das ondas para caçarem lobos e leões marinhos, na beira da praia.

A proximidade desses animais na praia também fez com que eles se tornassem mais próximos de Beto, estabelecendo uma relação muito mais dependente do que o comum para um biólogo marinho.

Roberto Bubas fazendo carinho em orcas / Crédito: Divulgação/El Chubut

Amizade com as orcas

Quando percebeu o fenômeno que acontecia diante de seus olhos, o pesquisador passou a estudar e documentar o ocorrido. Por um longo período de tempo, o biólogo só observava, porém, isso mudou quando o homem decidiu se aproximar um pouco mais.

Beto decidiu começar a tocar gaita na beira da praia quando as orcas estavam por perto. Como resposta ao som, os animais traziam algumas algas para a beira da areia, a fim de que Bubas jogasse o objeto de volta ao mar, como os cachorros fazem com bolas.

Após alguns meses assim, as orcas começaram a confiar naquele homem que ficou conhecido como o Encantador de Orcas. Isso fez com que Bubas pudesse tocar nos animais que por incrível que pareça, não eram domesticados. O pesquisador pôde continuar seu estudo de uma maneira jamais feita anteriormente na natureza.

Não demorou muito para que esse laço estreito entre um ser humano e animais marinhos de grande porte, chamasse a atenção da imprensa. Logo, a história de Bubas tornou-se um livro e depois um documentário produzido pela National Geographic, o que acabaria futuramente sendo um filme, que marcou a vida do pesquisador.

Orca fotografada em 2005 / Crédito: Wikimedia Commons

Mudanças

A produção cinematográfica O Farol das Orcas — atualmente disponível na plataforma de streaming Netflix —, além de demonstrar a relação dos animais com Beto, relata também o interesse que essa amizade inusitada despertou em menino autista da Argentina.

Até então, Agustin, um garoto surdo e mudo, jamais havia demonstrado interesse por nada. Após passar um tempo com Beto, seu desenvolvimento social melhorou inegavelmente.

Mas, a comovente obra acabou se tornando um tormento para Bubas, nos anos seguintes. Depois do lançamento do filme, Roberto acabou sendo reconhecido como uma celebridade e foi interpretado pelo galã argentino Joaquín Furriel. As consequências do filme em sua vida foram muito além do que ele desejava.

Sua exposição gerou ciúmes em outros profissionais. Após muitas perseguições, ele acabou sendo afastado de seu cargo e transferido para outro posto da região, que não é frequentado por orcas, mesmo que esses animais sejam sua especialidade na biologia marinha.

Além de ter perdido o anonimato e a vida tranquila que levava, Beto também acabou perdendo suas tão amadas orcas. Hoje, aos 49 anos, o homem tenta voltar a viver uma vida normal, porém, carrega consigo a eterna saudade de suas amigas do mar.  


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