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Matérias / O sequestro do voo 375

O Sequestro do Voo 375: 5 coisas para saber antes de assistir ao filme

Novo filme brasileiro recorda um dos eventos mais dramáticos da história da aviação no país: o sequestro do voo 375 para atingir o Palácio do Planalto

Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 06/12/2023, às 16h59 - Atualizado em 07/12/2023, às 14h50

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Cena do novo filme 'O Sequestro do Voo 375' - Divulgação
Cena do novo filme 'O Sequestro do Voo 375' - Divulgação

Chegou aos cinemas de todo o Brasil o filme nacional 'O Sequestro do Voo 375'. Dirigido por Marcus Baldini e roteirizado por Lusa Silvestre e Mikael de Albuquerque, a produção retratará um dos mais dramáticos incidentes da história da aviação brasileira, quando um avião foi sequestrado com mais de 100 pessoas a bordo para atingir o Palácio do Planalto, sede do Presidente da República, em 1988.

Segundo a sinopse, o filme "se passa durante o Plano Sarney, iniciado em 1986. No Brasil, passando por dificuldades econômicas e financeiras, Nonato, um homem simples, procura por emprego. Mas sem resultado, ele então resolve protestar de medida dramática: sequestrar o voo 375, da Vasp, com mais de cem passageiros — e ordena ao comandante Murilo que jogue o avião em cima do Palácio do Planalto. Para evitar a tragédia, o piloto acaba sendo obrigado a executar manobras que jamais haviam sido tentadas com um avião daquele tamanho."

+ Inspirou novo filme: Como foi o insano sequestro do voo 375

Conhecendo um pouco mais sobre a premissa do filme, confira 5 curiosidades sobre o brutal incidente que marcaria para sempre a história da aviação brasileira:

1. Por que o sequestro?

Mesmo na época do ocorrido, a identidade da pessoa por trás do sequestro do Voo 375 — um Boeing 737-317 — nunca foi um mistério: Raimundo Nonato Alves da Conceição. Na época, com apenas 28 anos e uma filha pequena, o tratorista tomou o avião visando alterar sua rota, tendo o Palácio do Planalto, em Brasília, como destino.

Raimundo Nonato Alves da Conceição / Crédito: Reprodução/TV Globo

Anos antes do atentado de 11 de setembro, nos Estados Unidos, Raimundo planejou o episódio, pois, naquela época, o Brasil enfrentava uma crise econômica — o que muitos associaram ao então presidente, José Sarney (PMDB) —, responsável por seu desemprego. Como resultado, ele tinha o simples objetivo de assassinar o presidente em um ato de terror.

+ O que aconteceu com o homem que tentou jogar um avião no Palácio do Planalto


2. Sequestro lento

Como já mencionado, por mais que a atitude de Raimundo parecesse bastante precipitada e até mesmo desesperada, a verdade é que os fatos demonstram que tudo foi premeditado e com muita paciência.

Conforme descrito pelo g1, a decolagem partiu de Porto Velho, Rondônia, em direção ao Rio de Janeiro, ainda pela madrugada. Comandada por Fernando Murilo de Lima e Silva, piloto, e pelo copiloto Salvador Evangelista, a aeronave ainda tinha escalas nas cidades de Cuiabá (MT), Brasília (DF), Goiânia (GO) e Belo Horizonte (MG).

Era aproximadamente 10 da manhã, no dia do sequestro, quando 60 pessoas embarcaram para a última etapa daquele voo — já havia outras 38 a bordo —, no Aeroporto de Confins, na capital mineira. Foi então, após 20 minutos da decolagem, que Raimundo Nonato, munindo uma arma calibre 32 e mais de 100 balas, anunciou o sequestro.

Cena de 'O Sequestro do Voo 375' / Crédito: Reprodução/Star Distribution Brasil

3. Treinamento militar

De maneira indiscutível, um dos maiores heróis que impediu o voo 375 de se tornar uma calamidade na história do país foi o piloto da aeronave, Fernando Murilo de Lima. Antes de dominar o avião, Raimundo havia ferido duas pessoas e matado uma, Salvador Evangelista, copiloto — no entanto, graças a Murilo, mais ninguém teve um fim trágico.

Fernando Murilo, interpretado por Danilo Grangheia em 'O Sequestro do Voo 375' / Crédito: Reprodução/Star Distribution Brasil

Isso porque ele acionou um código de sequestro à central e, graças à sua formação militar e perspicácia, conseguiu distrair Raimundo o máximo de tempo possível, incluindo manobras aprendidas durante seu tempo como militar — pela primeira vez na história, um Boeing realizou um voo em torno de seu próprio eixo, um tunneau barril —, que impediram uma verdadeira desgraça.


4. Número de vítimas

Como já mencionado, graças a todos os envolvidos no sequestro, o número de vítimas foi baixo. Ao todo, além do copiloto morto, somente outras três pessoas saíram feridas: o comissário Ronaldo Dias, outro tripulante, Gilberto Renhe, e o próprio Raimundo.

No caso de Raimundo, quando a aeronave desceu até o Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, se iniciaram negociações entre o sequestrador e a polícia. Ao mesmo tempo, havia chegado ao local outro avião, ao qual Raimundo deveria entrar para escapar, entretanto, ele acabou alvejado nas pernas, sem ser morto, para então ser levado ao hospital e, por fim, preso.

Raimundo Nonato, interpretado por Jorge Paz em 'O Sequestro do Voo 375' / Crédito: Reprodução/Star Distribution Brasil

5. O fim de Raimundo

Logo após o ocorrido, Raimundo foi rapidamente encaminhado até um hospital em Goiânia, para que seus ferimentos pudessem ser tratados e ele, então, preso. No entanto, o homem sequer deixou o hospital com vida.

Dias depois, após ser baleado nas pernas, morreu devido a uma anemia falciforme, doença genética hereditária que destrói os glóbulos vermelhos do sangue. Obviamente, como a causa da morte foi muito repentina e suspeita, muito se questionou se, na verdade, não teriam assassinado-o com uma injeção letal. De qualquer forma, isso nunca foi investigado ou confirmado.