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Matérias / Alemanha Nazista

Há 80 anos, explodia uma rebelião no campo de extermínio de Sobibor

Diante das atrocidades, um grupo de prisioneiros planejou uma audaciosa e perigosa fuga neste dia, em 1943

Redação Publicado em 14/10/2020, às 00h00 - Atualizado em 13/10/2023, às 14h46

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O campo de extermínio de Sobibor - Domínio público
O campo de extermínio de Sobibor - Domínio público

Sobibor foi um importante campo de extermínio nazista implantado na Polônia, ou seja, diferentemente de Auschwitz ou Dachau, o local existia somente para o assassinato em massa de minorias. Seu principal alvo eram os judeus. Pelo menos 167 mil pessoas morreram em Sobibor, documenta a Enciclopédia do Holocausto.

Após a Conferência de Wannsee, em 1942, foi decretada a lógica da Solução Final, o esforço direcionado ao extermínio dos judeus como prioridade de guerra. O objetivo era claro: limpar o Espaço Vital dos alemães.

Diante deste compromisso, deu-se inicio à Operação Reinhard, que consistia na construção de diversos campos dedicados a operações de extermínio, sendo complementar à realocação de 2 milhões de judeus na Polônia. Deste projeto, nasceram três campos: Bełżec, Sobibor e Treblinka II.

A Operação foi coordenada pelo general Odilo Globocnik, como documentado pelo Holocaust Historical Society, e ficou dividida em dois departamentos: um para logística de emigrações compulsórias em massa de judeus no país e outro responsável pela construção dos campos. 

Sobibor ficou sob administração de Franz Stangl e foi inaugurado em abril de 1942.  Depois de fundado, o campo foi dividido em três setores operativos: administração, recepção e assassinato. Tendo como principal estratégia a câmara de gás, a maioria dos presos era diretamente encaminhada para o extermínio. Um caminho estreito chamado de Tubo ligava a área de recepção às áreas de morte.

A Revolta

Diante das atrocidades, um grupo de prisioneiros planejou uma audaciosa e perigosa fuga do campo, em outubro de 1943. O medo de muitos era que, além dos próprios extermínios, com a retomada da defensiva soviética, os nazistas poderiam querer destruir tudo por lá, encobrindo seus crimes de guerra. Por isso, a fuga parecia uma decisão razoável.

Liderados inicialmente pelo ucraniano Leon Feldhendler, o movimento ganhou reforços quando um grupo de soldados judeus soviéticos chegou à estação; por isso, a liderança passou para Alexander Pechersky. Quando estourou a revolta, os líderes ensejavam, pelo menos, matar os oficiais que mandavam no local.

Judeus soviéticos após sobreviverem à Guerra / Crédito: Reprodução

Ao total, 11 oficiais da SS foram mortos, enquanto 600 judeus invadiram as fortificações do complexo industrial da morte, em direção às fronteiras com uma floresta da região. Muitos não saíram vivos.

“Cadáveres estavam por toda parte”, escreveu o sobrevivente de Sobibor, Thomas Blatt, em suas memórias. "O barulho de rifles, minas explodindo, granadas e o som de metralhadoras assaltaram os ouvidos. Os nazistas atiraram à distância enquanto em nossas mãos eram apenas facas e machadinhas primitivas."

Cerca de 300 amotinados conseguiram escapar com vida do campo. No entanto, o medo dos revoltosos se tornou realidade: após a derrota nazista, os alemães destruíram o local para encobrir os crimes e o acontecido naquele ano.

"Os prisioneiros mataram 11 soldados alemães e alguns guardas treinados em Trawniki. Cerca de 300 prisioneiros conseguiram fugir do centro de extermínio naquele dia. Aproximadamente 100 foram apanhados na rede de arrasto que se seguiu à revolta. Cerca de 50 prisioneiros escaparam de Sobibor e sobreviveram à guerra", explica a Enciclopédia do Holocausto.

O plano era transformar as instalações de extermínio em um local de detenção para mulheres e crianças deportadas para o oeste da Bielorrússia ocupada após o assassinato dos homens de suas famílias. Entretanto, isso nunca aconteceu e os nazistas só tentaram encobrir a existência de Sobibor, o que deu certo por um tempo.

A história real acabou sendo narrada no filme Sobibor (2018), dirigido por Konstantin Khabensky. Com uma narrativa emocionante, o filme russo apresenta cenas fortes do ocorrido com as vítimas do Nazismo.