Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Matérias / A Sociedade da Neve

A Sociedade da Neve: História emocionante de pai de vítima ficou de fora do filme

A Sociedade da Neve retrata a trajetória dos sobreviventes e vítimas do acidente, no entanto, uma história familiar relacionada ao caso chama atenção; conheça!

Isabelly de Lima Publicado em 24/01/2024, às 19h38

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Cena do filme 'A Sociedade da Neve' - Divulgação / Netflix
Cena do filme 'A Sociedade da Neve' - Divulgação / Netflix

Um drástico acidente de avião que aconteceu em 1972 serviu de base para o filme que se tornou um grande sucesso na Netflix: ‘A Sociedade da Neve’. A produção retrata a história real do acidente que aconteceu nos Andes, quando o voo 571 colidiu ao tentar fazer um pouso forçado. Muitas pessoas faleceram no acidente e os sobreviventes enfrentaram uma dura saga para conseguirem sobreviver.

O filme chamou a atenção do público pelos episódios que os passageiros do avião tiveram que passar para se manterem vivos, como a atividade mais perturbadora que se possa imaginar: canibalismo. A fim de não morrerem de fome, os passageiros acabaram comendo os restos das vítimas do acidente.

No entanto, nem todos os integrantes do time de rugby, que viajava do Uruguai ao Chile, morreram assim que o avião caiu. Alguns se mantiveram vivos, sem maiores complicações de saúde, e outros ficaram gravemente feridos.

Enquanto a história dos sobreviventes rendeu um filme grandioso, os acontecimentos posteriores também renderiam uma trama e tanto, principalmente ao envolver o pai de uma das vítimas. Entenda o caso:

“El Vasco”

Dentre os feridos estava Rafael “el Vasco”, que ficou em uma rede improvisada durante os dias que ficaram presos nos Andes. Ele desenvolveu graves feridas, ainda que o filme não tenha exibido isso com tanta clareza. Com o passar do tempo, Vasco (que foi interpretado por Benjamín Segura) foi piorando, mas sem cuidados e sob as circunstâncias que estava, ele acabou falecendo.

Os companheiros de viagem de Rafael acabaram comendo partes de seu corpo para sobreviverem, mas alguns ossos e partes do corpo, apesar de incompletos, ainda foram separados para uma cerimônia funerária.

Vista aérea do avião nos Andes retratado em filme - Divulgação / Netflix

O apelo 

De acordo com o portal Screen Rant, um enterro em massa aconteceu na encosta da montanha após o resgate dos sobreviventes, no entanto, quando todos os passageiros voltaram para suas vidas, Ricardo Echavarren, pai de Vasco, expressou que não queria que o filho fosse enterrado em uma vala coletiva.

Ricardo não conseguiu impedir o enterro simples, mas pagou a um dos homens envolvidos no sepultamento para que marcasse o saco que tinha os restos mortais do filho.

O plano era tentar recuperar os restos para proporcionar um enterro individual ao filho, explica a obra "Modern Mummies: The Preservation of the Human Body in the Twentieth Century", de Christine Quigley. O objetivo do pai foi atingido, no entanto, as consequências do ato foram infelizes.

Apesar de ser um sinal extremo de carinho, as autoridades argentinas não viram a atitude com bons olhos, principalmente por se enquadrar como roubo. Ao conseguir o saco cheio de restos do filho para a casa, Echavarren foi preso por roubo de sepultura.

Personagem Rafael "el Vasco" no filme - Divulgação / Netflix

Entretanto, a punição do pai não durou muito tempo e as acusações foram retiradas logo depois que ele voltou da expedição nos Andes. Com isso, ele acabou sem os restos do filho e também sem nenhum item daquele momento para guardar de recordação.

Permissão

Depois de ter sido liberto da custódia policial, o pai conseguiu uma permissão para realizar um enterro para Vasco do jeito que realmente desejava, com uma cerimônia em sua cidade natal, Montevidéu, a capital do Uruguai.

Como era de se esperar, essa história não foi inserida no longa-metragem, já que o foco não era falar sobre os eventos posteriores, mas sim sobre o acidente e a busca por sobrevivência. A Sociedade da Neve se destaca justamente por dar voz aos mortos do acidente com um tom sensível.