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Matérias / Egito Antigo

'Tebasgate': O curioso escândalo de corrupção ocorrido no Egito Antigo

Nos tempos faraônicos, há pelo menos 3 mil anos, teriam existido casos de corrupção e nepotismo

Redação Publicado em 11/05/2022, às 15h55 - Atualizado em 21/10/2022, às 12h00

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Representação do faraó egípcio Sobekemsaf I - Sebi via Wikimedia Commons
Representação do faraó egípcio Sobekemsaf I - Sebi via Wikimedia Commons

A corrupção deturpa governos ao redor do mundo nos mais diferentes tempos — desde a antiguidade até a modernidade, são conhecidos escândalos que envolvem as figuras políticas de cada período histórico.

Isso não teria sido diferente no Egito Antigo, que contava com seus faraós lendários, — considerados até mesmo como deuses pela população — e seus funcionários reais, que atuavam de maneira muito próxima a essas figuras no topo da pirâmide social.

Pensar na corrupção no passado e no presente pode ser um exercício interessante para avaliar a persistência da prática, em especial em uma única região. No Egito, por exemplo, temos evidências do que pode ser o mais antigo escândalo de corrupção política.

O “Tebasgate”

Em 2004, o pesquisador egípcio Ahmad Saleh foi responsável por examinar o que pode ter sido o mais antigo caso de corrupção e acobertamento oficial do Egito Antigo, que teria acontecido há cerca de 3 mil anos, durante os tempos faraônicos na região.

Na época em que o caso foi investigado, detalhes da pesquisa do especialista foram publicados pelo jornal local Al-Masri Al-Yaoum, que noticiou o caso como “Tebasgate”, em alusão à antiga e importante cidade de Tebas.

Registro da representação de Sobekemsaf I /Crédito: Sebi, via Wikimedia Commons

Segundo o pesquisador, houve um grande roubo de ouros e joias escondidas nas tumbas dos faraós, em uma ação que contou tanto com pessoas comuns tanto com altos funcionários egípcios.

No caso do estudo de Saleh, o foco foi no saque ocorrido na tumba do rei da 17ª dinastia Sobekemsaf, que aconteceu durante o Novo Império do Egito Antigo, ou seja entre 1570 e 1544 a.C.

Como relatou a BBC Brasil na época em que a pesquisa foi divulgada ao mundo, evidências apontam para um complô que teria sido organizado pelos trabalhadores importantes do governo envolvidos no caso para acobertar o grande roubo dos artefatos valiosos.

Muitos saqueadores foram detidos após os crimes, e os cidadãos comuns que haviam participado dos roubos foram julgadas e condenadas na antiga cidade de Tebas, situada mais ou menos onde hoje está a atual Luxor.

Enquanto isso, pessoas importantes da sociedade egípcia, como aquelas que trabalhavam para os faraós, permaneceram em liberdade mesmo tendo cometido os mesmos delitos. O caso chegou até mesmo a ser encerrado quando foi descoberto que altos funcionários do governo estavam envolvidos.

Essas evidências apontam para o que pode ter sido o primeiro exemplo da história — ao menos do Egito — de acobertamento oficial. Os saques nas tumbas dos faraós causaram grande polêmica naquele período, mas foram colocados para baixo do tapete.