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Matérias / Personagem

Togo e Balto: os cachorros que impediram uma pequena vila de ser dizimada por uma epidemia

Em 1925, a difteria ameaçava os moradores de Nome, no Alasca. Para salvá-los, uma equipe de Huskies realizaram uma missão surpreendente

Fabio Previdelli Publicado em 04/07/2020, às 08h00

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Imagem ilustrativa de Huskies puxando um trenó - Pixabay
Imagem ilustrativa de Huskies puxando um trenó - Pixabay

Dóceis, companheiros e brincalhões, qualidades não faltam para descrever os cães que há muito tempo são considerados os melhores amigos do homem. Porém, além disso, em 1925, eles foram muito mais que animais de estimação e se tornaram os principais responsáveis por salvar os moradores da pequena cidade de Nome, no Estado do Alasca.

Na ocasião em questão, uma epidemia de difteria assolava os moradores locais. O surto ocorreu em um dos piores momentos possíveis, afinal, o vilarejo estava sendo atingido pelo pior inverno das últimas duas décadas. Como se não bastasse, eles também não dispunham de estoque suficiente de soro. Mas como todas essas peças se encaixaram?

Uma visão de Nome em 1916 / Crédito: Wikimedia Commons

Como muitos sabem, durante vários anos, os cães da raça Husky foram usados por membros da tribo Chukchi, da Sibéria, para transporte ao longo da tundra ártica. A fama fez com que a espécie fosse levada para outras partes do globo. Assim, coube a eles guiarem alguns moradores locais até a cidade mais próxima, Nenana, para a busca de soro.

Porém, as coisas não eram tão simples quanto se imagina. Se a forte nevasca já não fosse obstáculo suficiente para assolar o caminho, os cachorros teriam que percorrer uma distância de 1.085 quilômetros em menos de seis dias, afinal, esse seria o tempo limite em que o soro resistiria as brutais condições do inverno — vale ressaltar que, em condições normais, a rota exigiria normalmente 25 dias de viagem. Não cumpri-la a tempo poderia causar uma mortalidade de 100% da população, segundo previsão médica.

Com isso em mente, no dia 24 de janeiro, 20 times — com cerca de 150 cães ao todo — se posicionaram ao longo da rota para a chamada Corrida do Soro. Por mais simples que parecesse, a primeira missão que tiveram que enfrentar era também uma das mais vitais: não morrer de frio. Apesar dos Huskies se darem bem nesse quesito, o mesmo não foi dito pelos condutores dos trenós, já que a maioria deles sofreu com a gangrena nas partes extremas do corpo e no rosto.

Leonhard Seppala e Togo / Crédito: Wikimedia Commons

No dia 31, as equipes já tinham viajado por 274 quilômetros. Faltavam apenas dois dias para que o material expirasse. Assim, Leonhard Seppala — que havia ganho a Grande Corrida do Alasca em 1910 com um time de Huskies — teve uma ideia ousada, mas essencial: cruzar a camada de gelo de Norton Sound.

Mas foi durante esse caminho que uma grande nevasca o atingiu, o deixando praticamente sem campo de visão e tendo de confiar nos instintos de Togo, o cão-líder de seu esquadrão — principalmente no que se diz respeito a evitar buracos no gelo.

Com um trabalho em equipe típico da raça, a matilha de Seppala superou as condições adversas da região, deixando o soro a apenas 146 quilômetros de Nome. De lá, outro piloto de trenó, Gunnar Kaasen, assumiria a dianteira do transporte do medicamento com uma equipe liderada pelo Huskie Balto.

Balto / Crédito: Wikimedia Commons

Assim, graças aos esforços caninos, eles chegaram ao destino com meio dia de vantagem, salvando cerca de 10 mil vidas. Como forma de homenageá-los, hoje há uma estátua de Balto no famoso Central Park, no coração de Nova York.


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