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Matérias / Personagem

John Nash, a brilhante e trágica saga do matemático que inspirou um filme

Ganhador do Nobel, Nash superou a esquizofrenia, teve sua vida retratada nas telonas e deixou um importante legado

Fabio Previdelli Publicado em 24/10/2020, às 09h00 - Atualizado em 02/07/2021, às 11h00

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O matemático John Nash - Jimmy Wales via Wikimedia Commons
O matemático John Nash - Jimmy Wales via Wikimedia Commons

Vencedor do Prêmio Nobel de 1994 por seu trabalho sobre a Teoria dos Jogos, John Nash é considerado um verdadeiro gênio da matemática. Dono de uma mente brilhante, foi retratado por Russell Crowe no cinema em um filme que impressiona.

Nash deixou um legado imenso para o ramo das exatas, e se tornou um exemplo de superação em sua luta contra a esquizofrenia

A infância de Nash 

Nascido em 13 de junho de 1928, em Bluefield, no Estado da Virgínia, John Forbes Nash Jr. é fruto da relação entre o engenheiro eletricista John Forbes Nash e da professora de inglês e latim Virginia Margaret Martin. Durante sua infância, ele foi criado junto de sua irmã caçula Martha

Desde jovem, Nash já se mostrava um gênio antissocial. Aos 12 anos, preferia trabalhar sozinho em suas primeiras experiências científicas do que se divertir com outras crianças. Sua irmã, por outro lado, era o completo oposto. “Minha mãe insistia para eu fazer as coisas por ele, incluí-lo nas minhas amizades”, revela em um trecho do livro Uma Mente Brilhante (2001).  

Uma Mente Brilhante (2001) / Crédito: Divulgação/DreamWorks

Porém, o jovem John não ligava para a rejeição social que sofria, muito pelo contrário, entendia isso como uma piada, uma forma de superioridade. Afinal, brincadeiras, esportes e outras coisas típicas de crianças eram, em sua opinião, uma distração aos estudos.  

A vida acadêmica 

Nash sempre foi um ávido leitor de grandes publicações, como as revistas Time e Life. Muito disso, inclusive, o influenciou a trabalhar por um período no diário Bluefield Daily Telegraph, antes de começar a chamar atenção como matemático.  

Nesse período, também, John chegou a iniciar os estudos em engrenharia química, mas acabou trocando seu curso para Matemática. Com o mestrado pelo Instituto Carnegie em mãos, ele passou a trabalhar na White Oak, em Maryland, em um projeto para a Marinha americana.  

Buscando avanços em carreira acadêmica, chegou a ser aceito em Harvard para cursar doutorado, entretanto, Solomon Lefschetz, presidente do departamento de matemática da Universidade de Princeton, ofereceu uma bolsa de estudos irrecusável.  

Na instituição, desenvolveu o Equilíbrio de Nash, que representa uma situação em que, em um jogo envolvendo dois ou mais jogadores, nenhum deles sairá vencedor caso todos decidam mudar sua estratégia unilateralmente. Assim, com sua tese sobre jogos não-cooperativos, obteve o título de doutor. 

O dr. John Nash começou a trabalhar no Instituto Tecnológico de Massachusetts, como instrutor de matemática, em 1950. Foi por lá, inclusive, que conheceu Alicia López-Lardé de Harrison, uma acadêmica de física de El Salvador, que viria a se tornar sua esposa.  

Nash e a esquizofrenia 

Quase uma década depois, em 1958, o matemático começou a apresentar os primeiros sinais de esquizofrenia, segundo sua esposa. Há um relato de que, certa vez, Nash entrou no MIT, jogou um jornal na mesa e disse para seus colegas que um dos artigos do periódico havia uma mensagem escrita por seres intergalácticos e que somente ele conseguia decifrá-la.  

Uma Mente Brilhante (2001) / Crédito: Divulgação/DreamWorks

Durante certo tempo, todos tratavam situações assim como uma brincadeira de Nasa, porém, as coisas mudaram quando seu estado começou a se deteriorar. O ápice foi quando o matemático enviou uma carta para as embaixadas em Washington dizendo ser o “Imperador da Antártica”, a mensagem também continha diversas teorias conspiratórias.  

Nash também demonstrou a intenção de tirar todo seu dinheiro do banco e se mudar para a Europa. Com isso, Alicia buscou ajuda média e decidiu interná-lo em 1959, no McLean Hospital, em Massachusetts.  

Diagnosticado com esquizofrenia e depressão, além da baixa autoestima, John chegou a viver momentos delicados na Europa. Ao retornar para Princeton, em 1960, sua presença se tornou frequente em hospitais psiquiátricos até 1970. Depois disso, por escolha própria, decidiu parar de tomar seus medicamentos antipsicóticos. Segundo Sylvia Nasar, sua biógrafa, após isso, ele começou a desenvolver uma recuperação gradativa com o passar do tempo. 

Reconhecimento 

Por suas descobertas sobre equilíbrios não-cooperativos (Equilíbrio de Nash), John recebeu o Prêmio Teoria John von Neumann em 1978. Já em 1994, veio sua maior condecoração, quando recebeu o Prêmio Nobel, por seu trabalho sobre a "Teoria dos Jogos". Nash também ganhou o Prêmio Leroy P. Steele, em 1999, Prêmio de Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel junto com Reinhard Selten e John Harsanyi — o qual dedicou a sua esposa.  

Em 2001, John Nash teve sua vida retratada no filme Uma Mente Brilhante, adaptação do livro de Nasar. O longa, que tem Russell Crowe no papel de Nash, ganhou quatro Oscar. Mas, apesar disso, recebeu algumas críticas por alterar alguns fatos sobre a doença do matemático para fins comerciais e maior dramatização. 

Cena do filme Uma Mente Brilhante (2001) / Crédito: Divulgação/DreamWorks

John Forbes Nash Jr faleceu em 23 de maio de 2015, aos 86 anos, em um trágico acidente de carro. Conforme noticiado na época, Nash e Alicia haviam acabado de voltar da Noruega quando o táxi em que estavam se envolveu num acidente em uma rodovia de Nova Jersey. Sua esposa também foi uma vítima fatal, com 82 anos na ocasião.


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