Um dos achados arqueológicos mais importantes do século 20, a Vênus de Willendorf foi encontrada próxima ao rio Danúbio, na Áustria
Éric Moreira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 01/10/2023, às 10h00
Era ainda o começo do século 20 quando, em 8 de agosto de 1908, o arqueólogo austro-húngaro Josef Szombathy descobriu fora da pequena vila austríaca de Willendorf, a apenas 30 metros do rio Danúbio, o que viria a se tornar um dos achados arqueológicos mais importantes da história: a Vênus de Willendorf.
O que chama atenção na estatueta, com seus meros 11,1 cm de altura, são vários elementos que vão desde a representação, que é de uma mulher obesa, até sua datação: estima-se que ela tenha entre 22 e 24 mil anos, ainda durante a Era Paleolítica.
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Conforme descrito pelo Infoescola, a figura apresenta claramente a parte externa de sua genitália, além de suas avantajadas mamas e ventre. A teoria é que essas proporções sugerem que pode carregar significado de fecundidade e abundância de recursos. Além disso, também podem ser vistos braços, contrastantes com o resto do corpo, que quase passam despercebidos, se curvando sobre as mamas.
Outro elemento que chama atenção na estatueta é que ela não possui um rosto aparente. Em vez disso, a cabeça é recoberta pelo que parecem ser tranças, ou mesmo diversos olhos.
Além disso, não possui pés, o que não necessariamente é um sinal de desgaste do artefato com o tempo: isso sugere que não foi pensada em ser mantida em algum lugar como item decorativo, mas sim para ser transportada nas mãos, sendo possivelmente uma espécie de talismã.
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Conforme já mencionado, a Vênus de Willendorf — também chamada por alguns pesquisadores de "Mulher de Willendorf" — foi descoberta originalmente na Áustria, tendo sido escavada das margens do rio Danúbio.
Por mais que se saiba de sua idade aproximada, de mais de 20 mil anos, pouco se conhece acerca de sua origem. O que chama atenção é o fato de que a rocha avermelhada que a constitui, calcário constituído de oólitos, era bem própria da Itália durante o Período Jurássico — seu deslocamento, inclusive, é mais um indício de que ela era transportada, como um talismã.
Sendo um objeto tão antigo, não só é desconhecida sua procedência, como também os métodos utilizados para esculpir a Vênus de Willendorf e nem o mais importante: seu verdadeiro sentido na vida cultural do grupo que a fez, na época.
Ainda hoje, estudiosos de todo o mundo são hesitantes em vincular a figura com a divindade Mãe-Terra — cultuada em uma série de culturas europeias antigas —, também conhecida como Grande Mãe.
Além do mais, outros pesquisadores atribuem a obesidade da figura representada como uma forma de traduzir um status social superior, especialmente dentro de uma comunidade de caçadores e coletores.
Também existem teorias que alegam que ela pode significar estabilidade, êxito e conforto, a um grupo alicerçado na terra, sem confrontos e engenhoso.
