Representação de refeição durante o Yom Kippur - Domínio Público/ Creative Commons/ Wikimedia Commons
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Vinho, frutas, frango e peixe: Os pratos preparados nas comemorações religiosas do calendário judaico

Descubra o que se come — e o que é proibido comer — em cada uma das datas

Giovana Sanchez Publicado em 14/11/2021, às 08h00

Há mais de três milênios, o calendário judaico se baseia nos ciclos da Lua para definir as datas e os meses. Segundo evidências arqueológicas apontadas por Robert R. Stieglitz, em obra publicada em 1998, os hebreus passaram a adotar o calendário lunar cananeu  provavelmente a partir da Idade do Bronze, ou no início da Idade do Ferro.

No total, o calendário judaico conta com 13 festividades, cada qual com suas particularidades e tradições. Confira, abaixo, os costumes colocados em prática e os pratos servidos em cinco das principais comemorações judaicas:

1. Shabat

É a comemoração do dia do repouso — do pôr do sol da sexta-feira ao pôr do sol do sábado. Considerado símbolo de louvor e de evocação ao descanso do Senhor, neste dia o judeu não trabalha — e nem cozinha. Sendo assim, grande parte dos pratos é preparada no dia anterior ou são comidos frios.

A festividade inclui vinho, challot (pães trançados), peixe ou carne. Entre os judeus marroquinos, o prato principal é o hamin ou adafina, um cozido de ovos, grão-de-bico e carne. Os judeus ashkenazim têm um prato semelhante para o shabat. Trata-se do tchulent, um cozido preparado com feijão-branco, galinha e carne de peito.


2. Purim

Celebrado anualmente no 14º dia do mês hebraico de Adar, o Purim — ou Festa dos Sorteios — comemora a vitória da sobrevivência judaica sob domínio persa. O costume judaico nessa época é beber muito vinho, comer fritura e dar e receber mishloach manot — docinhos. Dois pratos entre os mais típicos na celebração do Purim são as latkes (bolinhos de batatas raladas) e os sufganiot (sonhos).


3. Yom Kippur

É a data mais sagrada do ano judaico. Ocorre exatamente dez dias depois do Ano Novo, começando e terminando com uma refeição festiva. A que precede o jejum de 24 horas é leve, com frango, e sem temperos fortes, como pimenta e canela.

Bebidas alcoólicas ficam de fora, para não dar sede. Já o jantar que encerra a celebração é farto e traz muito peixe salgado ou curtido para que sejam repostos os sais minerais perdidos durante o dia anterior.

'Noite de sexta-feira', pintura de Isidor Kaufmann em referência ao Shabat / Crédito: Domínio Público/ Wikimedia Commons

 


4. Sucot

Também conhecida como Festa das Tendas, começa cinco dias depois do Yom Kippur e comemora duas passagens importantes da religião: a forma como os judeus viveram por 40 anos no deserto e o início das colheitas. Nessa época, as crianças vão para as sinagogas carregando maços com folhas de palmeira, mirta e salgueiro. As refeições são à base de frutas e há arranjos nas sobremesas e no entorno das mesas.


5. Pessach

Durante os dias da Páscoa judaica, quando é celebrado o Seder (“ordem” em hebraico), os judeus são proibidos de comer alimento fermentado. As casas são limpas de tudo o que possa ter fermento para relembrar os dias iniciais da peregrinação, nos quais não havia tempo para fermentar a massa. O primeiro jantar do feriado tem caráter didático.  Os pais devem fazê-lo para ensinar os filhos sobre a saída dos judeus do Egito e o valor da liberdade.

Tudo o que é servido tem um símbolo. No centro da mesa fica um prato redondo com seis alimentos: um pedaço de osso assado (representando o cordeiro pascal), um ovo cozido (que lembra o ciclo da vida), uma erva amarga e uma alface (ambos simbolizando o sofrimento da escravidão), uma massa de nozes e maçãs picadas, com gengibre e vinho (referência aos tijolos que os escravos judeus faziam) e salsão ou aipo (que representam o trabalho árido do povo escravo).

Também nessa data, são preparados os famosos matzot, pães sem fermento, separados em três fileiras principais, tipificando a geração de Abraão, Isaac e Jacó e as famílias Cohen, Levi e Israel. No Seder, todo judeu deve beber quatro copos de vinho, que correspondem às quatro expressões de liberdade mencionadas na Torá.

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