Segundo os cientistas, o caso inédito foi identificado em Sergipe, depois que o paciente contraiu o vírus duas vezes em 2020
Pamela Malva Publicado em 17/02/2021, às 13h00 - Atualizado às 13h03
Na última sexta-feira, 12, um novo estudo publicado no Journal of Infection revelou o primeiro caso de morte por reinfecção do Coronavírus no Brasil. Segundo os cientistas, via UOL, a vítima foi um farmacêutico de 44 anos, morador de Aracaju, em Sergipe.
De acordo com as pesquisas, o paciente testou positivo para a Covid-19 pela primeira vez em 8 de maio de 2020. Com sintomas leves, ele voltou a trabalhar normalmente após nove dias, sem qualquer necessidade de internação.
Um mês mais tarde, no entanto, um segundo teste RT-PCR comprovou outro resultado positivo para a doença, dessa vez bem mais agressiva. Acometido por sintomas graves, o farmacêutico foi internado, mas não resistiu, falecendo no dia 2 de julho.
Para Roque Pacheco de Almeida, chefe do Laboratório de Imunologia e Biologia Molecular do Hospital Universitário de Sergipe, a morte do paciente é inédita. Isso porque o caso vai na direção contrária do comportamento já observado da doença.
"Pelo que conhecemos do vírus, quando há morte por Covid-19, isso acontece no primeiro episódio, nunca no segundo", explica o profissional. Não se sabe, no entanto, se o falecimento do farmacêutico aconteceu por uma reinfecção ou por uma recidiva — quadro em que o vírus de uma mesma infecção torna a atacar o corpo do hospedeiro.
O estudo
Além de revelar o primeiro caso de morte por reinfecção da doença, o estudo assinado por cientistas da Universidade Federal de Sergipe ainda analisou outros 32 casos de recorrência do Coronavírus entre profissionais de saúde no estado.
Em parceria com oito instituições, a pesquisa também trouxe dados do primeiro caso confirmado de reinfecção por diferentes linhagens do vírus no Brasil. Segundo os especialistas, o quadro se desenvolveu em apenas 54 dias, entre maio e julho de 2020.
Nesse caso, os cientistas acreditam que a paciente tenha contraído uma segunda cepa da Covid-19 através do marido. “É que o marido dela teve a doença pouco antes dela apresentar os sintomas de novo, o que nos faz ver que ela pegou o vírus com ele", explicou Roque Pacheco, sobre o caso de reinfecção comprovada.
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