Imagem meramente ilustrativa de mão de bebê - Divulgação/ Pixabay/ Pexels
Ciência

Pesquisa mineira identifica 68 recém-nascidos com anticorpos contra a Covid-19

Segundo os estudiosos, os bebês receberam os anticorpos das mães, que já haviam testado positivo para a doença, via placenta

Pamela Malva Publicado em 27/05/2021, às 11h30

Em um novo capítulo da luta contra a Covid-19, pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) fizeram uma descoberta esperançosa. Graças a um recente estudo realizado com 506 mães e bebês, foram identificados 68 casos em que as mulheres transferiram anticorpos do Coronavírus para seus filhos durante a gestação.

Segundo o UOL, a pesquisa, apesar de não ser a única a apresentar tais resultados, contou com o exame do pezinho e com as testagens das mães para verificar a transmissão dos anticorpos. Nenhuma das mães, de acordo com os responsáveis pelo estudo, havia sido vacinada contra o Coronavírus antes da observação.

Dessa forma, os resultados preliminares da análise indicam que a maioria das mulheres infectadas pelo vírus da doença, o chamado Sars-Cov-2, transmitiram os anticorpos IgG, conhecidos por ter uma longa duração, para seus filhos via placenta.

Agora, além de acompanhar o desenvolvimento dos recém-nascidos, a pesquisa também busca aumentar o grupo de observação, com o objetivo de chegar a 4 mil mães testadas, cujos casos serão analisados ao longo de dois anos.

Imagem meramente ilustrativa de cientista em laboratório / Crédito: Divulgação/ Pixabay

 

Tal período foi definido a fim de avaliar a duração dos anticorpos e da imunidade adquirida pelo feto, além de identificar se a pequena infecção desencadeou algum tipo de consequência no desenvolvimento dos bebês. A pesquisa também irá acompanhar um grupo de controle, formado apenas por mães e filhos com resultados negativos.

De acordo com Cláudia Lindgren, professora do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG, o novo estudo “pode ajudar a planejar o momento ideal para a vacinação dos bebês contra a Covid-19”. Com outras doenças, como o sarampo, “já se sabe que os anticorpos maternos reduzem a eficácia da vacina, e por isso ela é feita mais tardiamente", segundo explicou a especialista, via UOL.

Antes da pesquisa mineira, realizada nos municípios de Uberlândia, Contagem, Itabirito, Ipatinga e Nova Lima, outros dois estudos encontraram resultados igualmente positivos. No Hospital Pennsylvania, nos Estados Unidos, 72 grávidas, de um grupo de 83 mulheres, transmitiram os anticorpos para os seus bebês via placenta.

Da mesma forma, um bebê com anticorpos provenientes da mãe, que já havia sido vacinada contra Covid-19, foi identificado na cidade de Tubarão, em Santa Catarina, assim como um pequeno registrado em Singapura, em novembro de 2020.

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