Arte ilustra cérebro transferindo informações para alto-falantes - Divulgação / Pixrl / Sony
Neurociência

Do cérebro para os alto-falantes: O curioso experimento de telepatia vocal

Atingindo sucesso em experimento no ano de 2019, o feito é considerado um marco da neurociência

Fabiano de Abreu* Publicado em 18/02/2023, às 15h00

O ano de 2019 foi marcado por avanços surpreendentes na tecnologia da comunicação humana; os cientistas da Universidade da Califórnia, San Francisco, criaram um sistema revolucionário que conseguiu, pela primeira vez, traduzir a atividade cerebral em fala sintetizada.

Com sucesso, eles decodificaram os movimentos dos músculos envolvidos na fala através de impulsos nervosos, tornando possível interpretar a linguagem através de sinais nervosos musculares. Esta biotecnologia é a realização de um sonho que muitos cientistas e que foi estudado ao longo de muito tempo.

Com uma abordagem inovadora e a utilização de modelos de inteligência artificial, esses pesquisadores conseguiram construir simulações da via vocal que se ensinam a partir de experimentos de fala. O resultado é uma tecnologia surpreendente que pode levar a passos significativos na simulação da biologia humana.

Para os pacientes que perderam suas habilidades de fala devido a condições de saúde, essa tecnologia pode ser uma nova esperança no campo da comunicação. Com um celular, eles poderão pensar em falar e expressar-se normalmente, em tempo real, sem precisar de voz.

Além disso, esse sistema pode ser bidirecional, tornando possível uma comunicação neurotecnológica com outra pessoa que tenha um celular e fones de ouvido. As possibilidades são praticamente infinitas e esta tecnologia pode revolucionar a forma como nos comunicamos e nos relacionamos uns com os outros.


Sobre o autor

Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues é um Pós-doutor e PhD em neurociências eleito membro da Sigma Xi, The Scientific Research Honor Society e Membro da Society for Neuroscience (USA) e da APA - American Philosophical Association, Mestre em Psicologia, Licenciado em Biologia e História; também Tecnólogo em Antropologia com várias formações nacionais e internacionais em Neurociências e Neuropsicologia. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH), Cientista no Hospital Universitário Martin Dockweiler, Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Membro ativo da Redilat, membro-sócio da APBE - Associação Portuguesa de Biologia Evolutiva. Membro Mensa, Intertel e TNS.

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