John Lennon ao lado de Paul McCartney em 1964 - Wikimedia Commons
Música

“O que pode vir além de raiva, tristeza?”, diz Paul McCartney sobre morte de John Lennon

Em entrevista ao The New York Times, o ex-Beatle diz que é “difícil” falar sobre a perda do amigo e colega de banda que completa 40 anos essa semana. “Não consigo pensar sobre isso”

Fabio Previdelli Publicado em 07/12/2020, às 10h34

Na próxima quarta-feira, 9 de dezembro, a morte de John Lennon completa 40 anos. Porém, mesmo após todos esses anos, a perda do ex-vocalista dos Beatles ainda não foi superada por seu companheiro de banda: Paul McCartney.  

Em entrevista ao The New York Times, que foi repercutida pela Rolling Stones, o artista ainda revela que é muito “difícil” pensar em Lennon e em tudo que aconteceu com ele. “Repassei o cenário na minha cabeça”. 

“Muito emocional. Tanto é que não consigo pensar sobre isso. Meio que implode. O que pode vir além de raiva, tristeza? Como qualquer luto, a única saída é lembrar de como John era bom. Porque eu não consigo superar o ato sem sentido”, diz. 

McCartney, agora com 78 anos, continua: “Não consigo pensar sobre isso. Tenho certeza que é alguma forma de negação. Mas a negação é a única maneira de lidar com isso”. O ex-Beatle ainda diz que, ao longo dos anos, sempre buscou encontrar algo que o ajudasse a superar a perda.  

Uma dessas coisas que o ajudou, segundo o próprio explica, foi a recente entrevista que teve com o filho de John, Sean Lennon. “Isso foi bom. Falar sobre como John era legal e preencher algumas lacunas”. 

 “São pequenas coisas que eu posso fazer (…) Mas, sabe, depois que ele foi morto, levaram-no para a funerária de Frank Campbell, em Nova York. Não passo por lá sem dizer: ‘Oi, John. Tudo bem, John? Olá, John’”, concluiu.   

A morte de Lennon

Era uma segunda-feira, 8 de dezembro de 1980, pouco antes das 22h, John Lennon estava em frente ao Edifício Dakota, onde vivia, quando autografava seu recém-lançado álbum Double Fantasy para Mark Chapman: aquele mesmo que mais tarde puxaria o gatilho dando fim à vida do ícone do rock mundial.

Mark Chapman seria um fã do músico John Lennon, vocalista dos Beatles. Prova disso é que no mesmo dia que o assassinou - ou seja, apenas horas antes de atirar cinco vezes no artista - o psicopata pediu um autógrafo para ele. 

O ato do assassino não foi um impulso, e sim algo que ele já planejava fazia tempo, a ponto de sua própria esposa já saber a respeito. Infelizmente para o mundo da música, ela não pôde impedi-lo. 

Inclusive, Mark revelou em 2010 que tinha uma lista de figuras que gostaria de assassinar, mantendo como único critério o fato delas serem famosas. Teria sido apenas “por conveniência” que acabara tirando a vida de Lennon, e não das outras. 

Curiosamente, não tentou fugir após cometer o crime. Em vez disso, começou a ler um exemplar do romance “Apanhador no campo de centeio”, até que policiais afinal chegaram à cena do assassinato, predendo-o.  

Chapman foi condenado à prisão perpétua, cumpriu 20 anos de pena e ficou elegível para liberdade condicional em 2000. Com o 11º pedido negado, ele ainda pode solicitar outra vez uma nova chance de sair da prisão daqui dois anos. 

Beatles Paul McCartney Música John Lennon notícias assassinato entrevista 40 anos

Leia também

Estaleiro onde Titanic foi construído poderá ser fechado após mais de 160 anos


Legalmente Loira: O que sabemos sobre série derivada do filme de romance?


Autoridade descarta terrorismo em ataque contra premiê da Eslováquia


Pesquisadores estão prestes a desvendar complexa 'linguagem' dos orangotangos


'A Janela de Iris': Filme chega esta semana aos serviços de streaming


Beatles: Ringo revela que grupo teria menos discos se integrante não tivesse insistido