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Idade Média

Bestiário: 11 figuras surreais do folclore medieval

Imaginação fértil, medo, religiosidade e busca por explicações deram origem a criaturas assustadoras, muitas delas até hoje famosas

Redação Publicado em 03/07/2019, às 08h00

1. Hipogrifo

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O cruzamento entre um grifo (corpo de leão, cabeça e asas de águia) e uma égua gerou o hipogrifo, que acumula as características dos pais, com patas dianteiras de felino e traseiras de cavalo. Grifos e cavalos seriam como cães e gatos, por isso um ditado dos tempos medievais dizia que o acasalamento dos dois seria algo impossível. A primeira referência ao hipogrifo foi feita pelo poeta latino Virgílio, no século 1 a.C. No entanto, o ser foi definido apenas no começo do século 16, pelo também poeta Ludovico Ariosto.

 

2. Ictiocentauros

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Entre os seres marinhos da mitologia grega estão os gêmeos Bythos e Aphros, dois ictiocentauros. Eram similares aos centauros, tendo a parte superior do corpo de homem e cauda de peixe. Alguns exemplares usavam coroas, enquanto outros eram representados com chifres parecidos com garras de crustáceos. A falta de informações sobre ele não atrapalhava sua fama: figurava em mapas séculos depois do surgimento de sua lenda.

 

3. Leviatã

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Aparece no folclore judaico como o monstro que engoliu o profeta Jonas. No Livro de Jó é descrito como um grande dragão que simbolizava o mal. Sua origem está na divindade cananeia Yam, deus do caos e do mar indomado. Seu inimigo era Baal, o rei do céu. Hoje a palavra tem um sentido mundano em hebraico: quer dizer apenas baleia.

 

4. Kraken

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O morador do oceano era conhecido por afundar navios. Habitava o Mar da Noruega, que separa a Islândia das terras escandinavas, em regiões repletas de peixes para saciar seu imenso apetite. Pescadores procuravam justamente esses lugares, mas fugiam ao primeiro sinal de movimentação da criatura. Uma das teorias é a de que a lenda tenha surgido com base na observação de lulas gigantes, já que em sua descrição mais comum o kraken era caracterizado como sendo do tamanho de uma ilha e possuidor de 100 braços.

 

5. Serpe

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Dragões europeus tinham quatro patas e eram inteligentes, conversando com as pessoas. Serpes (Wyvern para quem quer se localizar em inglês), com apenas duas patas, eram apenas lagartos voadores. Mas aparecem frequentemente em heráldica: eram um dos símbolos de Portugal, que foi herdado pelo Império do Brasil. O cetro de D. Pedro II tinha uma serpe.

 

6. Tarascona

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Espécie de dragão com pernas curtas e garras enormes como as de um urso, acopladas a um corpo de boi coberto com uma carapaça de tartaruga de espinhos curvos e cauda longa e escamosa, que termina com um ferrão de escorpião. Para completar tinha cabeça de leão, mas com rosto de um velho amargo e triste. A besta não podia ser destruída pela força humana ou das armas. Até que uma menina decidiu ir atrás dela com sua fé. De posse de dois gravetos em cruz, borrifou água benta no dragão, que parou de cuspir fogo. Então a garota cortou os próprios cabelos e utilizou as tranças como coleira para levar a Tarasca de volta à cidade. Ao chegar, os habitantes mataram a criatura inerte a pedradas, para tristeza da menina.

 

7. Cinocéfalos e São Cristóvão

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Pessoas com cabeça de cachorro, que viviam em tribos próprias. Teólogos medievais discutiam se podiam ser considerados humanos e, assim, aceitar o cristianismo. São Cristóvão era frequentemente desenhado com cabeça de cachorro - por conta de um problema linguístico. Ele era chamado de cananeus (cananeu), mas ilustradores leram canineus - canino.

 

8. Mantícora

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Um animal lendário com cabeça de homem (muitas vezes dotado de chifres), corpo de leão, e cauda de dragão ou escorpião, com várias fileiras de dentes. Ele devorava suas presas inteiras, sem deixar roupas, ossos ou posses para trás. É assim a mantícora, descrita pelo historiador grego Ctésias com base na mitologia persa. Ainda que tenha surgido no Oriente, o ser mitológico era parte do imaginário medieval europeu.

 

9. Banshee

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Figura do folclore celta irlandês bastante cristianizada. Banshees eram mulheres que cantavam anunciando a morte de alguém. Podia ser após o fato, para a família, por exemplo, quando alguém era morto numa batalha distante. Ou antes, avisando de uma situação perigosa. Quando era um figurão, como um rei ou papa, ouvia-se um coral de dezenas delas ao mesmo tempo.

 

10. Ghoul

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Nascido no folclore persa e descrito nas Mil e Uma Noites, é provavelmente a inspiração maior para os zumbis de Hollywood (no Haiti, de onde vem a palavra, zumbi era um corpo dominado por um feiticeiro). Ghouls eram gênios canibais e horrendos, que devoravam corpos, mas não tinham problemas com matar pessoas vivas, principalmente crianças.

 

11. Gênios

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Figuras centrais no Islã - não só na mitologia, mas na religião mesmo -, os gênios (djinn em árabe) são criaturas dotadas de livre-arbítrio, que serão julgados por Alá no dia do Juízo Final. Satã é um deles, mas nem todo gênio é mau. Sua forma e poderes variam muito, deste os gigantescos e pavorosos ifrit (jinni infernais), nuvens gigantes de fogo, até simpáticos realizadores de desejos vivendo em garrafas ou lâmpadas.

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