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A arte do futebol

Livro conta como nasceu - e cresceu - o esporte mais popular do mundo

Ana Laura Nahas Publicado em 23/04/2013, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
Aventuras na História - Arquivo Aventuras

De futebol todo mundo entende um pouco. Poucos, no entanto, entendem à maneira do historiador Hilário Franco Júnior, um especialista em Idade Média que viajou no tempo para explicar origens, transformações, ideologias e até a psicologia do esporte das multidões. O resultado: o livro A Dança dos Deuses, um ambicioso painel sociológico, político e cultural da modalidade esportiva mais popular do planeta, desde seu surgimento entre as elites inglesas do século 19 até hoje.

Inventado para desenvolver o físico e a disciplina, com a industrialização o futebol passou a ser praticado pela classe operária. A partir de então, surgiram times financiados por fábricas - daí nomes como Manchester United (empresa da área ferroviária) e Arsenal (de armamentos). Sua expansão esteve ligada diretamente ao poderio do império britânico. Há quem diga, porém, que o esporte tem inspiração na China de 4 mil anos atrás - lá, guerreiros relaxavam com o macabro ato de chutar crânios inimigos rumo a duas estacas de bambu fincadas no chão.

O livro, nascido de um curso que Franco Júnior ministrou entre 2003 e 2005 na Universidade de São Paulo, enfoca a mudança nas regras (não havia juiz no futebol dos primeiros tempos), seu uso político (presidentes aproveitaram a euforia coletiva para mascarar atitudes duvidosas) e até os efeitos psicológicos (por que torcedores sofrem tanto por seus times?) da arte de Pelé, Garrincha e companhia. "Se um historiador daqui a 100 anos só tivesse como fonte o noticiário esportivo, ainda assim poderia reconstituir grande parte da vida social de hoje", afirma.

A regra é clara

No século 19, a bola tinha recheio de estopa ou farelo de cereais e a disputa ocorria uma vez por ano, sem limite de espaço, tempo ou número de jogadores, junto à capela, depois da missa. Algumas partidas reuniam até 200 jogadores e se estendiam por seis ou sete horas. Com a criação da Football Association, em outubro de 1863, em Londres, o jogo ganhou forma - e muitos limites. Veja alguns deles:

Impedimento

Criado em 1867, estabelecia que era preciso haver três adversários entre a linha de fundo e o atacante no momento em que este é lançado por um jogador.

Árbitro

Até 1868, as decisões eram consensuais entre os jogadores ou tomadas pelos capitães dos times. No começo, o juiz ficava fora do campo.

Goleiro

Só surgiu em 1871, para atrair os amantes do rúgbi, que permitia que os jogadores encostassem a mão na bola.