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O Pagador de Promessas trouxe A Palma de Ouro para o Brasil

Prêmio máximo do Festival de Cannes foi dado ao filme O Pagador de Promessas.

Isabela Flórido Publicado em 01/05/2007, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
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Ao contar a história de Zé do Burro (Leonardo Villar), agricultor que vai do interior baiano a uma igreja em Salvador para cumprir uma promessa feita num terreiro de candomblé, o diretor, roteirista e produtor Anselmo Duarte conseguiu um feito até hoje inédito na América Latina: ganhar a Palma de Ouro no Festival de Cannes.

O ano era 1962, e o cinema brasileiro não tinha a menor projeção no exterior. Tanto que nem havia uma bandeira do Brasil hasteada ao lado das bandeiras dos países que participavam da competição, realizada no francês Palais du Festival. Mas O Pagador de Promessas, uma adaptação da peça homônima de Dias Gomes, papou o prêmio máximo, além de receber uma indicação ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 1963. A obra mostra a obstinação de um homem simples e faz referência à intolerância da Igreja Católica diante do sincretismo religioso brasileiro.

A Palma de Ouro conquistada com ele continua até hoje com o diretor. Anselmo guarda a relíquia, toda de ouro, na caixa original, em sua casa, em São Paulo. “A Palma de Ouro representou a afirmação do cinema brasileiro numa época em que nem mesmo nós, brasileiros, acreditávamos no nosso potencial criativo”, afirma. Anselmo Duarte já exprimiu seu desejo de doar a famosa estatueta, além dos outros prêmios conquistados com O Pagador de Promessas e todo seu material iconográfico, para a Cinemateca Brasileira, na capital paulista. “Aguardamos um retorno da instituição sobre como tudo será mantido, protegido e disposto para o público, para efetivarmos a doação”, diz Ricardo Duarte, filho do cineasta, que também é o curador de um projeto ainda mais amplo envolvendo o trabalho de seu pai. “Em parceria com a Brasileira Filmes, trabalhamos não só na recuperação física de todo o acervo, mas montando uma exposição interativa e itinerante, que queremos levar para todo o país. Também haverá a publicação de um livro e a produção de um documentário sobre a trajetória de O Pagador de Promessas, com o título Palmas, a Palma é do Brasil”.