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Peste bubônica: Morte sobre Londres

Um Diário do Ano da Peste relata como uma epidemia devastou a Inglaterra em 1665

Cláudia de Castro Lima Publicado em 01/08/2007, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
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A peste bubônica é uma doença provocada por uma bactéria transmitida pela pulga de rato contaminada. Ninguém sabia disso na Londres de 1665. Mas todos conheciam o poder devastador da peste – no século 14, ela exterminara quase um terço da população européia em cinco anos. Por isso, quando uma nova epidemia começou a ganhar forma em 1665 na Inglaterra, a população entrou em pânico.

Milhares fugiram às pressas da cidade. Os que ficaram – em geral os mais pobres – assistiram a cenas grotescas. Conforme a epidemia se espalhava, especialmente entre junho e setembro, os mortos eram jogados aos montes em valas comuns. As famílias com alguma suspeita de doença eram trancafiadas em casa. Assim, se houvesse um só doente, todos podiam acabar se contaminando e morrendo.

As ruas ficaram vazias. Os mais miseráveis acabavam morrendo lá mesmo. Se não de peste, de fome, porque tudo estava fechado. As pessoas desviavam umas das outras nas ruas com medo da contaminação. O comércio parou, a economia estancou. Desesperada, a população apelava para a religião e para as mais diversas crendices. Os ladrões aproveitavam para saquear as casas abandonadas ou aquelas onde todos tinham sucumbido à peste.

O jornalista e escritor Daniel Defoe, que mais tarde ganhou fama com seu livro Robinson Crusoé, tinha apenas 4 anos quando a peste estourou. Anos depois, dedicou-se a pesquisar sobre a epidemia. Juntou dados oficiais e lembranças de sobreviventes e lançou, em 1722, Um Diário do Ano da Peste (Artes e Ofícios). Mescla de ficção (ele narra o livro como se fosse um comerciante de selas) com realidade, Um Diário... é uma primorosa descrição da tragédia que se abateu sobre Londres. E que matou entre 68590 pessoas (dados oficiais) e 100 mil (número estimado por Defoe). Mas poupou, entre outros, Daniel Defoe e Isaac Newton, que fugiu. Para o bem da literatura e da ciência.