A trama que se tornou um sucesso relata a história de Griselda Blanco, a “viúva negra do narcotráfico”, mas nem tudo aconteceu como na série; entenda!
Isabelly de Lima Publicado em 29/01/2024, às 20h02 - Atualizado em 31/01/2024, às 19h03
A trajetória de Griselda Blanco, conhecida como a "Viúva Negra do Narcotráfico", ganhou vida na série da Netflix, "Griselda", que explora a ascensão e queda dessa figura notória no tráfico de drogas. A narrativa, no entanto, mescla fato e ficção, criando uma visão complexa e, por vezes, controversa da vida dessa mulher implacável.
A série mostra a ambição de Griselda, vivida por Sofia Vergara. Ela foi uma mulher que ousou conquistar tudo: família, riqueza e o monopólio do comércio de cocaína em Miami, nos Estados Unidos. Entretanto, à medida que a trama avança, somos apresentados aos demônios pessoais que a levaram à ruína: o vício, a arrogância e a paranoia.
O retrato ficcional de Griselda, embora tente humanizá-la, não escapa das controvérsias. Por isso, o Aventuras na História separou alguns itens que podem ter sido distorcidos na série (ou não); confira:
A trama destaca a astúcia de Griselda ao entrar no mercado dos "brancos ricos", mobilizando contrabandistas para distribuir cocaína em locais frequentados pela elite.
Assim, não fica de fora uma orgia ocorrida num iate para atrair um grande fornecedor: German Panesso. Embora não seja possível comprovar que o evento aconteceu fora da tela, sua verdadeira inovação foi o uso de motocicletas em tiroteios, uma técnica que persiste até hoje.
Griselda é mostrada na série como uma mulher que fabricava lingerie para contrabandear cocaína. Isso porque ela percebeu que, na época, mulheres atraentes levantariam menos suspeitas das autoridades. A roupa íntima contava com bolsos escondidos para que as mulheres pudessem transportar drogas, explica a BBC.
A série sugere que ela matou seus maridos, sendo um deles em retaliação após ter sido obrigada a transar com o próprio cunhado a mando do companheiro. No entanto, a realidade evidencia fatos menos sutis sobre esses eventos, de acordo com a Variety.
Na vida real, Griselda Blanco foi acusada de ter ordenado o assassinato de seu primeiro marido, Carlos Trujillo, e do segundo, Alberto Bravo. A série descreve um cenário em que Bravo a força a ter relações com seu irmão, no entanto, a motivação real, segundo o The Guardian, foi a perda monetária no cartel que administravam. Blanco confrontou Bravo em um estacionamento, resultando em um tiroteio que a deixou ilesa e com o controle total de seu império.
A série mostra personagens secundários, como Carmen (Vanessa Ferlito) e Isabela (Paulina Dávila), no entanto, a existência é questionável. Griselda Blanco é apresentada como uma mulher que matou muitas pessoas, e registros indicam que ela é responsável por um número estimado entre 40 e 250 assassinatos, no entanto, não existe uma confirmação exata do número.
O personagem de Jorge "Rivi" Ayala (Martín Rodríguez), um rival que se torna capanga de Blanco, é importante na história. A série acerta ao mostrar sua decisão inicial de testemunhar contra Griselda e o envolvimento em escândalos sexuais por telefone.Rivi, na vida real, permanece na prisão, cumprindo pena perpétua.
Na trama, Griselda decide se vingar de German Panesso. Assim, ela o assassina enquanto ele e outro indivíduo compram bebidas em um shopping.
Embora a motivação real de Blanco na vida real seja incerta, em 1979, três associados da rainha da cocaína conduziram uma van e abriram fogo contra uma loja de bebidas onde Panesso e um parceiro faziam compras.
Panesso e o associado morreram, e outros dois ficaram feridos, evento que ficou conhecido como Massacre do Dadeland Mall.
